- baterias da primeira fase
Jadson André sai de tubo bem surfado em Fiji(Foto: Reprodução/WSL)
Mesmo com um mar longe da perfeição esperada em Cloudbreak, a Liga Mundial de Surfe (WSL) decidiu iniciar neste sábado à tarde (manhã de domingo em Fiji) a etapa das Ilhas Fiji do Circuito Mundial de 2016, a quinta da temporada. Melhor para Jadson André, apenas o 34º do ranking, que deixou para trás participações ruins no início deste ano e fez uma bela apresentação. O potiguar de 26 anos pegou dois tubos de respeito para somar 14.60 pontos, avançar diretamente à terceira fase e mandar Gabriel Medina, terceiro colocado (12.26) e o australiano Stuart Kennedy (12.67) para a repescagem. Na bateria anterior, a segunda da primeira fase, Filipe Toledo, o Filipinho, que soube dominar as manobráveis esquerdas de tamanho mediano e somou 13.76 pontos para vencer dois australianos que foram para a repescagem: Ryan Callinan (12.56), que ficou em segundo, e o vice-campeão do Rio Pro deste ano, Jack Freestone (9.94). - Estou me sentindo muito bem por ter feito a minha melhor bateria do dia. É muito bom estar mais uma vez em Fiji. Estou amarradão, porque foi uma bateria muito difícil e eu consegui vencer - comemorou Jadson.
+Confira o ranking da temporada de 2016
Pouco antes de Toledo, atual número 14 do ranking, entrar em ação, na primeira bateria do campeonato, o havaiano John John Florence manteve o embalo obtido com o título do Rio Pro, no mês passado, e venceu a primeira bateria da disputa, ao somar 10.33 pontos para superar o brasileiro Alejo Muniz, que somou 9.33, e o australiano Davey Cathels (8.60) para avançar diretamente à terceira fase, enquanto os outros dois vão para a repescagem (segunda fase).
- Eu ainda não estou 100% da minha lesão (na virilha), mas me senti bem na onda e estou aliviado por ter conseguido vencer. A etapa do Brasil foi boa para eu ficar com minha família e amigos para pensar nas minhas metas e objetivos. Espero subir na tabela e brigar pelo título mundial - disse Filipinho.
Além de Filipinho, Jadson e Medina, o Brasil será representando por seus outros sete membros da elite, com destaque para o trio que está na briga pela liderança do ranking – Italo Ferreira (2º), Caio Ibelli (5º) e Adriano de Souza (6º) – e busca pontos preciosos para superar a zebra australiana Matt Wilkinson, vencedor das duas primeiras (Gold Coast e Bells Beach) das quatro etapas já disputadas em 2016. A etapa também marca o retorno de três estrelas: Kelly Slater, Mick Fanning e Taj Burrow, que não estiveram no Rio Pro.
Jadson supera Medina e Kennedy
Gabriel manda aéreo alto, mas não completa na reta final da bateria (Foto: Reprodução/WSL)
A terceira bateria do campeonato começou com o mar melhorando bastante e os tubos pintando em Cloudbreak. Sorte de Gabriel Medina, Jadson André e o australiano Stuart Kennedy. O primeiro a encontrar um canudo foi o potiguar. Com desenvoltura, Jadson soube a hora de correr dentro do tubo e fechou bem para tirar nota 7.33. Mesmo sem tubos, o aussie recebeu um 7.50 em uma esquerda com diversas batidas e boas rasgadas que lhe rendeu 7.50. Gabriel começou com duas dropadas erradas (0.93 e 0.57). Porém, pouco depois, ele pegou uma esquerda de qualidade e conectou duas sessões, com direito um tubinho e rasgadas fortes, mas depois acabou vendo o segundo tubo fechar e ganhou 6.03 pontos.Faltando 20 minutos, Kennedy liderava com 12.67 pontos, seguido por Jadson, que somava 8.63 e buscava 5.35 para assumir a dianteira, e Gabriel, em terceiro, com 7.73 pontos e em busca de 6.65 pontos para ficar em primeiro. Ciente de que precisava crescer no duelo, Medina se jogou em uma esquerda com potencial e mandou rasgadas fortes para receber 6.23, passar a somar 12.26 e pular para a segunda colocação, passando a precisar de 6.45 para assumir a dianteira.
Jadson não gostou de estar em terceiro e voltou a passar Gabriel. Com manobras funcionais, o potiguar ganhou 5.10 e retomou a segunda colocação, com 12.43. Ele precisava de 5.35 para tirar a ponta de Kennedy. O nordestino se empolgou e logo depois pegou um tubo, de tamanho médio, mas saiu com estilo e ganhou 7.27 para chegar aos 14.60 pontos e ficar em primeiro lugar, destronando Stu Kennedy (12.67). Faltavam cinco minutos.
Nos sete minutos finais, Gabriel Medina buscava 8.37 para ganhar a bateria, enquanto o australiano corria atrás de 7.10. O campeão mundial de 2014 chegou a tirar um 5.83, mas não mudou a sua situação. Pouco depois, ele tentou executar um aéreo muito alto e quase voltou. Se tivesse completado a manobra, o astro poderia ter vencido a bateria, mas a nota não veio. E a vitória ficou com Jadson André.
Filipinho bate australianos e avança
Filipe Toledo encaixa manobra na primeira fase, em Fiji (Foto: Reprodução/WSL)
Filipinho soube ler melhor o mar no início da bateria de 35 minutos e foi o primeiro a pegar uma onda. O paulista pegou uma extensa esquerda e encaixou quatro manobras não muito fortes para receber 5.83, até então a melhor nota da etapa. Na sequência, o vice-campeão do Rio Pro, Freestone, tentou dropar um tubo, demorou um pouco, mas conseguiu. O problema é que a onda fechou e ele caiu, ganhando só 1.17. Porém, pouco depois, Jack surfou uma onda razoável, com duas boas batidas, e somou 4.67 para assumir a dianteira, com 5.84.Determinado, Toledo soube aliar velocidade e técnica e correu bastante uma esquerda para encontrar o melhor ponto para executar duas boas batidas e descolar nota 6.33 para retomar a dianteira, com 12.16 pontos, faltando 24 minutos. O jovem de 21 anos estava surfando com tranquilidade, enquanto os rivais australianos enfrentavam dificuldade para encontrarem ondas que lhe permitissem fazer algo diferente.
Callinan pegou uma esquerda e tinha tudo para conseguir uma nota boa, mas errou a terceira manobra e somou 4.00, pouco antes de Freestone passar para a segunda posição, com 5.27 pontos. Filipinho esperou um tempo na arrebentação e deu o bote na hora certa. Ele surfou a melhor onda do dia até então. Com fortes batidas no ponto crítico e muita agilidade, o número 4 do mundo em 2015 descolou nota 7.43 e pulou para 13.76 pontos, obrigando Freestone a buscar 8.94, e Ryan Callinan a correr atrás de 8.03, faltando 12 minutos.
Na reta final de bateria, o calouro Callinan conseguiu demonstrar que tem talento e aumentou seu somatório para 12.56 pontos, ao tirar notas 6.83 e 5.73, mas ainda precisava de 6.94 para tirar Filipe da ponta. Com a prioridade na escolha de onda quando faltavam cinco minutos, o ubatubense soube jogar com a regra debaixo do braço e controlou o resultado até o fim para vencer e avançar diretamente à terceira fase, enquanto os aussies foram para a repescagem.
BATERIAS DA PRIMEIRA FASE
1: John John Florence (HAV) 10.33 x Davey Cathels (AUS) 8,60 x Alejo Muniz (BRA) 9.33
2: Filipe Toledo (BRA)13.76 x Jack Freestone (AUS) 12.56 x Ryan Callinan (AUS) 9.94
3: Gabriel Medina (BRA) 12.26 x Stuart Kennedy (AUS) 12.67 x Jadson André (BRA) 14.60
4: Matt Wilkinson (AUS) x Josh Kerr (AUS) x Keanu Asing (HAV)
5: Italo Ferreira (BRA) x Miguel Pupo (BRA) x Alex Ribeiro (BRA)
6: Adriano de Souza (BRA) x Kanoa Igarashi (EUA) x Tevita Gukilau (AUS)
7: Julian Wilson (AUS) x Conner Coffin (EUA) x Matt Banting (AUS)
8: Mick Fanning (AUS) x Wiggolly Dantas (BRA) x Kai Otton (AUS)
9: Nat Young (EUA) x Jeremy Flores (FRA) x Dusty Payne (HAV)
10: Jordy Smith (AFS) x Adrian Buchan (AUS) x x Taj Burrow (AUS)
11: Caio Ibelli (BRA) x Michel Bourez (TAH) x Adam Melling (AUS)
12: Sebastian Zietz (HAV) x Kolohe Andino (EUA) x Kelly Slater (EUA)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/mundial-de-surfe/noticia/2016/06/filipe-toledo-bate-australianos-na-estreia-e-ja-esta-na-terceira-fase-em-fiji.html