Lewis Hamilton, terceiro colocado da prova e vice-líder do campeonato, criticou a decisão da direção da corrida e revelou preocupação com a segurança dos profissionais que se arriscaram na pista. O piloto da Mercedes afirmou que o episódio poderia ter acabado em tragédia e lembrou o acidente - apontado por muitos como o mais terrível da história da F-1 - que tirou a vida de Tom Pryce e de um fiscal de prova, na África do Sul, em 1977.
- Eu fiquei realmente preocupado com os fiscais. Aquilo foi realmente preocupante. Você faz uma curva em alta velocidade e vê que há fiscais andando na pista, não muito longe de onde você está passando com o carro. É uma distância pequena demais. Quando eu trabalhava em uma escola de pilotagem em Bedford, esse vídeo (do acidente de Tom Pryce) passava o tempo todo. Um carro estava parado, um fiscal atravessou a pista e foi atropelado por um carro que estava vindo. Então, foi a primeira coisa que pensei, e eu não conseguia acreditar que não havia safety car - afirmou Hamilton.
Sutil rodou após pane, e fiscais
empurraram carro sem que safety
car estivesse na pista
(Foto: Reprodução)
Nascido no País de Gales, Tom Pryce era uma jovem promessa do automobilismo quando se envolveu em uma verdadeira tragédia no GP da África do Sul, terceira etapa do campeonato de 1977. Aos 27 anos, Pryce disputava sua quarta temporada na Fórmula 1. Na 21ª volta do circuito de Kyalami, o piloto italiano Renzo Zorzi teve problemas em seu carro e parou na lateral da pista. Dois fiscais de prova que estavam do outro lado correram para ajudá-lo, e um deles foi acertado em cheio por Pryce, a 270 km/h. O corpo do fiscal de 19 anos se partiu ao meio e foi atirado para o outro lado da pista. Pryce foi acertado na cabeça pelo extintor de incêndio que o fiscal carregava e morreu na hora.
ATENÇÃO! IMAGENS FORTES - Veja o acidente de Tom Pryce, citado por Lewis Hamilton
O britânico Tom Pryce foi vítima de um dos acidentes mais terríveis da história da F-1 (Getty)
- Poderia ter acontecido de forma diferente caso o safety car fosse para a pista. Na verdade, deveria ter havido um safety car. É simplesmente inacreditável que um carro esteja parado no meio da pista por algumas voltas e a direção opta por não acionar o safety car. Mas eu acho que vocês sabem o porquê disso não ter acontecido - afirmou o inglês, em tom de mistério, ao site Sky Sports.
Nico Rosberg concordou que um safety car, àquela altura da corrida, poderia colocar sua vitória em risco. Mas até mesmo o alemão afirmou ter ficado surpreso pelo fato de o safety car não ter sido acionado. Outros pilotos e especialistas também demonstraram preocupação com a decisão da direção da etapa alemã. A organização da corrida não divulgou nenhum posicionamento oficial sobre a opção por dar prosseguimento à disputa após o incidente com Sutil.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2014/07/hamilton-critica-falta-de-safety-car-cita-tragedia-e-ironiza-sabem-o-porque.html