A notícia de que Adilson Maguila está sofrendo de demência pugilística, comum em pessoas que sofrem traumas repetidos na cabeça, ecoou no meio do boxe brasileiro. A doença do ex-lutador de 54 anos tem relação direta com sua carreira nos ringues e o número de lutas que fez. Além de expressar sua solidariedade, o presidente da Confederação Brasileira de Boxe, Mauro José da Silva, pediu um olhar mais atento dos atletas com a saúde.
- A gente recomenda que o atleta tome cuidado, preste atenção em tudo. É necessário fazer exames médicos constantemente. Maguila é um grande representante da nossa modalidade. Fez o Brasil aplaudir o boxe, não é qualquer um que consegue. Merecia mais do que teve - disse.
O representante da entidade voltou a bater na tecla de que são necessários cuidados especias com o esporte e seriedade de atletas e treinadores. Para ele, é preciso reconhecer que os riscos existem.
- Temos que chamar atenção para todos os cuidados sérios que os atletas precisam ter em um esporte de contato. Requer uma preparação cuidadosa, com seriedade. O atleta precisa ter sempre um acompanhamento médico, treinadores de verdade. É preciso ter consciência e se cuidar bastante, se alimentar bem. Para que no futuro não sofra consequência alguma. Em um esporte de contato como boxe, é preciso ter o entendimento de que há risco. Esses riscos precisam ser conhecidos e cuidados da forma devida, para que o atleta não venha a ter problemas de saúde - disse o presidente.
O caso de Maguila, especificamente, mexeu muito com o representante da entidade. Ao reconhecer que, neste momento, o importante é se solidarizar com o ex-atleta e a família, Mauro José fez questão de enaltecer os feitos dele para o boxe brasileiro, considerando-o um ''grande representante da modalidade''.
- Maguila é um dos grandes nomes do boxe brasileiro, sempre o consideramos. O apoio que damos agora é agradecer por elevar o boxe ao nível que elevou. Ele fez grandes lutas, enfrentou grandes atletas, duríssimos. Não foi brincadeira não. É preciso reconhecer o ídolo que ele foi. Com todas as letras. É só pegar uma retrospectiva e ver que as lutas que ele fez não foram fáceis. É um grande representante do boxe brasileiro e somos gratos a ele - afirmou Mauro José da Silva.
Adilson Maguila Rodrigues deixou os ringues em 2000, com 77 vitórias, 61 delas por nocaute, em 85 lutas. Depois de se aposentar, ele gravou um CD de samba e tentou se eleger, sem sucesso, deputado federal. Ele e a esposa são responsáveis por uma organização não governamental.
Entenda o que é demência pugilística
A demência pugilística é comum em pacientes que sofrem traumas repetidos na cabeça e, por isso, atinge boxeadores, amadores ou profissionais, com trajetórias longas nos ringues. Os sintomas podem se desenvolver progressivamente no tempo médio de cerca de 12 a 16 anos após o início carreira de um atleta. Não existe uma regra, já que alguns ex-atletas têm menos propensão a desenvolver o mal. Os principais sintomas são tremores, falta de coordenação e problemas com a fala. Pacientes diagnosticados com demência pugilística também estão propensos a um comportamento marcado pela irritação.
Especilistas explicam que um traumatismo por golpes isolados não causam grandes problemas (os traumatismos causados por acidentes e tiros, por exemplo, podem causar grandes problemas de uma só vez), mas a sua constante repetição vai acumulando pequenos déficits (de memória, abstração, linguagem, etc.) até que atinge o ponto onde são tão significativos que é denominado como "demência".
- A gente recomenda que o atleta tome cuidado, preste atenção em tudo. É necessário fazer exames médicos constantemente. Maguila é um grande representante da nossa modalidade. Fez o Brasil aplaudir o boxe, não é qualquer um que consegue. Merecia mais do que teve - disse.
Maguila na luta de boxe contra o americano Evander Holyfield, em 1989 (Foto: Ag. Estado)
- Temos que chamar atenção para todos os cuidados sérios que os atletas precisam ter em um esporte de contato. Requer uma preparação cuidadosa, com seriedade. O atleta precisa ter sempre um acompanhamento médico, treinadores de verdade. É preciso ter consciência e se cuidar bastante, se alimentar bem. Para que no futuro não sofra consequência alguma. Em um esporte de contato como boxe, é preciso ter o entendimento de que há risco. Esses riscos precisam ser conhecidos e cuidados da forma devida, para que o atleta não venha a ter problemas de saúde - disse o presidente.
Mauro José da Silva, o presidente da CBBoxe , ao centro da foto (Foto: Divulgação / CBBoxe)
- Maguila é um dos grandes nomes do boxe brasileiro, sempre o consideramos. O apoio que damos agora é agradecer por elevar o boxe ao nível que elevou. Ele fez grandes lutas, enfrentou grandes atletas, duríssimos. Não foi brincadeira não. É preciso reconhecer o ídolo que ele foi. Com todas as letras. É só pegar uma retrospectiva e ver que as lutas que ele fez não foram fáceis. É um grande representante do boxe brasileiro e somos gratos a ele - afirmou Mauro José da Silva.
Adilson Maguila Rodrigues deixou os ringues em 2000, com 77 vitórias, 61 delas por nocaute, em 85 lutas. Depois de se aposentar, ele gravou um CD de samba e tentou se eleger, sem sucesso, deputado federal. Ele e a esposa são responsáveis por uma organização não governamental.
Entenda o que é demência pugilística
A demência pugilística é comum em pacientes que sofrem traumas repetidos na cabeça e, por isso, atinge boxeadores, amadores ou profissionais, com trajetórias longas nos ringues. Os sintomas podem se desenvolver progressivamente no tempo médio de cerca de 12 a 16 anos após o início carreira de um atleta. Não existe uma regra, já que alguns ex-atletas têm menos propensão a desenvolver o mal. Os principais sintomas são tremores, falta de coordenação e problemas com a fala. Pacientes diagnosticados com demência pugilística também estão propensos a um comportamento marcado pela irritação.
Especilistas explicam que um traumatismo por golpes isolados não causam grandes problemas (os traumatismos causados por acidentes e tiros, por exemplo, podem causar grandes problemas de uma só vez), mas a sua constante repetição vai acumulando pequenos déficits (de memória, abstração, linguagem, etc.) até que atinge o ponto onde são tão significativos que é denominado como "demência".