O grupo é o da morte. O adversário, o mais temido na chave mais forte  da Taça Libertadores. E as dificuldades que se avizinhavam acabaram se  concretizando na noite desta quinta-feira, numa Arena repleta por 43.628  mil torcedores. O Grêmio fez um primeiro tempo ruim, cresceu na segunda  etapa, mas não conseguiu sair do 0 a 0 com o bom time do Newell's Old  Boys.  O Tricolor saiu de campo com a sensação de que enfrentou o adversário  mais forte do grupo. Muito conscientes, os argentinos tocaram a bola com  qualidade durante boa parte do jogo. Ao longo da partida, o time de  Enderson Moreira encontrou uma forma de atacar e perdeu várias boas  oportunidades de gol na segunda etapa. Barcos e Pará desperdiçaram as  melhores e não deram ao Grêmio a importante e merecida vitória.  saiba mais -    Confira como foi o jogo no Tempo Real
 -    Veja tabela de classificação da Libertadores
 
  Com o resultado, o Grêmio foi aos sete pontos e se manteve na primeira  colocação do Grupo 6. Já o Newell's foi a quatro e divide a segunda  colocação com o Nacional de Medellín. Os dois times voltam a se  enfrentar na próxima rodada da Libertadores, quarta-feira, às 22h (de  Brasília), no caldeirão do El Coloso del Parque.   Newell's toca, Grêmio assiste  Os primeiros minutos de jogo tiveram cara de Libertadores. Catimba  argentina, toque de bola do Newell's e muito contato físico. Mas pouco a  pouco o Grêmio passou a se impor. Aos cinco minutos, após boa trama com  Luan, Zé Roberto saiu na cara de Guzmán e tentou driblá-lo, mas o  goleiro argentino deu um tapa e evitou o pior. Um minuto depois, quase  um gol antológico. Wendell arrancou da esquerda para o meio, passou por  seis jogadores – isso mesmo, seis –, mas foi desarmado antes de entrar  de frente para o gol. Barcos perdeu boas chances contra o Newell's 
(Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital)
 
 O trabalho de bola do Newell's se mantinha invejável. Muita troca de  passes, de pé em pé, mas sem muita objetividade. Quem tinha as melhores  ações ofensivas era mesmo o Grêmio. Isso até os 20 minutos, quando os  argentinos construíram uma ótima oportunidade. Maxi Rodríguez fez bom  lançamento para o jovem Ponce, de apenas 16 anos, que pegou de primeira e  mandou na rede pelo lado de fora. A Arena, mesmo que por alguns  segundos, emudeceu.  Depois do início insinuante, o Grêmio arrefeceu. Passou a forçar as  jogadas com o garoto Luan, que não fez um bom primeiro tempo. Com isso,  os argentinos passaram a ficar ainda mais à vontade em campo e quase  abriram o placar aos 29. Maxi Rodriguéz, o melhor jogador da etapa  inicial, recebeu com liberdade na intermediária e mandou uma bomba. A  bola fez uma curva e passou raspando a trave da meta defendida por  Marcelo Grohe.  O tempo passou, mas o panorama do jogo não se alterou. O Newell's se  assentou em campo e passou a trocar passes com ainda mais naturalidade. O  Grêmio não conseguiu mais atacar, não conseguiu dar um chute a gol  sequer e parecia torcer pelo apito do árbitro para tentar se  restabelecer no vestiário. Quando isso aconteceu, a fala do  lateral-esquerdo Wendell comprovou que o time não estava confortável em  campo.
 – Os caras estão tocando muito a bola, estamos deixando. Isso está nos  incomodando. Vamos ter que corrigir isso para voltar e conquistar a  vitória – disse.
Um time mais veloz  Com um minuto de segundo tempo, o Grêmio fez algo que não havia feito  durante toda a primeira etapa: chutou a gol. Ramiro recebeu com  liberdade pela intermediária e arriscou, mas a gola saiu à direita do  gol de Guzmán. Luan domina a bola contra o Newell's Old Boys 
(Foto: Wesley Santos/Agência PressDigital)
    O Newell's não mudou a sua forma de jogar. A impressão que passava é de  que jamais mudaria, não importava o placar ou contexto do jogo. Porém, o  Grêmio decidiu alterar. Nos primeiros minutos já estava mais agressivo,  amparado nas boas arrancadas de Luan. Mas a principal alteração veio  mesmo do banco. Dudu entrou na vaga de Riveros e deixou a equipe mais  ofensiva. No seu primeiro lance, ele avançou pelo meio e bateu para boa  defesa do goleiro.  Dois minutos depois, aos 16, surgiu a melhor oportunidade do Grêmio em  todo o jogo. Luan fez boa jogada pela direita e serviu a Pará, que,  enfim, acertou um cruzamento. Colocou a bola na cabeça de Zé Roberto,  que tocou, mas mandou a bola por cima do gol com muito perigo. Mas o gol  não saia. Nem mesmo aquela pressão que deixa o torcedor na iminência de  comemorar. Então, Enderson Moreira virou-se ao banco outra vez. Colocou  o argentino Alan Ruiz na vaga de Zé Roberto aos 22 minutos.  O time cresceu. Se empolgou. Passou a empurrar o Newell's para o seu  campo de defesa e criou boas situações para marcar. Em uma das mais  claras, Alan Ruiz fez grande jogada, deu um chapéu no marcador e depois  serviu a Barcos. O Pirata, livre, na frente do goleiro, bateu de perna  esquerda para fora. Dois minutos depois, um lance inacreditável. Barcos  recebeu na área, a zaga afastou e a bola se pfereceu a Pará, que mandou  uma bomba. Ela parou no travessão e não entrou. E se não entrou neste  lance, não iria mais entrar. O Grêmio seguiu em cima, mas não conseguiu  chegar às redes e perdeu os seus primeiros pontos na Libertadores.