Filas, filas e mais filas: longa espera marca primeiro jogo da Copa no DF

banheiros e bares também têm falhas
acessibilidade agrada
Telefonia decepciona

Na fila para entrar, torcedor do Equador resume o sentimento: negativo (Foto: Fabrício Marques)

A festa nas arquibancadas foi bonita. Segundo maior estádio da Copa - atrás apenas do Maracanã -, o Mané Garrincha recebeu mais de 68 mil torcedores para a vitória da Suíça por 2 a 1, em cima do Equador, na tarde deste domingo. No entanto, organizar toda essa gente não foi simples. Houve filas nas entradas, filas nos bares, filas nos banheiros. Cansados de esperar, muitos torcedores dispararam contra o chamado "padrão Fifa".

- É revoltante. O jogo já começou e tem 20 mil torcedores do lado de fora. Tinham que ter mais portões abertos. É frustrante vir do Equador para a Copa e perder o começo do primeiro jogo, o hino nacional - reclamou o equatoriano Raul Surita, que ainda aguardava em uma fila de pelo menos 300 metros para entrar no estádio no momento em que foi iniciada a partida.

Fila para a entrada no estádio Mané

Garrincha vai longe: torcedores

perderam início do jogo (Foto:

Fabrício Marques)

O torcedor Paulo Henrique Montes, que perdeu o início do segundo tempo na fila da lanchonete, também não ficou satisfeito com o que encontrou.

- Isso que é o padrão Fifa? Essas filas e essa desorganização? Está uma bagunça. Muita espera para tudo e falta de informação - declarou.

O problema das filas na entrada do estádio começou por volta das 11h30 - uma hora e trinta minutos após a abertura dos portões. Seguindo o protocolo de segurança da Fifa, todos os torcedores precisavam passar por detectores de metais para acessarem o entorno do estádio. Doze pontos de verificação foram montados, com oito máquinas de raio-x em cada. Quantidade que se mostrou insuficiente no momento em que começou a chegar a maior parte do público.

Do lado de dentro do estádio, foi difícil

chegar aos banheiros no intervalo

(Foto: Fabrício Marques)

A cinco minutos do início do jogo, quando ficou claro que centenas de torcedores corriam o risco de perder boa parte do primeiro tempo, houve um "afrouxamento" na revista. O pontos de entrada preferencial foram liberados para todos e dezenas de pessoas passaram direito pelos detectores de metais.

Aos poucos, as filas foram diminuindo. Cerca de quinze minutos após o apito inicial quase todos os torcedores estavam dentro do estádio.

- Pelo preço que cobram no ingresso, acho que poderiam colocar mais entradas. Não entendo, porque ontem mesmo eu fui ao jogo da Colômbia no Mineirão e lá havia vários portões. Passamos sem nenhum problema. Aqui, está essa espera inacreditável - reclamou o empresário brasiliense Giorgios Bokos.

Em nota enviada ao GloboEsporte.com, o Comitê Organizador Local (COL) admitiu, sem entrar em detalhes, que houve um problema com parte do efetivo dos operadores dos detectores de metais. O COL também alegou que a maior parte do público deixou para chegar na última hora.

- Desde a Copa das Confederações no ano passado a Fifa e o Comitê Organizador Local (COL) reiteram com a imprensa a importância de os torcedores chegarem cedo. Para as próximas partidas, esta mensagem será reforçada, além de trabalharmos para aprimorar a operação na checagem de segurança - diz o comunicado.

Banheiros e Bares também apresentam falhas

Naturalmente, o problema das filas nos banheiros e nos bares ocorreu principalmente durante o intervalo do jogo. Em algumas áreas do anel superior, torcedores não conseguiram voltar para a arquibancada antes do início do segundo tempo.

Um dos fatores que contribuíram para a demora no atendimento foi a dificuldade de comunicação entre vendedores e torcedores estrangeiros.

- Agora há pouco tinha um suíço tentando comprar e a vendedora não entendia nada do que ele falava - relatou o torcedor Paulo Henrique Montes.

Banheiro alagado por conta de pias

entupidas (Foto: Fabrício Marques)

Além da espera, a reportagem do GloboEsporte.com também flagrou falta de alimento em alguns bares e um banheiro masculino com as pias completamente entupidas.

- Uma vergonha entrar no banheiro e estar tudo alagado - lamentou o economista Luiz Caruso.

Justiça seja feita, houve setores em que o funcionamento de bares e banheiros ocorreu totalmente dentro da normalidade e recebeu elogios.

- Está tudo muito bem e o estádio é maravilhoso - resumiu a equatoriana Ruthie Horvate, que acompanhou o jogo no lado oeste da arquibancada inferior.

Em nota, a Fifa informou que está analisando os problemas para que os serviços sejam melhores nos próximos jogos:

- Em relação aos bares, a Fifa e seu provedor de serviços de alimentação e bebidas enfrentaram uma série de desafios na operação dos estádios em função de complicações infraestruturais e logísticas. Neste momento estamos analisando essas questões para garantir que o serviço seja aprimorado e otimizado para os próximos jogos - diz a resposta enviada pela entidade ao GloboEsporte.com.

Acessibilidade e bebedores agradam

A acessibilidade ao estádio foi outro ponto que recebeu elogios. Torcedores que usaram as linhas de ônibus gratuitas de ligação entre a rodoviária do Plano Piloto e o estádio aprovaram o serviço.

Cadeirante aprova acessibilidade do estádio (Foto: FabrícioMarques)

Pessoas com dificuldade de locomoção também ficaram satisfeitas com as facilidades oferecidas para chegarem à arena. Foi o caso do cadeirante Delerieu Silveira, que recebeu um passe para poder estacionar próximo ao portão de entrada.

- Não tive nenhum problema. Recebi a autorização do estacionamento no momento em que retirei o ingresso e foi tranquilo para entrar usando as rampas de acesso.

Outro item que agradou foram os bebedouros instalados nos corredores. O que permitiu a muitos torcedores economizarem os R$ 6 cobrados nas lanchonetes pela garrafa de água (500 ml).

Telefonia decepciona

Problema comum nos estádios, a telefonia voltou a irritar muitos torcedores no Mané Garrincha na tarde deste domingo. Não houve sinal de internet móvel em vários setores. Até mesmo fazer ligação e enviar mensagem foi complicado em alguns pontos da arena.

- Nem ligar eu consegui. Internet então, completamente impossível - reclamou a torcedora Helen de Souza.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2014/06/filas-filas-e-mais-filas-longa-espera-marca-primeiro-jogo-da-copa-no-df.html

Filas, filas e mais filas: longa espera marca primeiro jogo da Copa no DF

Torcedores perdem muito tempo para usar bares, banheiros e, principalmente, chegar aos portões de entrada do Mané Garrincha. Acessibilidade recebe elogios