Por 51 anos, Brasil brilhou pouco na principal competição do continente
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Por 51 anos, Brasil brilhou pouco na principal competição do continente


Série do 'Jornal Nacional' lembra nossas três únicas conquistas do Campeonato Sul-Americano de Seleções, disputado entre 1916 e 1967

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
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Entre 1916 e 1967, o principal torneio de futebol da América do Sul era conhecido como Campeonato Sul-Americano de Seleções. Durante estas seis décadas, 29 edições foram disputadas, e a Seleção Brasileira sagrou-se campeã em apenas três ocasiões. As três conquistas foram nos anos em que o Brasil sediou o evento: 1919, 1922 e 1949.
Em 1919, a Seleção Brasileira somava apenas cinco anos de existência. E o futebol ainda era um esporte dominado pela elite, branca e carregada de preconceito racial. Mesmo assim quem comandou o Brasil rumo ao título foi um mulato.

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Fruto da união de um alemão com uma ex-escrava, Arthur Friedenreich tornou-se um dos
primeiros exemplos da linhagem mestiça que, ao longo de tantas décadas, marcou a história
vitoriosa da Seleção Brasileira.
- Ele era um tipo diferente. Mulato, cabelo crespo e os olhos azuis, que ele tirou do pai -
descreveu o radialista Luís Mendes.
Friedenreich Copa América (Foto: Reprodução)Arthur Friedenreich (no centro) tenta a jogada pela Seleção Brasileira, no ano de 1919 (Foto: Reprodução)

- Mesmo sendo mulato, ele era adorado entre as elites. A minha maior tristeza é não ter visto
esse cara jogar de verdade - disse Alexandre da Costa, autor de 'O Tigre do Futebol', biografia
de Friedenreich.

Era um time que despertava
paixões porque jogava um futebol refinado"
historiador A. C. Napoleão, sobre o time de 1949

No dia 29 de maio de 1919, no estádio das Laranjeiras, o Brasil encarou a poderosa equipe uruguaia, que havia vencido as duas primeiras edições do Sul-Americano e gozava de pleno respeito dos adversários. Mas a reverência mudaria de lado.
O 0 a 0 manteve-se no placar ao final do tempo regulamentar e também da primeira prorrogação. Somente no segundo período extra de 30 minutos Arthur Friedenreich fez o gol da vitória brasileira. Tão logo acabou o jogo, recebeu dos próprios uruguaios o apelido de El Tigre.

- Durou 150 minutos a final contra o Uruguai, que tinha um grande futebol, tanto que (posteriormente) foi duas vezes campeão olímpico, outras duas vezes campeão do mundo - contou Luís Mendes.

Em 1922, um título esvaziado por desistências


Em 1920, o Uruguai voltou a vencer a disputa e em 1921 a Argentina faturou o seu primeiro
Sul-Americano. O Brasil organizou novamente a competição em 1922, mas ela acabaria esvaziada por dois motivos: primeiro, a ausência nos jogos de Friendenreich, lesionado; segundo, pela desistência de uruguaios e argentinos no meio da competição.
- Uruguai e Argentina foram embora antes porque se consideraram roubados. Tanto que a
final foi contra o Paraguai - salientou Mendes.
A decisão contra os paraguaios terminou com um 3 a 0 para o Brasil, gols de Nego e Formiga
(2). Era a segunda conquista brasileira.

1949 - A consagração de Ademir Menezes
Ademir Menezes Copa América (Foto: Reprodução)Ademir Menezes, o artilheiro da Seleção em 1949

Os brasileiros precisariam esperar 27 anos para dominar novamente a América do Sul. Passou tanto tempo que o estádio das Laranjeiras tornou-se acanhado diante de São Januário, maior e mais confortável. Em 1949, o campo do Vasco recebeu os jogos principais do  torneio.
E naquele ano o Brasil atropelou os adversários. Venceu o Equador por 9 a 1, a Bolívia por 10 a 1, a Colômbia por 5 a 0, o Peru por 7 a 1, teve goleada no Uruguai por 5 a 1... Apesar das vitórias, todos queriam ver o centroavante pernambucano Ademir Menezes, idolatrado pela torcida e que o técnico Flávio Costa, por birra, diziam, quase não usou ao longo da competição.
- E aí o Flavio Costa resolve botar o Ademir. Resultado: ele entra, faz três gols, o Brasil ganha de 7 do Paraguai e a partir desse dia ficou-se sabendo que a Seleção Brasileira sem o Ademir não era a Seleção Brasileira - contou o jornalista e escritor João Máximo.
- Jair Rosa Pinto, Ademir Menezes, Zizinho, Barbosa, Bauer... Era um time que despertava
paixões porque jogava um futebol refinado – lembrou o historiador Antônio Carlos Napoleão.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-america/noticia/2011/06/brasil-campeao-da-america-tres-primeiras-conquistas-da-selecao.html



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