- Beleza e problemas por dentro
- acesso complicado
- operários no chão e sem acesso
A falta de gols não impediu a bonita festa da torcida de Cuiabá, que esperou por quatro anos para ver a bola rolar na Arena Pantanal. No total, cerca de 20 mil pessoas compareceram ao estádio (16.800 ingressos vendidos, 1.500 operários, 1.680 camarotes e o restante de convidados). Mas o jogo não foi um teste oficial coordenado pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo. O “padrão Fifa”, portanto, não foi posto à prova.
Apesar dos problemas, o secretário da Secopa-MT, Maurício Guimarães, aprovou a inauguração da Arena Pantanal.
– Saio muito satisfeito. Com o resultado da partida, já que o Mixto levou o jogo para a Vila Belmiro, e com o comportamento da população. As pessoas vieram para ver um grande jogo, para conhecer uma arena de primeiro mundo. Se sentiram dentro de um estádio fora do que estavam acostumados.
Foi muito positivo. Ainda falta muito trabalho para que estejamos aptos a realizar a Copa do Mundo. Porém, todas as forças funcionaram dentro da normalidade. Governo, segurança, saúde, trânsito, e a evacuação do estádio foi muito boa. Em menos de três minutos já não havia mais torcedores dentro do estádio – disse o secretário.
(Fotos: Marcelo Baltar)
Maurício Guimarães ainda se mostrou otimista e garantiu que não poupará esforços para que tudo esteja pronto até o dia 26 deste mês, quando o Luverdense recebe Vasco pela Série B do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, a Arena Pantanal terá sua capacidade máxima. Será o primeiro teste oficial do Comitê Organizador Local (COL) no estádio.
– Fizemos o que tinha de melhor, o que nos leva a ter obrigação de fazer as correções necessárias. Sabemos que muita coisa precisa ser corrigida. É normal. Foi nosso primeiro evento-teste, e o estádio ainda não está acabado. Restam as cadeiras para serem instaladas, alguns acabamentos. Na partida entre Luverdense e Vasco estará tudo pronto. A preparação para esse jogo já começa agora. As cadeiras já estão em transporte, e vamos colocar uma força-tarefa para deixar tudo pronto – prometeu o secretário da Secopa-MT.
Beleza e problemas por dentro
Telões, gramado, camarotes, sistema de som. Muita coisa funcionou bem na parte interna do estádio. Até os sistemas de telefonia e internet móvel, problemas constante nas arenas recém-inauguradas para o Mundial, funcionaram razoavelmente.
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Os confortáveis camarotes receberam convidados e autoridades com comes e bebes liberados. Tudo correu bem. A visão do campo foi elogiada pelos torcedores, que conseguiram assistir ao jogo confortavelmente. As cadeiras, apesar de instaladas há pouco tempo (houve assentos colocados no dia do jogo), resistiram sem maiores problemas.
Mas nem tudo funcionou perfeitamente dentro da arena. Com poucas lixeiras, os banheiros ficaram constantemente sujos. Em um deles faltou água nas torneiras. Nas lanchonetes, os torcedores só enfrentaram filas no intervalo. Algo normal em qualquer estádio. No entanto, o tempo de espera era de, no máximo, dez minutos. O que deixou a desejar foi a pouca variedadee quantidade de produtos. Alguns acabaram antes mesmo do intervalo da partida.
Outro ponto negativo foi a falta de um espaço específico para portadores de necessidades especiais. Cadeirantes e deficientes físicos foram alocados num corredor entre as arquibancadas. Na Copa eles terão um local destinado. As bilheterias eletrônicas também não funcionaram, mas a Secopa-MT já havia alertado que não estariam em uso nesta quarta-feira.
acesso complicado
O acesso ao estádio ainda é complicado. Horas antes do jogo, o trânsito em Cuiabá deu um nó por conta da inauguração da Arena Pantanal. Para o evento, a polícia fechou o acesso de carros às proximidades do estádio. Algumas pessoas tiveram de andar no escuro, em pontos com muita lama (choveu muito durante o dia em Cuiabá) para chegar ao estádio.
Chuva causou transtorno na chegada
dos torcedores ao estádio em Cuiabá
(Foto: Marcos Lamdim / TCCA03)
A falta de iluminação, aliás, ainda é um problema grave. O entorno do estádio é escuro. Alguns postes foram instalados nesta quarta-feira, mas não foram suficientes. Vários deles estão espalhados ao redor da arena. A promessa é de que todos estejam em condições de uso para a partida do dia 26 de abril.
Por outro lado, não houve registro de tumulto na entrada da torcida na Arena Pantanal. Os torcedores ingressaram com calma e não encontraram longas filas. Cerca de mil policiais militares trabalharam no jogo. A falta de lixeiras, porém, incomodou. Os portões e arredores do estádio acumularam lixo, problema que se repetiu dentro da arena, com menos intensidade.
O temporal que atingiu Cuiabá no fim da tarde de quarta-feira também evidenciou problemas nas proximidades da Arena Pantanal. Com vários pontos ainda em obras, muitas ruas ficaram alagadas e repletas de lama. Mas a saída dos torcedores também foi tranquila, sem confusão. A grande reclamação ficou por conta da dificuldade de torcedores em encontrar táxis para ir embora. Alguns levaram mais de uma hora para conseguir um veículo.
Apesar dos muitos problemas, a inauguração da arena agradou aos torcedores. A estudante Priscila Mendes, por exemplo, estreou num palco de futebol e gostou do que viu.
– Foi a primeira vez que vim a um estádio nos meus 20 anos de vida. Vimos que ainda faltam algumas coisas, mas gostei muito. Fui respeitada, e está tudo muito bonito. Para ser sincera, não sei se um estádio como esse era a prioridade para Cuiabá, mas espero que ele ajude a melhorar ainda mais a cidade – disse a estudante.
operários no chão e sem acesso
Cerca de mil operários da Arena Pantanal receberam ingressos para acompanhar a partida, mas não saíram satisfeitos. A primeira reclamação foi por terem que sentar no chão, já que o setor superior do estádio não tinha cadeiras. A segunda, que os ingressos puderam ser retirados apenas às 16h no dia do jogo. A terceira e mais comentada por todos esteve na separação entre operários e torcedores comuns. Eles tiveram acesso por apenas um portão para entrar no estádio e não puderam frequentar as áreas comuns, como bares e banheiros. Um cordão de policiais, além de grades separavam os trabalhadores dos torcedores.
– Trabalhamos duro aqui e não pudemos nem sentar nas cadeiras. No bar que tivemos acesso, não tinha comida. Acho uma sacanagem conosco, já que fizemos parte dessa construção. Na hora da parte boa, nos deixam desse jeito – disse o montador Edinaldo Santana.
Para justificar o isolamento, a empresa responsável pela organização do jogo afirmou que a presença de mais pessoas nas arquibancadas poderia causar tumulto, já que a capacidade de ingressos estava esgotada.
A conclusão final é que a Arena Pantanal teve erros e acertos em seu primeiro teste. É fato que Cuiabá tem um grande estádio que, com ajustes necessários, pode receber bem as quatro partidas da Copa do Mundo na cidade. O grande adversário é o curto tempo, faltando pouco mais de 70 dias para o Mundial.
Operários não tiveram acesso à parte
reservada aos torcedores de Santos e
Mixto (Foto: Marcelo Baltar)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/mt/copa-do-mundo/noticia/2014/04/inacabada-arena-pantanal-precisa-de-ajustes-e-corre-contra-o-tempo.html