Ao retornar ao antigo colégio, Guga causa alvoroço e vira o centro das atenções. Na época em que transitava pelos corredores e pátio do colégio, tornar-se o "rei do saibro" estava muito longe da realidade.
- Roland Garros era muito distante. O meu sonho, em 92, seria um dia jogar. Nem pensava em chegar às oitavas - contou o ex-tenista.
No início da carreira, o objetivo do catarinense era simplesmente ter a oportunidade de disputar o torneio. A dedicação, porém, já era de campeão. Ele relembra os períodos de sacrifício, esforço e dedicação exclusiva ao tênis.
- Era eu, Larri e o Bernardo, o outro menino que treinava com a gente, em um quarto pequeno, com uma cama só. Da mesma forma que era tudo contadinho, era sofrido, mas era gostoso, porque tudo o que a gente conquistava tinha muito valor.
- Paris é muito especial. Eu vou percorrendo as ruas e lembrando de ótimos momentos. Escolhi um bom lugar para tornar especial - brincou.
Foi lá que em 1997, o cabeludo de roupa extravagante surpreendeu o mundo ao levantar pela primeira vez a taça. O segundo título veio em 2000, contra Magnus Norman. Mas foi em 2001 que o brasileiro garantiu a última grande conquista de uma carreira espetacular.
- Foi a final que eu mais me surpreendi. De cara eu tive um desconforto, um incômodo que nas outras finais eu não tive. Porque eu vinha ganhando do Corretja nos últimos anos com tranquilidade. Durante alguns anos quando eu entrava na quadra, no saibro principalmente, eu sabia que ia ganhar e o adversário sabia que ia perder. E de repente ele ganhou o primeiro set num tie-break. O jogo foi duro e ele estava controlando. E aquilo me perturbava muito. Ele mandou uma bola que saiu por um centímetro e partir dali o jogo mudou. No final foi bacana porque eu curti muito. Abri uma vantagem gigantesca e durante o quarto set eu jogava sabendo que ia ganhar, compartilhando com o pessoal - recordou.
O tricampeão atribui parte de seu sucesso em Roland Garros à magia de Paris, cidade que o acolheu.
- Talvez em outra cidade não tão representativa eu não teria essa inspiração toda. Queira ou não queira todo esse deslumbre todo, esse desejo fantástico do torneio envolve a cidade também como um todo - concluiu.
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/programas/esporte-espetacular/noticia/2011/06/para-celebrar-dez-anos-do-tri-guga-visita-locais-marcantes-de-sua-carreira.html