O Vasco correu, tentou, perdeu boas chances e parou nas mãos de Felipe.  O Flamengo, por sua vez, soube jogar dentro de suas limitações em busca  da vitória. E bastou uma boa jogada para alcançar o objetivo: chute de  Ramon, falha de Fernando Prass e oportunismo de Vagner Love.  Com esses ingredientes, o Rubro-Negro derrotou o Cruz-Maltino por 1 a 0  na noite deste domingo, no Engenhão, pela 18ª rodada do Campeonato  Brasileiro.
  Foi o terceiro gol de Vagner Love em quatro jogos contra o Vasco na  temporada 2012, mas a primeira vez em que o atacante marca e sai de  campo vitorioso. Nas outras oportunidades em que ele havia balançado a  rede rubro-negra, nas semifinais da Taça Guanabara e da Taça Rio, duas  vitórias cruz-maltinas por 2 a 1.
  Com o triunfo, o Flamengo chegou aos 25 pontos conquistados e subiu  para a nona posição. Já o resultado negativo foi péssimo para o Vasco,  que estacionou na terceira posição com 35 pontos, viu o Grêmio (34) se  aproximar e se distanciou de Fluminense (39) e Atlético-MG (42). O time  do técnico Cristóvão chegou ainda ao terceiro jogo seguido sem vitória  pela primeira vez na competição.
  O Vasco volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Fluminense, às  18h30m (de Brasília), no Engenhão, pela última rodada do primeiro  turno. No dia seguinte, o Flamengo encara o Botafogo, também no  Engenhão, às 16h (de Brasília).
   Vasco melhor, Flamengo na frente
  O jogo começou em câmera lenta no Engenhão. Com muitos erros de passe,  Flamengo e Vasco concentravam a bola no meio e quase não atacavam. Pior:  abusavam das faltas para parara as jogadas. Foram quatro cartões  amarelos só nos primeiros 30 minutos de jogo. As poucas chances surgiam  em lances esporádicos e quase sempre com a ajudinha do adversário.  Novamente com Juninho Pernambucano e Felipe titulares, a equipe  cruz-maltina dava espaços no meio. E foi por ali que Luiz Antônio e  Negueba tentaram algumas investidas sem sucesso. Na melhor delas, Dedé  errou um dominio fácil e Negueba, mesmo no mano a mano com o zagueiro,  se enrolou todo com a bola.
  Aos poucos, o Vasco acertou a marcação e passou a dominar a posse de  bola. Na maioria das vezes, a equipe do técnico Cristóvão insistia nas  jogadas pela ponta direita com Éder Luis. Aos 10, o atacante passou por  Ramon, chutou o chão e ficou pedindo pênalti. Logo depois, fez fila e só  foi parado na entrada da área por González. Juninho cobrou por cima do  gol.
  O primeiro lance de emoção só aconteceu aos 30 minutos. Mas depois dele  o jogo engrenou Juninho cobrou falta da direita, Alecsandro cabeceou,  Felipe defendeu em dois tempos, a bola bateu no travessão, Douglas e  Dedé se atrapalharam no rebote e só então a zaga flamenguista conseguiu  afastar. Dois minutos depois, o Vasco esteve outra vez perto de abrir o  placar. Wendel recebeu na entrada da área e chutou cruzado, obrigando  Felipe a se esticar para impedir o gol.
  Quando o Vasco era melhor, foi o Flamengo que encontrou o caminho das  redes. Aos 37, Ramon fez boa jogada pelo meio, passou pela marcação e  chutou forte. Fernando Prass tentou segurar e acabou soltando a bola nos  pés de Vagner Love, que só teve o trabalho de empurrar para o fundo das  redes: 1 a 0 no terceiro gol do camisa 99 sobre o rival em 2012.
   Domínio improdutivo e nervosismo vascaíno
  Veio o segundo tempo e o jogo continuou corrido. Com Felipe apagado, Cristóvão trocou o camisa 6 por Carlos Alberto, que voltou a vestir a 10.  E foram do apoiador as duas grandes chances do Vasco para chegar ao  empate. Primeiro, ele chutou de fora da área e Felipe, mais uma vez ele,  fez boa defesa. Aos 14, porém, Carlos Aberto se assustou com a bola que  sobrou limpa após a cobrança de escanteio e chutou em cima do goleiro  rubro-negro com o gol praticamente aberto.
  Vendo Atlético-MG e Fluminense, que venceram na rodada, se  distanciarem, o Vasco começou a se trair pelo próprio nervosismo na  busca pelo empate. E o Flamengo, que nada tinha a ver com isso,  aproveitava os espaços para atacar. Aos 28, Vagner Love chegou a marcar  novamente, mas a arbitragem assinalou impedimento corretamente.
  Cristóvão perdeu Eder Luis, que pediu para sair, e colocou Pipico em  campo. Já o técnico Dorival Junior trocou Thomas por Adryan. A posse de  bola continuava com o Vasco, que, desorganizado, não conseguia  transformar em gols o seu domínio territorial. Um bom termômetro para  explicar o nervosismo vascaíno era Dedé. Errando passes - dez no total -  e domínios que não costuma errar, o zagueiro ainda começou a arriscar  subidas ao ataque em demasia e terminou o jogo com quatro finalizações,  número digno de um atacante.
  Mas o perigo real só surgia nos ataques do Flamengo. Aos 37, Leo Moura  perdeu a grande chance de dar números finais ao jogo. Adryan fez boa  jogada pela esquerda e cruzou rasteiro. A bola passou por Prass e o  lateral-direito, livre, pegou mal na bola. Ele ainda tentou fazer o gol  sentado, mas foi atrapalhado por Pipico e tocou para fora.
  A chance acabou nem fazendo falta. No fim, Fernando Prass ainda foi  para a área rubro-negra tentar ajudar no desespero e quase levou o  segundo gol no contra-ataque.
 
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