Dener faleceu em 1994 após um acidente de carro (Foto: Alcyr Cavalcanti/Cpdoc JB/Futura Pres)
Depois de entrar em contato com o clube no último mês de janeiro, o advogado da viúva Luciana Gabino foi recebido pelo presidente Eurico Miranda e pelo vice-presidente jurídico Paulo Reis em São Januário na última segunda-feira. Luciana assinou acordo, aceitou diminuir um pouco o valor integral da dívida e passa a receber nos próximos nove meses. O primeiro pagamento sai em março.
O acidente gerou indenização de R$ 5 milhões à viúva e aos três filhos, em acordo assinado em 2007 durante a última administração Eurico. Com multas por atraso de pagamento e juros de correção do valor original do espólio, a dívida ainda girava em torno de R$ 1 milhão. Pelo acordo assinado à época, o Vasco pagaria 85% do valor - R$ 3,2 milhões - através do ato trabalhista no Tribunal Regional do Trabalho do Rio, mais os 15% restantes - R$ 1,8 milhão - em 36 parcelas mensais de R$ 50 mil. O último pagamento deveria ter sido feito em setembro de 2010.
Segundo o advogado Renato Menezes, a negociação durou menos de uma hora. Ele não quis entrar em detalhe sobre os valores - a negociação diminuiria a dívida para metade do valor ao qual se somavam multas por atraso de pagamento, juros e correções -, mas elogiou Eurico e atacou o ex-presidente Roberto Dinamite, que prometeu em campanha para a presidência honrar o acordo em programa de televisão, mas depois deixou de pagar o espólio de Dener.
- O que o incompetente do Dinamite não fez em quatro ou cinco anos, em menos de uma hora nós resolvemos com a nova diretoria. Fomos muito bem recebidos pelo doutor Eurico. Ele disse que faz isso porque gosta do Vasco e porque sabe o que o Dener fez pelo clube. Disse ainda que o acordo começou com ele e que iria terminar com ele. Com essas palavras sacramentamos tudo. A família do Dener só tem a agradecer ao doutor Eurico e ao Paulo Reis - frisou.
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Procurada para comentar o acordo, a viúva de Dener Luciana Gabino não quis falar neste momento. Depois de mais de 20 anos da morte do marido, o imbróglio jurídico está perto do fim.
Relembre o caso
O imbróglio jurídico que a morte de Dener gerou é dividido em duas histórias e tem o mesmo motivo: o Vasco, quando contratou o jogador em 1994, não fez seguro de vida para o jogador - fez apenas por acidente de trabalho. À época, Eurico Miranda, então vice de futebol, disse que o jogador não queria fazer seguro em nome da Portuguesa e também alegara que não poderia fazer seguro de pessoa física para pessoa jurídica - o Grêmio, porém, fizera no empréstimo anterior nesses moldes.
A morte de Dener, uma perda irreparável para a família e para o futebol brasileiro, representou também um gasto de quase R$ 10 milhões para os cofres vascaínos - o clube também pagou cerca de US$ 20 mil para a mãe quitar um dos apartamentos que o filho comprara. Dener era o mais alto investimento da equipe para o tricampeonato carioca de 1994.
O clube pagou para a Portuguesa US$ 350, mais o empréstimo do zagueiro Tinho. Em longas batalhas judiciais, a Portuguesa recebeu em 1999 R$ 4,6 milhões. Para a viúva, que pedia indenização original de R$ 15 milhões, o acordo saiu por R$ 5 milhões somente em 2007.
* Colaborou Lucas Loos.
FONTE:
http://glo.bo/1MrAKYN