Dia de torcedor: metrô funciona, mas poeira e cambista incomodam
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Dia de torcedor: metrô funciona, mas poeira e cambista incomodam


Sorry' de voluntários é recorrente para estrangeiros. Confira facilidades e problemas no acesso dos torcedores ao Maracanã

Por Janir Júnior Rio de Janeiro


Maracanã - Dia de Torcedor (Foto: Janir Junior)Torcedores no metrô: acesso tranquilo ao estádio
(Foto: Janir Junior)

O torcedor que decidiu marcar seu nome na história do Maracanã na reabertura do estádio neste domingo teve sua chegada ao estádio facilitada se optou pelo metrô. Apesar de vagões cheios, ele funcionou bem. Mas, logo na passarela da Uerj, o primeiro cartão de visita que marca o futebol brasileiro: cambistas agiam livremente, mas com discrição, com ofertas de ingressos que chegavam a R$ 300 para assistir ao amistoso entre Brasil e Inglaterra. As placas informativas orientavam os caminhos a seguir. E quando algumas delas foram derrubadas pelo vento, os voluntários orientaram a torcida. O mesmo vento levantou muita poeira por conta das obras recém-terminadas, como calçadas nos arredores do estádio, e “cegou” quem andava no entorno. Cegos também ficaram alguns gringos quando buscavam orientações em inglês e, invariavelmente, escutavam um “sorry” (desculpa) como resposta.

A reportagem do GLOBOESPORTE.COM enxergou pelo lado do torcedor a chegada e saída do Maracanã. Fez deslocamentos de metrô, acompanhou a movimentação de trânsito, observou o velho hábito de alguns taxistas desligarem o taxímetro e cobrarem valor fixo por corrida após o jogo - com a comprovação de que a malha ferroviária foi a melhor opção para estar no jogo que serviu como evento-teste para a Copa das Confederações.

Antes e durante


Maracanã - Dia de Torcedor (Foto: Janir Junior)Torcedores no deslocamento para o estádio
(Foto: Janir Junior)

Por volta de 14h20m, o metrô apresentava grande movimentação de torcedores que seguiam para o Maracanã. Entre a maioria brasileira, alguns estrangeiros registravam o Maracanã ainda de dentro do vagão, pouco antes de chegar à estação. Apesar da grande quantidade de pessoas, a movimentação foi tranquila até o estádio. Mas nem Neymar conseguiria driblar os cambistas que aguardavam logo na saída, na passarela da Uerj. Ingressos eram oferecidos por R$ 300, principalmente para os gringos. Por conta de policiamento no local, a ação era feita com discrição.

O trânsito na Radial Oeste, na direção Zona Norte, alternou momentos de calmaria com retenções. O principal ponto de desembarque de torcedores que seguiram para o estádio de táxi foi embaixo da passarela da Uerj.

Na chegada ao Maracanã, logo surgiram os primeiros voluntários com megafones, placas indicativas de setores e a dificuldades para quem não entende a língua portuguesa. Grande parte dos voluntários não dominava o inglês, e uma palavra resumia o vocabulário: “sorry”. Ainda assim, as complicações não impediam que, momentos depois, os gringos achassem os setores de suas entradas por meio de placas.

Maracanã - Dia de Torcedor (Foto: Janir Junior)Placas foram a salvação para turistas, já que voluntários não falavam inglês (Foto: Janir Junior)

O vento causou incômodo no torcedor que chegava ao estádio. Como grande parte do calçamento foi feita nos últimos dias e no estádio de atletismo do Célio de Barros ainda sobravam montes de poeira, a sensação a cada rajada de vento era de ar seco e com fumaça, uma espécie de neblina.

Por conta da multidão nas calçadas, voluntários orientavam os torcedores a caminhar pela rua Doutor Eurico Rabello e pela Avenida Maracanã, ambas fechadas para o tráfego. O clima era de festa pela reabertura do estádio, o que fez com que alguns contratempos fossem levados sem problemas pela torcida.

Maracanã - Dia de Torcedor (Foto: Janir Junior)Revista diferenciada de acordo com o tamanho da
bolsa (Foto: Janir Junior)

Nas entradas do Maracanã, além do detector de metal, foram improvisadas placas para que quem portasse bolsas grandes entrasse num corredor específico para passar pela revista mais minuciosa. Alguns diálogos beiravam o cômico, como um debate entre voluntária e torcedora para saber se a bolsa se enquadrava em tal categoria.

A boa vontade dos voluntários era visível, mas esbarrava em algumas faltas de informações. Foi possível caminhar com máquinas fotográficas em punho, pois a sensação era de segurança por conta do clima pacífico entre torcedores e policiamento ostensivo.

Nas entradas, algumas filas, mas sem grande confusão. No interior do estádio, era possível descobrir os setores com a ajuda de placas indicativas, todas elas escritas em português e inglês.

No ingresso constava informação sobre os assentos e o bloco onde estariam localizados.

- O meu era o bloco 227, mas não tinha identificação. Perguntei para uma voluntária, que ficou indecisa para explicar. Consegui chegar ao meu lugar, e duas pessoas estavam sentadas. Pedi para sair e elas atenderam sem problemas – afirmou o advogado Leonardo Celeste.

No amistoso, impressionou a maciça presença feminina, a ponto de alguns torcedores olharem mais para os lados do que para o campo.

O que assustou foi o preço dos produtos nas lanchonetes: Cachorro-quente a R$ 8, biscoito saindo por R$ 5 e refrigerantes a R$ 7.

Depois


Maracanã - Dia de Torcedor (Foto: Janir Junior)Torcedores deixam o estádio depois do jogo
(Foto: Janir Junior)

Por volta dos 30 minutos do segundo tempo, alguns torcedores começaram a deixar o estádio. Ao fim da partida, a saída também foi tranquila. Voluntários orientavam a utilizar o metrô e indicavam o melhor lugar para pegar ônibus e táxis.

A estação do metrô no Maracanã ficou lotada, mas sem maiores transtornos. Os trens funcionaram sem problemas. Um assessor de imprensa do Metro Rio identificou a reportagem e exaltou o bom funcionamento do sistema.

Já entre taxistas, alguns tabelaram uma corrida até Laranjeiras em R$ 50, quando, pelo taxímetro, daria algo em torno de R$ 20. Quem optou por esse serviço também encontrou certa dificuldade em encontrar veículos disponíveis.

No fim, os trajetos e a chegada e saída do estádio tiveram saldo bem mais positivo do que negativo. E até a Copa das Confederações, que começa no dia 15, talvez a principal melhoria para o deslocamento e permanência do torcedor seja uma limpeza maior no Maracanã e um vocabulário mais caprichado no inglês.

Dessa vez, o “sorry” ainda foi bem aceito.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2013/06/dia-de-torcedor-metro-funciona-mas-poeira-e-cambista-incomodam.html



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