A frase dita numa rodinha, durante uma breve parada para beber água, passou a não ser levada a sério faz tempo. Nem pelos companheiros nem por ele mesmo. Por mais que repita "meu corpo pede para eu parar", o tom de piada sempre arrancou risadas. E lá ia Serginho, com a entrega de sempre, para o restante da puxada sessão. Aos 39 anos (completa 40 em outubro), o líbero campeão olímpico sonha com o dia em que poderá levar os filhos na escola, andar a cavalo, passar o Natal em casa, ir a todos os aniversários da família. Diverte-se ao dizer que quer sua vida de volta, mas não agora. Ainda tem fôlego para mais alguns anos dentro de quadra e apetite para brigar por títulos. A próxima chance será neste domingo, na final da Superliga, quando o Sesi-SP tentará roubar a coroa do Cruzeiro. A partida terá início às 10h, no Mineirinho (BH), com transmissão da TV Globo e do SporTV. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos.
- Sou um cara de muita sorte. Deus me deu um dom e estou usufruindo o máximo que posso dele. Com o passar do tempo, descobri que a menor distância entre dois pontos é uma reta (risos). Hoje não faço curva para defender uma bola, conheço o atalho. O que facilita bastante. Minha posição também. Se fosse atacante, não conseguiria chegar aos 40 jogando em alto nível. Só o Gilsão Mão de Pilão conseguiu fazer isso.Tenho na minha cabeça que sou um atleta de alto nível, não bebo, não fumo e isso ajuda muito. Tem quem ache que um jogador com minha idade já é velho, mas continuo jogando e enquanto tiver amor pelo esporte e estiver produzindo, não vou parar. Nas palestras que faço, digo que meu sonho era ser um atleta de alto nível. Agora o meu sonho é parar e não consigo! (risos). O pessoal do time diz que se eu parar eles estão ferrados (risos). Fiz muito no vôlei e ainda tenho muita coisa para fazer ainda - disse.
Confira:
Quarentão, Marcelinho "copia" Fofão e chega à final da Superliga no auge
Ao longo da temporada, Serginho viu seu nome ser novamente cogitado por Bernardinho para uma volta à seleção. Depois de dois ciclos olímpicos como vice-campeão, o técnico quer ver sua equipe no alto do pódio nos Jogos do Rio 2016. E, para isso, não descarta a possibilidade de promover o retorno de velhos conhecidos. Entre eles, Serginho, que tem sido monitorado durante todo o campeonato.
- Bernardo é meu amigo, um cara que sempre me ajudou quando precisei. Sempre falei que se precisasse, podia contar comigo. Como todo amante do vôlei, sou apaixonado pela seleção, torço e choro pelos meus amigos. Mas eu estava torcendo para ele não precisar. Só falei com ele quando teve aquele problema de saúde. E olha que é difícil fazer isso por telefone porque está sempre na quadra, não dorme (risos). Mas é claro que fico feliz por ele ter falado que eu estava na mira. Bernardo sabe a minha postura em quadra, da minha liderança. E se falou isso, é sinal de que estou jogando bem. Ainda não perdi a velocidade e o reflexo. Durante toda a carreira a única parte do meu corpo que acusou foram as minhas costas (fez uma cirurgia na coluna em 2010). O resto está preservado. Mas sei que o vôlei é passageiro e não fico pensando que a temporada tal pode ser a última. Quando decidir parar, vai ser com a cabeça tranquila.
Líder dentro das quatro linhas, Serginho é também um dos conselheiros da equipe. Gosta do papel, mas acredita que nesta decisão precisará dar poucas orientações.
- Eu sou uma espécie não de um técnico, mas um cara que passa muita informação e calma ali dentro. Mas temos um time experiente, com jogadores acostumados a jogar uma decisão já que a maioria atuou fora do país. O Lucarelli é jovem, mas é rodado. Ele deixou de ser promessa, carrega um fardo mais pesado do que carregava e joga num time montado para ganhar competições. E é nítido o amadurecimento dele, apesar da pouca idade. Vai evoluir mais ainda e, dentro de mais um tempinho, vai ser diferenciado.
Com um currículo repleto de títulos com a seleção, o experiente líbero tem apenas um na Superliga. Fez parte do elenco do Sesi-SP, campeão da Superliga na temporada 2010/2011 ao bater exatamente o Cruzeiro, num Mineirinho lotado. Na edição passada, os times voltaram a ficar frente a frente, no mesmo palco, e os donos da casa deram o troco. Embora o time paulista tenha sido responsável por duas das três derrotas sofridas pelos comandados do técnico Marcelo Mendez em 22 jogos, Serginho diz que os resultados ficaram no passado.
- O turno e o returno hoje não contam mais. A final do ano passado também. Foi muito ruim, havíamos perdido Evandro, com o dedo machucado, e o Renan também. Mas desta vez, chega todo mundo inteiro. O time perdeu alguns jogos que não poderia ter perdido, mas evoluiu e entrou bem nos playoffs. Cresceu na hora certa. A arma para ganhar? A gente precisa jogar. Acho que vai ser um 3 a 2 bem jogado e torço para que a gente possa ganhar desta vez.
Serginho comemora ponto com Marcelinho
Elgarten (Foto: Divulgação / Sesi-SP)
- Sou um cara de muita sorte. Deus me deu um dom e estou usufruindo o máximo que posso dele. Com o passar do tempo, descobri que a menor distância entre dois pontos é uma reta (risos). Hoje não faço curva para defender uma bola, conheço o atalho. O que facilita bastante. Minha posição também. Se fosse atacante, não conseguiria chegar aos 40 jogando em alto nível. Só o Gilsão Mão de Pilão conseguiu fazer isso.Tenho na minha cabeça que sou um atleta de alto nível, não bebo, não fumo e isso ajuda muito. Tem quem ache que um jogador com minha idade já é velho, mas continuo jogando e enquanto tiver amor pelo esporte e estiver produzindo, não vou parar. Nas palestras que faço, digo que meu sonho era ser um atleta de alto nível. Agora o meu sonho é parar e não consigo! (risos). O pessoal do time diz que se eu parar eles estão ferrados (risos). Fiz muito no vôlei e ainda tenho muita coisa para fazer ainda - disse.
Confira:
Quarentão, Marcelinho "copia" Fofão e chega à final da Superliga no auge
Ao longo da temporada, Serginho viu seu nome ser novamente cogitado por Bernardinho para uma volta à seleção. Depois de dois ciclos olímpicos como vice-campeão, o técnico quer ver sua equipe no alto do pódio nos Jogos do Rio 2016. E, para isso, não descarta a possibilidade de promover o retorno de velhos conhecidos. Entre eles, Serginho, que tem sido monitorado durante todo o campeonato.
- Bernardo é meu amigo, um cara que sempre me ajudou quando precisei. Sempre falei que se precisasse, podia contar comigo. Como todo amante do vôlei, sou apaixonado pela seleção, torço e choro pelos meus amigos. Mas eu estava torcendo para ele não precisar. Só falei com ele quando teve aquele problema de saúde. E olha que é difícil fazer isso por telefone porque está sempre na quadra, não dorme (risos). Mas é claro que fico feliz por ele ter falado que eu estava na mira. Bernardo sabe a minha postura em quadra, da minha liderança. E se falou isso, é sinal de que estou jogando bem. Ainda não perdi a velocidade e o reflexo. Durante toda a carreira a única parte do meu corpo que acusou foram as minhas costas (fez uma cirurgia na coluna em 2010). O resto está preservado. Mas sei que o vôlei é passageiro e não fico pensando que a temporada tal pode ser a última. Quando decidir parar, vai ser com a cabeça tranquila.
Líder dentro das quatro linhas, Serginho é também um dos conselheiros da equipe. Gosta do papel, mas acredita que nesta decisão precisará dar poucas orientações.
Serginho em ação durante a partida das semifinais
contra o Taubaté (Foto: Lucas Dantas/
Divulgação Sesi-SP)
Com um currículo repleto de títulos com a seleção, o experiente líbero tem apenas um na Superliga. Fez parte do elenco do Sesi-SP, campeão da Superliga na temporada 2010/2011 ao bater exatamente o Cruzeiro, num Mineirinho lotado. Na edição passada, os times voltaram a ficar frente a frente, no mesmo palco, e os donos da casa deram o troco. Embora o time paulista tenha sido responsável por duas das três derrotas sofridas pelos comandados do técnico Marcelo Mendez em 22 jogos, Serginho diz que os resultados ficaram no passado.
- O turno e o returno hoje não contam mais. A final do ano passado também. Foi muito ruim, havíamos perdido Evandro, com o dedo machucado, e o Renan também. Mas desta vez, chega todo mundo inteiro. O time perdeu alguns jogos que não poderia ter perdido, mas evoluiu e entrou bem nos playoffs. Cresceu na hora certa. A arma para ganhar? A gente precisa jogar. Acho que vai ser um 3 a 2 bem jogado e torço para que a gente possa ganhar desta vez.