Dia de torcedor: ingresso à mão, mar de gente e protesto no 'curral' em BH
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Dia de torcedor: ingresso à mão, mar de gente e protesto no 'curral' em BH


Na semifinal no Mineirão, policiamento reforçado confere bilhetes a cada barreira, filas se repetem, e manifestação deixa torcida em alerta na saída

Por Janir Júnior Belo Horizonte
 
Header_DIA-TORCEDOR (Foto: Infoesporte)

Foram 57.483 torcedores presentes ao Mineirão nesta quarta-feira para acompanhar a vitória do Brasil por 2 a 1 sobre o Uruguai. Antes do apito final, porém, problemas já conhecidos e que têm se repetido nos estádios pelo país. Longas filas nos bares, dificuldade de encontrar os assentos – prova de que os brasileiros ainda estão em processo de adaptação às cadeiras numeradas –, maus hábitos e, mais uma vez, a preocupação com as manifestações que geraram boatos antes de a bola rolar.

O policiamento foi extremamente reforçado. As ameaças de protestos próximos ao Mineirão fizeram com que a polícia mineira tivesse uma preocupação que até então ficara apenas na promessa em outras cidades-sede. Policiais e voluntários pediam que os torcedores mostrassem seus ingressos para que pudessem avançar nas barreiras antes do estádio. Assim, evitavam que pessoas que não estariam no Mineirão circulassem pelos arredores. Pelo caminho, era possível ver marcas de manifestações recentes e ouvir muitos boatos, até mesmo de que centenas de manifestantes estariam cercando o hotel da Seleção, o que não aconteceu.

mosaico Dia do Torcedor Mineirão jogo Brasil Uruguai (Foto: Editoria de Arte)
 
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Para chegar até o estádio, os ônibus gratuitos funcionaram bem. Era grande a quantidade de veículos, o que não impediu que alguns coletivos chegassem cheios, mas sem maiores transtornos. Por volta de 14h30m, muitos torcedores desembarcavam de táxis que paravam na Avenida Antônio Carlos, próximo do cruzamento com a Avenida Abrahão Caram. Horas depois, o mesmo local seria palco de manifestações e confronto com a polícia.

Sem vendedores ambulantes credenciados no caminho até o estádio – como aconteceu em Salvador –, os poucos bares abertos ficaram lotados. Na divisão de grades para veículos credenciados, torcedores, policiais e outros envolvidos na partida, alguns locais ficaram estreitos demais, o que desenhou um mar de gente. A rua que desembocava próximo ao estádio mais parecia uma passeata lotada. Ao perceber que estava sendo filmado por uma emissora japonesa, um torcedor que tentava caminhar no meio da multidão espremida gritava:

- Me tira do curral!

Um posto de gasolina ficou completamente tomado. Torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro gritavam pelos seus times, o que fez um voluntário utilizar o megafone para sugerir que as paixões clubísticas fossem deixadas de lado. Mas a sujeira não foi possível controlar. Com as lixeiras cheias, elas não deram vazão, e o lixo ficou espalhado pelo chão do local.

Filas, apagão nos telefones e cartaz proibido pela Fifa

Algumas filas se formaram nos portões de entrada, causando certa demora em algumas catracas. Conforme o público ia crescendo, o sinal de telefones celulares e Internet sofriam uma baixa, em alguns momentos um apagão, com torcedores tentando em vão fazer ligações ou postar fotos do momento em redes sociais.

- Não consigo acessar o Face – reclamou uma torcedora, que depois tentou, também sem sucesso, se comunicar pelo Whatsapp.

Mineirão área externa (Foto: Valeska Silva)Longas filas para comprar o tradicional feijão tropeiro do Mineirão (Foto: Valeska Silva)
 
As filas nos bares – um problema constante nos estádios na Copa das Confederações – se repetiram. E com algumas complicações: em alguns locais eram poucos os atendentes, em outros uma voluntária tentava organizar a fila em “S”, o que mais atrapalhou do que ajudou. O jogo começou enquanto muitas pessoas ainda tentavam comprar lanches e bebidas. Para tentar agilizar o serviço, alguns funcionários não se preocupavam em colocar a cerveja no copo, deixando torcedores saírem com as latas, o que não é permitido. A fila para o tradicional feijão tropeiro do Mineirão também foi longa.

Na torcida, muita gente em pé, alguns focos de discussão que precisaram de intervenções de seguranças e também a livre exibição de cartazes proibidos pela Fifa, com caráter político.

Orientação na saída para driblar protesto

Dia de torcedor Mineirão jogo Brasil Uruguai (Foto: Janir Júnior)Cartaz com a mensagem "Quero hospitais padrão
Fifa" foi levado por torcedor (Foto: Janir Júnior)
 
Por volta de 30 minutos do segundo tempo, começaram a chegar notícias que manifestantes estavam próximos a vias de acesso ao Mineirão, nas avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram. A essa altura, o placar marcava 1 a 1. O torcedor tinha mais de um motivo para ficar apreensivo.
Depois, com o gol de Paulinho e a vitória por 2 a 1, o caminho para casa tinha o sorriso no rosto garantido. Helicópteros sobrevoavam áreas próximas ao estádio. Voluntários passavam orientações para que os torcedores deixassem o Mineirão exatamente pelo lado oposto de onde estava o protesto. As ruas ficaram tomadas e, apesar de falta de informação para onde seguia cada linha de ônibus e de muita gente se espremendo para tentar entrar no veículo, foi possível conseguir vagas nos coletivos.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/dia-de-torcedor-ingresso-mao-mar-de-gente-e-protesto-no-curral-em-bh.html



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