O senador Roberto Requião (PMDB-PR), em entrevista ao jornalista Adilson Arantes, da Rádio Difusora AM 590, decretou o fim do governo provisório de Michel Temer (PMDB) e conclamou nova eleições para tirar o país da crise política.
“Quando maior a crise, mais perto estamos da solução”, disse o parlamentar, ao defender uma modificação no sistema político brasileiro. “E nós precisamos de novas eleições”.
No governo atual, segundo Requião, o que está avançando é o entreguismo. É claro que existem quadrilhas na política já identificados, mas atrás disso está o poder do capital financeiro.
Na entrevista que foi ao ar na manhã desta quinta-feira (16), o peemedebista denunciou que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está propondo o teto dos gastos públicos é o fim dos investimentos na saúde e na educação.
“A reforma na previdência também penaliza os trabalhadores, pois a média de vida no Piauí é de 65 anos, mas há intenção de elevar para 70 anos a idade média para aposentadoria. A pessoas contribuirão a vida inteira e morreria antes de aposentar”.
“O sistema de financiamento de campanhas é corrupto e precisa ser modificado”, repetiu várias vezes ao defender o fim do financiamento de empresas.
“Esse governo do Temer é tão ilegítimo quanto foi o da Dilma quando não seguiu os compromissos de campanha. A irritação com Dilma é porque ela tentou essa política econômica de direita. Agora Temer assume e vai para uma visão de direita absoluta, fazendo a política dos banqueiros e abandonando todas as políticas que privilegiam o povo e o trabalho e próprio desenvolvimento”, comparou.
“A solução é eleição direta. Quem tem que decidir é o povo, não os banqueiros”, disse.
O senador Roberto Requião defende as investigações da Lava Jato porque, segundo ele, o poder econômico tenta tomar conta do país através do financiamento de campanhas eleitorais. “Tem que proibir financiamento de pessoas jurídicas”.
Para o parlamentar, ladrão tem de ir para a cadeia. Segundo ele, no Paraná, por exemplo, tem os desvios de recursos para a construção de escolas pelo governo Beto Richa (PSDB) e das propinas na Receita Estadual. “Queremos a lava Jato também nos estados”.
“A política econômica de Temer é uma barbaridade elevada ao cubo em comparação a de Dilma, a qual eu também me contrapunha”, destacou.
“Eu sou oposição [ao governo Temer] porque eu sou brasileiro. Defendo os interesses do Paraná, do Brasil, do capital produtivo e das pessoas que querem o desenvolvimento”, afirmou Requião, que ressaltou: “Eu sempre fui oposição a essa gente [do PMDB]”.
Requião finalizou a entrevista dizendo que “o governo Temer é o governo do capital financeiro e dos bancos”. De acordo com o senador, não é Dilma ou Temer que estão em jogo, mas é o Brasil enquanto Nação.