A mão é pesada. A postura em quadra é forte. Faz lembrar um pouco os ídolos dos palcos, do rock pesado de que tanto gosta. Mas fora dela, Lucão é um cara boa-praça e pé no chão. Nem os números nem o protagonismo, que é cada vez mais proporcional ao seu tamanho, parecem encher os olhos do campeão mundial e vice olímpico. Pode ter terminado a temporada da Superliga sendo o dono do melhor saque, o maior pontuador do Rio de Janeiro (fez 401 pontos) e com o título no bolso, mas nada disso o faz pensar que a temporada foi perfeita. Prefere considerá-la como a "mais regular, fisicamente e tecnicamente". Aquela na qual corrigiu um ponto que considerava ainda falho: o bloqueio. De tanto ver Gustavo Endres em ação, aprendeu o que pôde com ele. É grato também a outros dois centrais que passaram pela seleção e funcionaram como mentores: Rodrigão e André Heller.
- Peguei um pouco de cada um. Foi o meu melhor campeonato em bloqueio, fundamento em que sempre tive dificuldade. Quando ainda estava na seleção, Gustavo me deu toques importantes nos treinos. Rodrigão sempre foi excelente no ataque, assim como Heller. Como também é gaúcho, me deu muitos conselhos durante as viagens sobre postura no ataque. Sou fã dos três - disse.
Participe da promoção e concorra a uma camisa do Lucão, autografada
No novo ciclo olímpico, perderá o convívio com o último de seus professores. Pouco depois dos Jogos de Londres, Rodrigão trocou a quadra pela praia. Outros dois líderes do grupo comandado por Bernardinho também colocaram um ponto final em suas trajetórias com a camisa verde-amarela. Será preciso que outras vozes passem a se fazer ouvir. Dentro das quatro linhas, o jogador de 27 anos e 2,10m começa a gostar deste papel, mas fora delas admite que precisará mudar um pouco a mentalidade.
- Vai faltar aquela liderança do Giba, mesmo do banco, e do Serginho em jogos decisivos. E pode ser que o Dante fique parado esta temporada por causas das lesões. Eu acho que o Bruno é um líder nato, assim como o Murilo. Eu sou mais quieto, mais brincalhão, molecão. Mas falo se vejo alguma coisa errada. O Marcelo Fronckowiak (técnico do Rio de Janeiro) diz que não percebo o peso das minhas palavras. Acho que este vai ser o ano em que mais vamos treinar. O time-base não deve ser muito mexido, mas o plantel do banco, sim. O grande segredo é que e o Bernardo tem sempre o grupo na mão.
Enquanto a convocação não vem, Lucão segue treinando, agora para oSulAmericano de Clubes, de 8 a 12 de maio, em Belo Horizonte. Se permanecerá no Rio de Janeiro depois do torneio, ainda não sabe. Aguarda a posição do time. Certo mesmo é que em setembro estará no Rock in Rio, nos shows do Iron Maiden e do Metallica. É apaixonado por rock. Por Robert Plant, Pearl Jam e Slipknot. Houve um tempo em que a cabeleira era comprida e pouco via pente. As roupas quase sempre eram pretas. Aos poucos, o visual foi mudando. Hoje, gosta mesmo é de andar de bermuda e chinelo. O ouvido também foi influenciado pelo coração. Beatriz apresentou ao namorado as canções de Jorge e Mateus. Gostou das letras. Garante que todo roqueiro é um romântico, assim como os sertanejos. Em visita ao GLOBOESPORTE.COM, admitiu ser um, daqueles que ainda manda flores. E fã de esportes também, claro. Confira os principais trechos da entrevista:
Temporada de ouro
Acho que foi a mais regular. Eu não sofri com lesões graves. Praticamente atuei em todos os jogos. Sei que é uma coisa rara um central ser o maior pontuador de uma equipe. Isso é mais comum para opostos e ponteiros, que definem jogos. Mas eu tive um bom entrosamento com o Bruno. É claro que é bacana, traz mais confiança. Mas eu não levo muito para esse lado de protagonismo, não. O que eu penso é que as dores estão diminuindo conforme estou ficando mais velho. Eu não acreditava nisso, mas é verdade. As coisas estão se encaixando na minha carreira.
Time de amigos
Eles acabaram montando a equipe com uma base que tinha sido sucesso em Florianópolis. E sempre fomos muito amigos e confiamos no trabalho do outro. Quebramos o pau quando o grupo estava desanimado, mas somos tão amigos que somos capazes de fazer isso e depois sentar para tomar uma cerveja. Quando você confia numa pessoa, sabe que pode cobrá-la para fazer qualquer coisa e ela não vai levar para o lado pessoal. Isso eu aprendi com o Bernardinho. Isso faz a diferença.
Sul-Americano
Vamos ver como todo mundo volta da "ressaca". Só eu estou malhando, o resto, nada (risos).
Esportes
Gosto de todos. Sou gremista, entro na página sempre atrás de notícias. Teve uma época que acompanhava muito o tênis, como todo brasileiro, por causa do Guga. Hoje eu assisto muito a basquete, NBA. Foi horrível o que aconteceu com o Kobe, né? Eu jogava basquete e às vezes penso que poderia ter entrado na NBA, estar lá ganhando milhões (risos). Ou não, né? A concorrência é tão grande. Mas esses caras têm a rotina mais desgastante que existe. Fazem três jogos por semana, vivem viajando. É maçante. Eu gosto de esportes de inverno também, inclusive de curling. Teve um dia que peguei o rodo e pedi que jogassem a bola pra fazer igual a eles.]
Rock and roll
Vi o show do Kiss, do Robert Plant, fui ao Lollapalooza para ver o Pearl Jam. Já falei que no Rock in Rio vou marcar ponto no show do Iron Maiden e do Metallica. Gosto de ficar lá no meio da galera, mas desta vez não vou poder por causa da minha namorada que vai comigo. Não sei tocar guitarra, mas sou bom no Guitar Hero no videogame (risos). Agora estou mais para o violão porque comecei a ouvir sertanejo. Gostei da letra, tem conteúdo, é uma música mais romântica. Se eu sou romântico? Sou sim. Mando flores, mensagens de bom dia. A grande maioria dos roqueiros é romântica. As letras falam de amor e paixão.
Melhorias na Superliga
Acho que muita coisa pode melhorar. Todo ano existe essa dificuldade de se manter patrocínio. Este é o mercado mais parado dos últimos ano. Só o Sesi-SP e o Cruzeiro se mexeram. E está estranho porque cada vez mais a mídia é maior, o espaço para o vôlei aumenta e acontece o contrário com o investimento. Acho que o campeonato poderia aumentar porque o patrocinador paga 12 meses pela equipe e tem só cinco meses de campeonato. A CBV está tentando fazer um diálogo maior com os clubes. Achei importante a reunião que foi feita.
Morar no Rio
Gosto disso, de andar de chinelo, de bermuda. Se me deixassem, até ao casamento eu ia de chinelo. Lembro que em Paris saí para andar com o Éder e os dois lá, de chinelo, com os pés pretos entrando na Louis Vuitton. E dois seguranças ficaram atrás da gente o tempo todo achando que íamos assaltar a loja (risos). Minha namorada é paulista, trabalha com moda, e reclama. Mas ela não me viu moleque. Eu só andava de preto, tinha cabelo até aqui no ombro e crespo.
Rio Grande do Sul
A minha cidade (Colinas) tem 2.400 habitantes. Quando vou para lá fico em casa, faço muito churrasco, tomo banho de rio. O povo gosta quando vou lá, passa na porta de casa e conversa. Eu gosto também.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/musica-chinelos-e-gremio-campeao-lucao-revela-gostos-longe-da-rede.html
- Peguei um pouco de cada um. Foi o meu melhor campeonato em bloqueio, fundamento em que sempre tive dificuldade. Quando ainda estava na seleção, Gustavo me deu toques importantes nos treinos. Rodrigão sempre foi excelente no ataque, assim como Heller. Como também é gaúcho, me deu muitos conselhos durante as viagens sobre postura no ataque. Sou fã dos três - disse.
Lucão e a namorada Beatriz: flores e mensagens de bom dia (Foto: Danielle Rocha)
No novo ciclo olímpico, perderá o convívio com o último de seus professores. Pouco depois dos Jogos de Londres, Rodrigão trocou a quadra pela praia. Outros dois líderes do grupo comandado por Bernardinho também colocaram um ponto final em suas trajetórias com a camisa verde-amarela. Será preciso que outras vozes passem a se fazer ouvir. Dentro das quatro linhas, o jogador de 27 anos e 2,10m começa a gostar deste papel, mas fora delas admite que precisará mudar um pouco a mentalidade.
- Vai faltar aquela liderança do Giba, mesmo do banco, e do Serginho em jogos decisivos. E pode ser que o Dante fique parado esta temporada por causas das lesões. Eu acho que o Bruno é um líder nato, assim como o Murilo. Eu sou mais quieto, mais brincalhão, molecão. Mas falo se vejo alguma coisa errada. O Marcelo Fronckowiak (técnico do Rio de Janeiro) diz que não percebo o peso das minhas palavras. Acho que este vai ser o ano em que mais vamos treinar. O time-base não deve ser muito mexido, mas o plantel do banco, sim. O grande segredo é que e o Bernardo tem sempre o grupo na mão.
Central volta esta semana aos treinos de olho noSul-Americano (Foto: Danielle Rocha)
Temporada de ouro
Acho que foi a mais regular. Eu não sofri com lesões graves. Praticamente atuei em todos os jogos. Sei que é uma coisa rara um central ser o maior pontuador de uma equipe. Isso é mais comum para opostos e ponteiros, que definem jogos. Mas eu tive um bom entrosamento com o Bruno. É claro que é bacana, traz mais confiança. Mas eu não levo muito para esse lado de protagonismo, não. O que eu penso é que as dores estão diminuindo conforme estou ficando mais velho. Eu não acreditava nisso, mas é verdade. As coisas estão se encaixando na minha carreira.
Time de amigos
Eles acabaram montando a equipe com uma base que tinha sido sucesso em Florianópolis. E sempre fomos muito amigos e confiamos no trabalho do outro. Quebramos o pau quando o grupo estava desanimado, mas somos tão amigos que somos capazes de fazer isso e depois sentar para tomar uma cerveja. Quando você confia numa pessoa, sabe que pode cobrá-la para fazer qualquer coisa e ela não vai levar para o lado pessoal. Isso eu aprendi com o Bernardinho. Isso faz a diferença.
Sul-Americano
Vamos ver como todo mundo volta da "ressaca". Só eu estou malhando, o resto, nada (risos).
Esportes
Gosto de todos. Sou gremista, entro na página sempre atrás de notícias. Teve uma época que acompanhava muito o tênis, como todo brasileiro, por causa do Guga. Hoje eu assisto muito a basquete, NBA. Foi horrível o que aconteceu com o Kobe, né? Eu jogava basquete e às vezes penso que poderia ter entrado na NBA, estar lá ganhando milhões (risos). Ou não, né? A concorrência é tão grande. Mas esses caras têm a rotina mais desgastante que existe. Fazem três jogos por semana, vivem viajando. É maçante. Eu gosto de esportes de inverno também, inclusive de curling. Teve um dia que peguei o rodo e pedi que jogassem a bola pra fazer igual a eles.]
Lucão posa com grupo de torcedores gremistas (Foto: Divulgação)
Vi o show do Kiss, do Robert Plant, fui ao Lollapalooza para ver o Pearl Jam. Já falei que no Rock in Rio vou marcar ponto no show do Iron Maiden e do Metallica. Gosto de ficar lá no meio da galera, mas desta vez não vou poder por causa da minha namorada que vai comigo. Não sei tocar guitarra, mas sou bom no Guitar Hero no videogame (risos). Agora estou mais para o violão porque comecei a ouvir sertanejo. Gostei da letra, tem conteúdo, é uma música mais romântica. Se eu sou romântico? Sou sim. Mando flores, mensagens de bom dia. A grande maioria dos roqueiros é romântica. As letras falam de amor e paixão.
Melhorias na Superliga
Acho que muita coisa pode melhorar. Todo ano existe essa dificuldade de se manter patrocínio. Este é o mercado mais parado dos últimos ano. Só o Sesi-SP e o Cruzeiro se mexeram. E está estranho porque cada vez mais a mídia é maior, o espaço para o vôlei aumenta e acontece o contrário com o investimento. Acho que o campeonato poderia aumentar porque o patrocinador paga 12 meses pela equipe e tem só cinco meses de campeonato. A CBV está tentando fazer um diálogo maior com os clubes. Achei importante a reunião que foi feita.
Lucão na redação do GLOBOESPORTE.COM (Foto: Danielle Rocha)
Gosto disso, de andar de chinelo, de bermuda. Se me deixassem, até ao casamento eu ia de chinelo. Lembro que em Paris saí para andar com o Éder e os dois lá, de chinelo, com os pés pretos entrando na Louis Vuitton. E dois seguranças ficaram atrás da gente o tempo todo achando que íamos assaltar a loja (risos). Minha namorada é paulista, trabalha com moda, e reclama. Mas ela não me viu moleque. Eu só andava de preto, tinha cabelo até aqui no ombro e crespo.
Rio Grande do Sul
A minha cidade (Colinas) tem 2.400 habitantes. Quando vou para lá fico em casa, faço muito churrasco, tomo banho de rio. O povo gosta quando vou lá, passa na porta de casa e conversa. Eu gosto também.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2013/04/musica-chinelos-e-gremio-campeao-lucao-revela-gostos-longe-da-rede.html