As três representantes do boxe feminino nos Jogos Olímpicos de 2012 foram cortadas da seleção brasileira. A medalhista de bronze em Londres, Adriana Araújo, a campeã mundial de 2010 Roseli Feitosa, e Érika Mattos foram pegas de surpresa e, como não fazem mais parte da equipe verde e amarela, perderam a renda que recebiam da Petrobras - patrocinadora dos atletas da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). A notícia causou revolta entre as pugilistas. Adriana, que já criticou abertamente a entidade, acredita em uma retaliação do presidente Mauro José da Silva. Ela nega a versão de que teria se apresentando, em janeiro, muito acima de seu peso.
- Fiquei sabendo que fui cortada por incompetência técnica e falta de comprometimento. Luto há 12 anos na minha categoria e nunca tive problemas com peso. Na verdade, é uma perseguição desse presidente comigo, com a Érika e com a Roseli. Porque a gente abre a boca e fala a verdade. Ele está usando da autoridade dele. É uma retaliação, uma falta de respeito.
Adriana ficou sabendo que estava fora da seleção quando viu que não recebeu o pagamento do patrocínio. A baiana ainda teme perder o bolsa-atleta, programa do Governo Federal de auxílio a atletas de alto rendimento, uma vez que não participará de competições. A atleta acusa o presidente da confederação de ser um ditador e chega a apelar para o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo.
- Isso tem que mudar. Ele é o presidente, mas tem gente acima dele. É duro ouvir um homem que nunca foi lutador dizer que sou uma m... Espero que o ministro Aldo Rebelo tome conhecimeto disso. Não sou qualquer atleta. Sei do meu talento. Não esperava passar por isso depois de ter sido medalhista olímpica. Não recebi nenhuma lista de corte ou uma carta para a minha federação na Bahia. É uma falta de respeito. Ele é um ditador e não tem respeito por ninguém. Não tem amor ao boxe.
Érika Mattos não engoliu o fato de ter sido cortada por nível técnico. Representante do país na categoria 51kg em Londres 2012, ela afirma que precisou estar entre as três melhores pugilistas da América para conseguir a vaga nos Jogos Olímpicos. A atleta também disparou contra o presidente da CBBoxe.
- Eu não sabia que ia ser cortada. Falaram que a Adriana estava cortada pela questão de peso e eu porque não tinha nível técnico. É entristecedor. As pessoas não sabem o quanto é difícil chegar a uma Olimpíada. Na minha categoria só tinham 38 atletas do mundo todo. Tive de ficar entre as três melhores da América para chegar lá. Como falam que não tenho nível técnico? Fiquei oito anos invicta. A pessoa cai de paraquedas e destrói o nosso sonho. Eu tenho o sonho de conquistar uma medalha olímpica e tiraram isso de mim - afirmou Érika.
Presidente nega retaliação e diz que comissão técnica aposta em novos talentos
O presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro José da Silva, negou que o corte das três atletas seja uma retaliação da entidade. Ele afirmou que a decisão partiu exclusivamente da comissão técnica, que quer investir em novos talentos para os Jogos do Rio, em 2016. Ele voltou a afirmar que Adriana Araújo teria se apresentado muito acima de seu peso, 60kg, em janeiro deste ano.
- Foi a comissão técnica que não incluiu elas nesse grupo que foi chamado. O que a Adriana diz é um problema particular dela. Eu lamento que ela continue falando coisas que não têm pé nem cabeça. Mas o fato é esse: ela se apresentou 14kg acima do peso e a comissão técnica não a vê com possibilidade para 2016. Está investindo em novos talentos. Se fosse retaliação, ela não teria ficado conosco até agora. Se fosse isso, eu teria mandando ela embora no dia seguinte a Londres. Nada me impedia. Ela me deu motivo, disse que a seleção não servia para ela - disse o presidente da confederação.
Mauro José da Silva afirmou ainda que não se envolve nas convocações das seleções brasileiras de boxe e tem uma equipe capacitada para isso:
- A comissão técnica cuida 100% disso. São capacitados para isso. Eu não me meto. Vamos ver novos talentos e vamos em frente. Cada um tem um ciclo, uma etapa e um momento - completou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/lutas/noticia/2013/04/pugilistas-olimpicas-sao-cortadas-da-selecao-e-atacam-cbboxe-retaliacao.html
- Fiquei sabendo que fui cortada por incompetência técnica e falta de comprometimento. Luto há 12 anos na minha categoria e nunca tive problemas com peso. Na verdade, é uma perseguição desse presidente comigo, com a Érika e com a Roseli. Porque a gente abre a boca e fala a verdade. Ele está usando da autoridade dele. É uma retaliação, uma falta de respeito.
Érika Mattos, Adriana Araujo e Roseli Feitosa em ação nos Jogos de Londres (Foto: Getty Images)
Não sou qualquer atleta. Não esperava passar por isso depois de ter sido medalhista olímpica. É uma falta de respeito"
Adriana Araújo, bronze em Londres
Érika Mattos não engoliu o fato de ter sido cortada por nível técnico. Representante do país na categoria 51kg em Londres 2012, ela afirma que precisou estar entre as três melhores pugilistas da América para conseguir a vaga nos Jogos Olímpicos. A atleta também disparou contra o presidente da CBBoxe.
- Eu não sabia que ia ser cortada. Falaram que a Adriana estava cortada pela questão de peso e eu porque não tinha nível técnico. É entristecedor. As pessoas não sabem o quanto é difícil chegar a uma Olimpíada. Na minha categoria só tinham 38 atletas do mundo todo. Tive de ficar entre as três melhores da América para chegar lá. Como falam que não tenho nível técnico? Fiquei oito anos invicta. A pessoa cai de paraquedas e destrói o nosso sonho. Eu tenho o sonho de conquistar uma medalha olímpica e tiraram isso de mim - afirmou Érika.
Presidente nega retaliação e diz que comissão técnica aposta em novos talentos
Se fosse retaliação, ela não teria ficado conosco até agora. Eu teria mandando ela embora no dia seguinte a Londres. Nada me impedia"
Mauro José da Silva, presidente da CBBoxe
- Foi a comissão técnica que não incluiu elas nesse grupo que foi chamado. O que a Adriana diz é um problema particular dela. Eu lamento que ela continue falando coisas que não têm pé nem cabeça. Mas o fato é esse: ela se apresentou 14kg acima do peso e a comissão técnica não a vê com possibilidade para 2016. Está investindo em novos talentos. Se fosse retaliação, ela não teria ficado conosco até agora. Se fosse isso, eu teria mandando ela embora no dia seguinte a Londres. Nada me impedia. Ela me deu motivo, disse que a seleção não servia para ela - disse o presidente da confederação.
Mauro José da Silva afirmou ainda que não se envolve nas convocações das seleções brasileiras de boxe e tem uma equipe capacitada para isso:
- A comissão técnica cuida 100% disso. São capacitados para isso. Eu não me meto. Vamos ver novos talentos e vamos em frente. Cada um tem um ciclo, uma etapa e um momento - completou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/lutas/noticia/2013/04/pugilistas-olimpicas-sao-cortadas-da-selecao-e-atacam-cbboxe-retaliacao.html