Tecnicamente, o jogo do dia 3 de junho de 2001, há dez anos, valeu apenas uma vaga nas oitavas de final em Roland Garros. Guga, porém, viu aquela virada contra um desconhecido - que teve até um match point - como uma segunda vida no torneio. Em conversa com o GLOBOESPORTE.COM na sede de sua empresa, em Florianópolis, o ex-número 1 do mundo tentou explicar o que sentiu naqueles rápidos minutos após o triunfo.
Dez anos depois, Guga acredita que aquela partida foi um microcosmo de sua carreira. O catarinense sempre acreditou que poderia superar adversidades, sempre lutou por seus objetivos e quebrou barreiras. Em 1997, tornou-se o primeiro brasileiro a vencer um Grand Slam em simples. Três anos depois, chegou ao inédito posto de número 1 do mundo. O coração desenhado no saibro simbolizou um pouco de tudo.
- Mesmo sendo ruim, mesmo sendo desagradável às vezes, frustrado, mas pô, tem uma recompensa, tem algo. E eu vou continuar lutando, vou continuar brigando e encontrar uma coisa boa. Se tiver só um pedacinho assim, eu vou lá e acho. Então aquele jogo resumiu muito o que é minha filosofia de vida, minha entrega com o tênis. E aí acho que encaixou, sabe? Para mim, foi a ação mais marcante da minha carreira. Por mais do nada que tenha surgido, por mais espontâneo que tenha sido, acho que só dessa forma mesmo para conseguir fazer algo com tanto sincronismo para o que realmente eu estava pensando. Tentando explicar aqui em 20 minutos, ficou mais fácil fazer aquilo ali, na quadra central de Roland Garros, que pra mim ainda hoje é emocionante.