O senador Roberto Requião (PMDB) e o ex-jogador e comentarista esportivo Walter Casagrande foram os convidados do "Mariana Godoy Entrevista" desta sexta-feira (08).
Vestindo a sua jaqueta de couro que é sua "marca registrada", Roberto Requião foi o primeiro convidado da noite. O senador explicou o termo "PMDB de Guerra": "É o partido das classes populares, das mulheres, dos trabalhadores, das minorias, dos funcionários públicos, que foi se dissolvendo até se tornar esta confusão que está hoje".
Requião afirmou que "é possível" inverter o processo de impeachment de Dilma no Senado. O senador disse que a proposta de Michel Temer de "Ponte para o Futuro" é "tão atrapalhada contra o governo Dilma" e declarou que o crime de responsabilidade "não existe": "Ela foi afastada pois se comunicou mal com os parlamentares. E por que perdeu boa parte seu apoio, fora o popular, pois se elegeu com uma proposta de governo desenvolvista e acabou na mão da banca e colocou o Joaquim Levy".
O senador também explicou o caso de um suposto jantar que ofereceu em homenagem ao ex-presidente Lula: "Eu fiz dois encontros lá em casa com 30 senadores. Para derrubar o impeachment precisamos de 27. Mas decidimos que devíamos fazer jantares menores pois a conversa fluiria de maneira melhor. Eu fiz um jantar e o Lula estava em Brasília e convidei ele para ele dizer o que pensa de tudo isso. E eu convidei seis senadores, e todos eles foram".
"É absolutamente impossível a Dilma não voltar", cravou Requião. Segundo o senador, os colegas que votaram contra continuam firmes, e disse que é "praticamente impossível" que, se Dilma conversar com os seis senadores que ela precisa, eles não mudem o voto. "A Dilma só não volta se ela não quiser. Se ela não quiser conversar, se ela não quiser ceder", justificou.
"Eu conheço o Temer há muito anos e ele nunca falou em acabar com direitos do trabalhador. Mas a vaidade o levou a isso", avaliou o senador. Requião aconselhou Dilma a falar que irá controlar o câmbio, que controle a inflação e realize o ajuste fiscal. "Que plano de governo tem meu amigo Temer?", questionou o senador.
Requião afirmou que caminha no "sentido da visão programática do partido", e que os outros afiliados é que estão saindo do caminho. "Eu acredito na Dilma, ela é uma mulher honesta. Eu tenho legitimidade para fazer a crítica pois desde que eu assumi no Senado e assumi a crítica da Dilma e do Lula. E quem era seus aliados? Esses que hoje fazem oposição. E é uma oposição por vaidade", contou. O senador disse que é a favor das "10 Medidas Contra a Corrupção", mas "com calma". Sobre as investigações do escândalo do Banestado, Requião esclareceu que as investigações pararam pois foi feito "um acordo com o Capital".
"A volta da Dilma é importante para que não se quebre o processo democrático do país", respondeu o senador quando questionado se o caminho a se tomar não seria a convocação de novas eleições.
Sobre sua citação nas investigações da Lava Jato, Requião afirmou que não tem preocupação: "Foi uma doação da JBS para a gente fazer campanha no Paraná".
O senador disse que "tentou duas vezes ser candidato [à Presidência] no PMDB". "Nessa última eu percebi que me ofereciam apoio, mas que ele queriam retirar a dobrada com o PT e apoiar o Aécio Neves", contou. "Eu quero é ver o Brasil mudar, não tenho pretensão pessoal nenhuma. Meu objetivo, aos 75 anos de vida, é ver o Brasil consertado, impedir que os trabalhadores sejam ferrados, que acabam com a aposentadoria", disse Requião.
"Eduardo Cunha não é o Diabo, mas é um ajudante dele", encerrou Requião.
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