Esporte
Poliglotas, meninas falam de russo a macedônio: 'Uma torre de babel'
Casada com um macedônio, Duda teve que aprender idioma na marra, assim como Alê, que atua na Áustria e fala alemão, Mayssa, que fala russo e mais três idiomas
Por Thierry GozzerDireto de Belgrado, Sérvia
A seleção brasileira terá um duro rival pela frente nas oitavas de final do Mundial de handebol. A rival desta segunda-feira, às 15h (de Brasília), na Arena Belgrado, será a Holanda, que eliminou a Rússia da fase de classificação para a competição. Dentro de quadra, porém, as meninas não contarão apenas com o talento para derrubar mais um oponente. Para vencer Dinamarca, Sérvia, e tendo como possíveis rivais adiante seleções como Montenegro, Noruega e França, o grupo brasileiro conta também com o idioma. É que as 16 meninas formam praticamente uma Torre de Babel, com jogadoras fluentes em várias línguas, eficientes quando o assunto é argumentar com a arbitragem e até mesmo provocar as adversárias. O GloboEsporte.com acompanha o duelo em Tempo Real.
A armadora esquerda Duda, por exemplo, é casada com um macedônio e fala fluentemente a língua local. Além disso, fala ainda húngaro, já que há quatro anos joga no Gyor Eto, da Hungria. Alexandra, jogando há dez anos na Áustria, é fluente no alemão, e assim, como melhor do mundo atualmente, se comunica com a imprensa europeia no Mundial. Mayssa, que joga na Rússia, arranha o idioma, mas também fala espanhol, inglês e francês. A armadora Karol, outra que atua na Europa, tem aprendido rapidamente o dinamarquês, já que joga no Tvis Holstebro.
Duda em ação no Gyor, time húngaro onde a jogadora
atua há quatro anos (Foto: Reprodução/Facebook)
- Não tive para onde correr. Quando cheguei na Áustria, tive seis meses para aprender o alemão, ao menos termos específicos de quadra e de treino, como posicionamento, e palavras que são usadas durante o jogo. E agora, depois de tanto tempo lá, já falo fluentemente e me comunico normalmente em alemão. O espanhol, idioma do meu marido (que é chileno) também aprendi. Somos quase uma Torre de Babel. Um pouquinho de cada coisa. O handebol nos proporcionou aprender vários idiomas - explica Alexandra Nascimento.
Mayssa nasceu na Paraíba, mas pode se dizer uma cidadã do mundo. Depois de passar por Espanha e França, agora está na Rússia. Onde se esforça para aprender o idioma e já aprendeu muita coisa.
Alexandra Nascimento e Fernanda na Winner's Cup de handebol (Foto: Hypo Nö/Divulgação)
- Isso é bom culturalmente. As meninas que saíram do Brasil aprenderam bastante. Eu me vi com a obrigação de aprender as línguas. Quando estive na Espanha, fiz isso para me comunicar com minhas companheiras de equipe e treinador. E na França a mesma coisa. Não foi diferente. Agora que fui para a Rússia, me aprofundei mais no inglês para não chegar lá sem falar nada com ninguém. E agora estou aprendendo o russo também para me comunicar com minha equipe. É importante para a minha cultura e acredito que se estivesse no Brasil estudando línguas, com certeza não falaria fluentemente como falo agora - diz Mayssa.
A armadora Duda é outra que fala vários idiomas. Ela, porém, teve que aprender o macedônico de qualquer forma. Casado com um macedônio, ela fala o idioma dentro de casa, e por isso aprendeu rapidamente. Agora, jogando há quatro anos na Hungria, também pegou o húngaro com facilidade.
- Meu primeiro clube foi na Macedônia. Foi um pouco difícil porque não tem nada parecido com o português. Mas tive que aprender, porque tinha que treinar e o meu namorado, hoje meu atual marido, é da Macedônia, e não tem muita gente falando inglês. Em casa, a gente se fala em macedônico. Agora, um idioma mais difícil ainda é o húngaro. Falo como um índio fala português, mas já falo depois de jogar quatro anos lá. E também falo inglês e arranho o espanhol - brinca Duda.FONTE:http://globoesporte.globo.com/handebol/noticia/2013/12/poliglotas-meninas-falam-de-russo-macedonio-uma-torre-de-babel.html
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