Uma das principais promessas do tênis brasileiro, Orlando Luz, o Orlandinho, disputou mais de 50 jogos na categoria até 14 anos em 2012 e perdeu apenas duas vezes. Mas neste fim de semana, não foi ele o campeão de sua faixa etária no Brasil Masters Cup, competição que reúne os melhores tenistas do país de cada categoria. Não que ele tenha sofrido mais uma derrota, mas Orlandinho estava ocupado conquistando o título da 16 anos.
- Eles me convidaram para jogar na 16 anos, e como já estamos no meio de pré-temporada, os treinos estão mais firmes, meus treinadores resolveram jogar um nível mais forte para treinar também, porque semana que vem eu vou para o México jogar um torneio de 18 anos da ITF (Federação Internacional de Tênis). Então é bom que eu fique treinando aqui. É um belo treino com esses meninos, que jogam muito bem - afirmou Orlando.
Não fosse o rosto de garoto, você jamais chutaria que Orlando Luz tem 14 anos. O porte faz com que ele pareça mais velho, mas talvez não seja apenas o físico que dê essa impressão. Afinal, o tênis faz parte da vida deste garoto antes mesmo de ele nascer. Seu pai disputou torneios juvenis no Rio Grande do Sul, mas não conseguiu virar profissional.
- Meu pai jogava bem, só que nunca teve dinheiro para continuar. Quando ele era juvenil jogou alguns torneios no interior do Rio Grande do Sul, ganhou várias vezes do Marcos Daniel e de outros meninos que despontaram depois. Não pôde seguir carreira profissional por falta de dinheiro e hoje tenta fazer de tudo para me sustentar para eu continuar jogando - contou.
Na vida de Orlandinho propriamente dita, as bolinhas e raquetes viraram companheiras inseparáveis desde os três anos.
- Quando eu tinha dois, três anos, meu pai já dava aula. Então eu ia com meu pai para o clube e ficava ali cheio das bolinhas, brincando, pegava uma raquete, juntava bolinha, batia bolinha para lá e ele ficava brincando comigo. Eu brincava com todo mundo do clube, e aí foi indo. Com cinco anos, comecei a jogar torneios e já ganhei um. Meu pai nunca me obrigou, nunca me fez nada. Só que com nove, dez anos, eu disse que eu queria ser jogador profissional e ele falou "tudo bem, eu te treino". E aí a gente começou a treinar forte, disputar torneio grande, comecei a ter resultado.
A parceria com o pai-treinador terminou em 2011, dez anos depois do início do trabalho. Orlandinho agora treina com Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten e Thomaz Bellucci.
- Até o ano passado eu treinava com meu pai, desde os meus três anos. Treinei exatamente dez anos. Quando ele me entregou no Larri, foi como "agora eu sou teu pai, a nossa relação é totalmente tenista ainda, mas agora você é do Larri, eles são teus treinadores. Se um dia eu for te ver num torneio, eu vou ser teu pai, vou assistir ao jogo, vou torcer, mas eu não sou teu treinador mais". Então a gente tem bem essa relação, que a gente tinha e ainda tem, dentro da quadra é treinador e atleta, fora da quadra é pai e filho. Então era sempre bem legal, não tinha briga, não tinha nada. A gente sempre se entendeu muito bem. Faz um ano que estou com o Larri agora e está sendo muito legal. Ele é muito atencioso, é um excelente técnico, é um cara gente boa, ama o que faz, e só tenho elogios a ele. É meio bravo às vezes, mas normal.
Apesar de eleger Gustavo Kuerten como sua maior referência no tênis por tudo que ele representa para a modalidade no Brasil, Orlando diz que sua inspiração é o sérvio Novak Djokovic, o atual número 1 do ranking mundial.
- Não vamos comparar jogo, mas o estilo que mais gosto é o dele. Ele bate muito, corre bastante, é muito raçudo, vibra o tempo inteiro, é engraçado e é por isso que eu gosto dele. Ele é muito engraçado, sabe separar bastante a quadra dos eventos.
Apesar de seus dois ídolos terem se enfrentado recentemente no Rio de Janeiro, o garoto não pôde ir ao Maracanãzinho. Estava nos Estados Unidos para a disputa do Eddie Herr, um dos torneios de mais prestígio para juvenis. Terminou com o título de simples e das duplas nos 14 anos.
- O torneio em si é muito grande, muito forte, o nível é muito alto. Fiquei muito feliz de ter vencido. Na semifinal foram 4 horas de jogo, foi muito duro, mas consegui ganhar. A final foi mais tranquila. O título vai fazer diferença. Cheguei com moral para ganhar o torneio, era cabeça 1. Foi meio difícil no começo, a pressão, todo mundo querendo ganhar. Acho que foi muito importante porque fui como favorito e acabei ganhando. Tem gente que chega como favorito e, às vezes, perde de primeira.
Orlando Luz agora se prepara para mais desafios. O jogador vai se focar em torneios para atletas até 18 anos. Por isso, diz que tem que trabalhar ainda mais a parte física e também ficar concentrado no aspecto mental. Mas também encara com tranquilidade os próximos compromissos.
- Para mim não é tanta diferença, eu jogo solto, não tenho tanta responsabilidade para jogar. E para o cara, fica mais difícil. Ele tem 17, 18 anos, e eu tenho 14. É obrigação, tem que ganhar.Alguns jogam muito, porque não querem perder de nenhum jeito, e alguns se travam, não conseguem jogar. Agora chego na segunda-feira em casa, treino terça, quarta, e viajo quinta para o México. Passo o Natal lá jogando. Chego dia 30 e dia 11 de janeiro já viajo. Vou para torneio de 18 anos na Colômbia, Equador, Bolívia e Peru. Aí volto, treino umas duas semanas, e tem Argentina, Paraguai, Banana Bowl, Copa Gerdau. Depois, caso aconteça uma classificação, disputar o sul-americano, o mundial.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2012/12/fa-de-nole-e-guga-e-dono-do-tenis-ate-14-anos-orlandinho-tenta-salto.html
Orlando Luz é uma das maiores promessas do tênis brasileiro (Foto: Celso Pupo / Fotoarena)
Não fosse o rosto de garoto, você jamais chutaria que Orlando Luz tem 14 anos. O porte faz com que ele pareça mais velho, mas talvez não seja apenas o físico que dê essa impressão. Afinal, o tênis faz parte da vida deste garoto antes mesmo de ele nascer. Seu pai disputou torneios juvenis no Rio Grande do Sul, mas não conseguiu virar profissional.
- Meu pai jogava bem, só que nunca teve dinheiro para continuar. Quando ele era juvenil jogou alguns torneios no interior do Rio Grande do Sul, ganhou várias vezes do Marcos Daniel e de outros meninos que despontaram depois. Não pôde seguir carreira profissional por falta de dinheiro e hoje tenta fazer de tudo para me sustentar para eu continuar jogando - contou.
Na vida de Orlandinho propriamente dita, as bolinhas e raquetes viraram companheiras inseparáveis desde os três anos.
Orlandinho foi campeão da categoria até 16 anos
na Bahia (Foto: Divulgação / Juarez Matias)
na Bahia (Foto: Divulgação / Juarez Matias)
A parceria com o pai-treinador terminou em 2011, dez anos depois do início do trabalho. Orlandinho agora treina com Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten e Thomaz Bellucci.
- Até o ano passado eu treinava com meu pai, desde os meus três anos. Treinei exatamente dez anos. Quando ele me entregou no Larri, foi como "agora eu sou teu pai, a nossa relação é totalmente tenista ainda, mas agora você é do Larri, eles são teus treinadores. Se um dia eu for te ver num torneio, eu vou ser teu pai, vou assistir ao jogo, vou torcer, mas eu não sou teu treinador mais". Então a gente tem bem essa relação, que a gente tinha e ainda tem, dentro da quadra é treinador e atleta, fora da quadra é pai e filho. Então era sempre bem legal, não tinha briga, não tinha nada. A gente sempre se entendeu muito bem. Faz um ano que estou com o Larri agora e está sendo muito legal. Ele é muito atencioso, é um excelente técnico, é um cara gente boa, ama o que faz, e só tenho elogios a ele. É meio bravo às vezes, mas normal.
Apesar de eleger Gustavo Kuerten como sua maior referência no tênis por tudo que ele representa para a modalidade no Brasil, Orlando diz que sua inspiração é o sérvio Novak Djokovic, o atual número 1 do ranking mundial.
- Não vamos comparar jogo, mas o estilo que mais gosto é o dele. Ele bate muito, corre bastante, é muito raçudo, vibra o tempo inteiro, é engraçado e é por isso que eu gosto dele. Ele é muito engraçado, sabe separar bastante a quadra dos eventos.
Apesar de seus dois ídolos terem se enfrentado recentemente no Rio de Janeiro, o garoto não pôde ir ao Maracanãzinho. Estava nos Estados Unidos para a disputa do Eddie Herr, um dos torneios de mais prestígio para juvenis. Terminou com o título de simples e das duplas nos 14 anos.
Orlando Luz tem como ídolo o sérvio Novak Djokovic (Foto: Celso Pupo / Fotoarena)
Orlando Luz agora se prepara para mais desafios. O jogador vai se focar em torneios para atletas até 18 anos. Por isso, diz que tem que trabalhar ainda mais a parte física e também ficar concentrado no aspecto mental. Mas também encara com tranquilidade os próximos compromissos.
- Para mim não é tanta diferença, eu jogo solto, não tenho tanta responsabilidade para jogar. E para o cara, fica mais difícil. Ele tem 17, 18 anos, e eu tenho 14. É obrigação, tem que ganhar.Alguns jogam muito, porque não querem perder de nenhum jeito, e alguns se travam, não conseguem jogar. Agora chego na segunda-feira em casa, treino terça, quarta, e viajo quinta para o México. Passo o Natal lá jogando. Chego dia 30 e dia 11 de janeiro já viajo. Vou para torneio de 18 anos na Colômbia, Equador, Bolívia e Peru. Aí volto, treino umas duas semanas, e tem Argentina, Paraguai, Banana Bowl, Copa Gerdau. Depois, caso aconteça uma classificação, disputar o sul-americano, o mundial.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/tenis/noticia/2012/12/fa-de-nole-e-guga-e-dono-do-tenis-ate-14-anos-orlandinho-tenta-salto.html