Manoel da Lupa, ex-presidente da Portuguesa (Foto: Marcos de Paula / Agência Estado)
O Conselho Deliberativo criou uma comissão para apurar supostas responsabilidades pelo erro que fez com que Héverton, suspenso, entrasse em campo no final do jogo contra o Grêmio, pela última rodada do Brasileiro do ano passado. As investigações apontam para o ex-presidente Manuel da Conceição Ferreira, o Manuel da Lupa.
– Ao que tudo indica, o resultado mostrará um erro administrativo e vamos responsabilizá-lo civil e criminalmente. Um processo de no mínimo R$ 30 milhões – afirma o presidente do Conselho, Marco Antonio Teixeira.
Ao mesmo tempo, um inquérito do Ministério Público de São Paulo investiga os motivos que fizeram Héverton ser escalado naquela tarde – uma ação que encontrou também suspeitas movimentações de dinheiro de cartolas, envolvendo o banco Banif, parceiro do clube por anos.
Responsável pelo inquérito, o procurador Roberto Senise Lisboa já deu declarações sobre existência de indícios de uma suposta corrupção para que Héverton jogasse de forma proposital – nenhuma prova contundente foi apresentada até agora.
"Escalação premeditada"
Na última semana, uma entrevista do presidente Ilídio Lico ao jornalista Jorge Nicola, do portal Yahoo, gerou mal-estar no clube. Ele afirmou que a participação do atleta, de forma irregular, teria sido “premeditada”.
Nesta segunda-feira, foi a vez de Guto Ferreira, técnico da Portuguesa na época da escalação de Héverton e atualmente na Ponte Preta, lançar dúvidas sobre o caso.
– Na realidade, a gente tem ideias do que pode ter acontecido, mas como não tem provas não pode ficar falando. Há pessoas responsáveis por desvendar, tem muita gente correndo atrás disso. Mas dizer que digeriu na minha cabeça, não digeriu. É vida que segue – disse o treinador, em entrevista ao Arena SporTV.
As declarações de Lico e Guto geraram constrangimento no Canindé. Em contato com o GloboEsporte.com, Lico afirmou que não poderia sustentar uma acusação como esta sem ter provas. No clube, foi duramente repreendido por outros dirigentes por levantar a suspeita sem indícios concretos.
No último sábado, quando o time venceu o Luverdense por 1 a 0 após 14 jogos de jejum, Lico não foi ao estádio – da diretoria, apenas dois membros estavam nas tribunas: os vices de comunicação, Luiz Filho, e de marketing, Armando da Costa Gonçalves. Pouco antes do duelo, torcedores se reuniram para protestar. Eles responsabilizaram tanto a antiga como a atual administração pela situação da equipe.
FONTE:
http://glo.bo/1AZPH46