Imagine belas mulheres bronzeadas usando trajes minúsculos e doidas para caírem nos braços de um jovem cheio de saúde. A cena desejada por milhões e milhões de homens é uma realidade comum ao dia a dia de Gabriel Medina, atual líder do ranking mundial de surfe. Os rapazes solteiros não pensariam duas vezes antes de se entregarem à tentação da carne. E o paulista de 20 anos de idade seguiu a tendência natural nas últimas duas temporadas. Mas, neste ano, após alternar ótimos e fracos resultados, ele decidiu mudar radicalmente. Não resistir à tentação em lugares como Austrália, França, Havaí, Portugal e Brasil estava tirando o foco principal do fenômeno da nova geração: ser o primeiro brasileiro campeão mundial do WCT, circuito que reúne a elite do esporte. Era hora de evitar garotas e até baladas, principalmente perto dos campeonatos, para que ele pudesse pensar apenas em surfar ondas melhores do que os seus adversários de altíssimo nível.
Medina venceu duas etapas do WCT
nesta temporada, a última delas nas
Ilhas Fiji, em junho (Foto:
S. Robertson / ASP)
O esforço tem valido a pena. Passadas seis das onze etapas da temporada, Medina está na ponta, à frente de feras campeãs como os australianos Joel Parkinson e Mick Fanning, além do mito Kelly Slater. Juntos, esses três somam nada menos do que 15 títulos mundiais, sendo 11 do americano. A dura abstenção de Gabriel vai ser colocada à prova novamente a partir desta sexta-feira, quando começa a disputa do WCT de Teahupoo, a "praia dos crânios quebrados", no Taiti.
Gabriel Medina e um amigo animados na Times Square (Foto: Reprodução Instagram)
Além de abrir mão de sair com as várias mulheres que não saem do seu pé, muitas delas as chamadas "maria-parafinas" - em alusão ao termo futebolístico "maria-chuteira" -, Medina também deixou de jogar futebol e de andar tão constantemente de skate.
- No ano passado, eu caí na realidade. Quando eu entrei no WCT (na metade de 2011), eu ganhei duas etapas, fui bem em várias que duvidavam de mim e me empolguei demais. No ano seguinte, eu comecei mal, comecei de forma horrível na perna da Austrália, mas serviu de inspiração. Eu normalmente jogava bola, hoje em dia eu não posso jogar. Antes, eu andava mais de skate.
Gabriel Medina participa de evento, em São Paulo, antes da ida ao Taiti (Foto: David Abramvezt)
- Esses cinco primeiros ou seis primeiros são sempre os mesmos. Kelly, Mick, Parko e Taj. Na verdade, eu nunca imaginei. Sei lá, estou vivendo um sonho de estar ali no topo, na frente desses caras que sempre foram os meus ídolos. É até estranho eu estar ali, mas é a realidade. Eu vou fazer de tudo para conseguir um bom resultado em Teahupoo para manter o topo e continuar bem na luta pelo título mundial. Eu tenho treinado bastante, estou muito confiante e com pranchas muito boas. Já foi metade da temporada e eu estou muito ansioso para ver o que vai acontecer até o final do ano.
Sempre falando em ser campeão mundial, Gabriel afirma ter traçado vários planos para atingir o feito que se espera dele desde que virou o mais jovem surfista a ser campeão de uma etapa do WQS, a divisão de acesso do surfe mundial, aos 15 anos de idade, na Praia da Joaquina, em Florianópolis, em 2009. Depois da disputa no Taiti, restarão cinco etapas do WCT: Trestles (EUA), Hossegor (FRA), Peniche (POR) e Pipeline (HAV).
- Estas etapas que estão por vir são etapas boas para mim. Eu já fiz bons resultados na França, Portugal, Trestles e Havaí. Se eu for bem, depende o bem, no Taiti, e conseguir um terceiro lugar para cima nas duas próximas etapas, acho possível o título mundial em Portugal. Existe sim a possibilidade de ser campeão antecipadamente. Mas esse é o plano A. Também tenho o plano B e o plano C. O que eu quero é ser campeão mundial - finalizou Gabriel Medina.
Medina é carregado durante a
comemoração da sua vitória na
etapa da Gold Coast, neste ano
(Foto: Kelly Cestari / ASP)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/radicais/surfe/noticia/2014/08/medina-evita-mulheres-e-baladas-para-manter-topo-do-ranking-nem-pensar.html