Mino Carta, como se sabe, acredita que essa Republiqueta das Bananas - como está na capa da Carta desta semana - só tomará jeito quando houver um banho de sangue.
Se o sangue não derramar, costuma dizer, seremos eternamente o país de D João VI, que fugiu de Napoleão, da Revolução Francesa e do Iluminismo !
Agora, na conversa franca e quase conspiratória que tivemos ontem à noite, ao lado de um penne alla norma (de Normandia e, nao, de D Norma), e um valente Nero d'Avola, Mino parecia surpreendentemente animado.
Animado, não com um banho de sangue, mas com a inevitável instabilidade que se aproxima.
E que ele anunciava em notável artigo de fundo da Carta desta semana: estao a caminho "inesperadas turbulencias".
Ele seguiu adiante e, aí, me lembrou do sapientissimo Fernando Brito, que foi o primeiro a acentuar essa caracteristica nova do Golpe: a desmoralização internacional.
Mino observa que o Brasil bananeiro é de um provincianismo lancinante.
E os efeitos da desmoralização internacional talvez não fossem tão desvastadores, diante do obstáculo da língua e da barreira cultural.
Mas, a desmoralização do Golpe, hoje, é tão intensa, profunda e universal que provocarão sobre a "legitimidade" do "Governo" Temer um dano irreparável - como desde o início previu tambem o Brito.
Irreparável.
Tanto assim, pondera o ansioso blogueiro, que o FHC Brasif tenta, agora, sofregamente, se ocultar atrás da condenação - óbvia, redundante - ao Bolsonaro, para se despregar da pecha de "golpista".
FHC Brasif foi ao PiG dizer "Bolsonaro, que horror !"
Mas, por que não defende o Golpe de que foi ideologo e parecerista pioneiro ?
Aquele "por enquanto, não ..." tartufico, safadinho ...
Porque o FHC Brasil tem medo de ser vaiado ou derrubado como o Heráclito - que empregou sua filha no Senado - quando for à Brasserie Lipp.
FHC Brasif voltará à noite parisiense ?
O jantar com o Mino se encerrou com notas divertidas sobre o Cerra, por exemplo, e sua patética, desesperada, sôfrega, incontida fuga para os braços do Temer.
Coitadinho !, não sabe como é ridiculo, previsivel, patusco, diria o Eça !
Paulo Henrique Amorim