Duas semanas após cirurgia, Thaísa participou da apresentação do novo uniforme do Osasco (Foto: João Pires/Fotojump)
- Tive um período de muita dor. Teve noite que tomei dois remédios muito fortes para dor. Agora estou nas nuvens, porque não estou sentido dor. Ainda tenho limitação, ainda me sinto presa às vezes, não consigo subir e descer escada normalmente. Estou reaprendendo a andar. O Fernandinho (Fernandes, fisioterapeuta do Osasco) me falou: “Você vai ter de reaprender a fazer um monte de coisa”. Estou feliz por já estar na fase sem dor, e está bem legal a evolução da fisioterapia - disse Thaísa, nesta quinta-feira, durante a apresentação do novo uniforme do seu time, o Osasco.
Em acordo com a comissão técnica da seleção brasileira, a bicampeã olímpica pediu dispensa da equipe nacional para poder cuidar dos joelhos. A decisão se mostrou acertada após a cirurgia.
Segundo Thaísa, o médico Luiz Eduardo Tírico encontrou uma situação pior do que a imaginada quando operou os joelhos da jogadora. Os tendões da patela estavam quase com ruptura total, o que poderia exigir uma cirurgia mais complicada e uma recuperação de cerca de um ano, colocando em risco a participação da central nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
- O médico falou: “Se você tivesse ido para a seleção, não tivesse parado agora, você teria rompido total.” O tendão direito estava preso por muito pouco. Foi no momento certo. Foi um sucesso, está quase sem inchaço. Na hora eu estava bem nervosa até o anestesista chegar. Deu aquele frio na barriga, mas o médico passou muita tranquilidade. Disse que meu joelho vai voltar a ser como era quando eu tinha 15 anos de idade. Isso me aclamou - contou a bicampeã olímpica.
Thaísa desfalcou a seleção brasileira neste ano para não correr o risco de sofrer uma lesão rave e perder as Olimpíadas de 2016 (Foto: AP)
- Eu nunca tive nessa situação de estar limitada. Para tudo eu precisava de ajuda no começo, para tomar banho, para calçar um tênis. Eu sempre fui independente, desde os 14 anos eu moro sozinha, então é difícil depender de alguém. Isso para mim foi o mais difícil, ficava meio frustrada: “Não consigo nem colocar uma meia”. Agora está melhorando. Dá uma ansiedade, porque quando chegamos a um certo nível técnico, ficamos preocupados: “Será que eu vou voltar igual? Será que vai doer?” Eu me cobro demais. Quero sempre estar bem, quero sempre merecer estar onde estou. É uma ansiedade natural de querer voltar bem - disse Thaísa.
A bicampeã olímpica mantém contato com o técnico José Roberto Guimarães e com algumas jogadoras da seleção brasileira. Ela se prepara para agora assumir o papel de torcedora e acompanhar de longe o time verde-amarelo, que estreia no Grand Prix nesta sexta-feira, às 8h (de Brasília), contra o Japão, na Tailândia. Os jogos do fim de semana são ainda mais cedo - pega a Sérvia às 4h do sábado e a equipe anfitriã da etapa às 6h do domingo.
- Vou perder o sono. Agora vou saber como é a vida dos nossos fãs, que falam que acordam de madrugada para nos assistir. Eles se orgulham disso. Eu vou passar por esse lado fã agora e entender isso.
FONTE:
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