Leila chora durante apresentação do elenco do
Brasília Vôlei (Foto: Fabrício Marques)
Brasília Vôlei (Foto: Fabrício Marques)
- Eu sempre fui muito paixão, muito emoção, desde os tempos de quadra. Agora, não poderia ser diferente. Ainda mais com este projeto, na minha cidade, onde comecei. É a realização de um sonho. Tenho que agradecer muito a todos que estão apoiando e também às jogadoras. Cada uma abriu mão de alguma coisa para estar aqui, para abraçar este time e fazer dele uma referência - afirmou Leila, idealizadora da nova equipe ao da ex-jogadora Ricarda, que também é de Brasília.
Nascida e criada na capital federal, como Leila e Ricarda, a ponteiro Paula Pequeno foi outra que se emocionou bastante durante a apresentação. Bicampeã olímpica, a atleta, de 31 anos, que disputou a última temporada pelo Fenerbahce, da Turquia, atuará pela primeira vez profissionalmente em sua cidade natal.
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- Nunca imaginei que fosse voltar para jogar em Brasília. Poder estar perto da minha mãe, da minha família. Vamos nos esforçar bastante para orgulhar a todos e que este projeto dure por muitos anos - disse a jogadora.- Brasília terá Paula Pequeno e Érika na nova equipe de vôlei para a Superliga
Assim como Paula, a ponteiro Érika Coimbra também está voltando do exterior. Aos 33 anos, a jogadora passou as quatro últimas temporadas na Europa e se mostrou empolgada com o retorno ao voleibol brasileiro.
- Já estava querendo voltar para o Brasil desde o ano passado. Não tinha nada certo até maio, quando surgiu essa surpresa do Brasília, com o Sérgio, a Leila, pessoas que conheço há tantos anos. Estou pessoalmente muito feliz, mais perto da família, falando minha língua. É um momento de extase - disse.
Nascida em Brasília, Leila se emocionou na apresentação do novo time da cidade (Foto: Luan Comunicação)
O elenco do Brasília Vôlei conta ainda com jovens apostas, como a central Patrícia Menegucci, de 22 anos, que estava no Assis, e a levantadora Flávia Kuchenbecke, 23 anos, com passagens por Brusque e Usiminas. Completam a lista a ponteira Ju Maranhão (27 anos), a levantadora Camila Adão (29 anos) e a líbero Verê (31 anos).
O time será comandado pelo treinador Sérgio Negrão, quatro vezes campeão da Superliga. Há 32 anos no esporte, o treinador aposta que a união entre jogadoras experientes e jovens dará certo no Brasília Vôlei.
- A equipe está muito empenhada. Estamos todos confiantes e entusiasmados com o projeto. Essa química de ter jogadoras mias novas com outras experientes já deu certo muitas outras vezes. É o entusiasmo com a lucidez. Isso faz com que o time tenha um potencial muito interessante. Vamos ter sete semanas de preparação e vamos buscar uma coletividade, uma química para o grupo. Individualmente, já sabemos temos um time muito bom. - avaliou Sérgio Negrão.
- Acredito que este time vai ser uma família. Confiamos umas nas outras. O grupo é experiente, mas com vitalidade. Acredito que tenha no Brasil umas cinco equipes que ainda estão acima, mas como mineira que sou, acho que podemos comer pelas beiradas até chegar lá em cima - completou Érika Coibra.
Antes do início da Superliga, marcado para 27 de setembro, o Brasília Vôlei pretende realizar alguns amistosos. Há também uma negociação para que a nova equipe participe como convidada do campeonato mineiro, no fim de agosto.
Leila e Ricarda posam com comissão técnica e oito atletas já integradas ao elenco (Foto: Fabrício Marques)
Além das oito jogadoras já confirmadas e da americana Danielle Scott, o elenco do Brasília ainda deverá ser completado por três ou quatro jovens atletas da cidade, com idades entre 17 e 20 anos, que serão selecionadas nos próximos dias.
- Brasília é uma cidade com jogadoras de muito destaque nas categorias de base, mas que não tinham um espelho em cima. Nosso principal objetivo é ajudar a segurar estes talentos. Ricarda, Leila, Paula, são exemplos de atletas que precisaram sair cedo daqui para jogar fora. Então, queremos que esses talentos mais novos não saiam. Que fiquem aqui no nosso time - disse o técnico Sérgio Negrão.
- Queremos fazer do time uma referência na cidade. Um espelho para os nossos jovens de Brasília - acrescentou Leila.
Investimento do governo local
Para voltar a colocar um time de Brasília na Superliga Feminina, Leila e Ricarda contam com forte apoio do governo local. Até o momento, duas empresas públicas são as principais patrocinadoras da equipe: a Terracap e o Banco Regional de Brasília (BRB), que devem aplicar cerca de R$ 1 milhão cada.
- Investir em esporte é investir em desenvolvimento humano. Nossa cidade tem que estar à frente de inciativas como essas. As empresas ganham muito ao patrocinar o esporte, porque incorporam uma imagem fundamental para fidelizar seus produtos, ter carinho da população e a confiança. É uma honra muito grande receber essa equipe aqui - afirmou o governador do DF, Agnelo Queiroz, que também participou da apresentação do time.
A estimativa inicial de gastos do Brasília Vôlei para toda a temporada é de R$ 6 milhões. Custo que, segundo Leila, pode diminuir com a entrada de novos parceiros. Até o momento, além dos patrocínios das empresas do governo local, o Brasília Vôlei conta com um patrocinador privado e outras sete empresas apoiadoras.
- Temos que agradecer muito a ajuda de todos, dos patrocinadores e o dos apoiadores. Sabemos que há outros times no Brasil com investimentos muito mais altos, mas nós estamos confiantes no projeto e contando com vários apoios na cidade, o que ajuda a diminuir nossos custos. Temos o espaço do Sesi para treinar, por exemplo. Estamos buscando um outro patrocínio forte, que completaria os investimentos para a temporada - explicou Leila.