Carlos Miguel Aidar assumiu a presidência do São Paulo no dia 16 de abril. Apesar do pouco tempo de mandato, o dirigente já acumula polêmicas, algumas inimizades e até ameaças de processo. Acusado de ser racista pelo corintiano Andrés Sanchez e de ser antiético pelo palmeirense Paulo Nobre, o são-paulino rompeu a barreira da rivalidade local na última quarta-feira ao dizer que o Napoli, possível interessado na contratação de Ganso, contava com dinheiro da Camorra, a máfia napolitana. Agora, o clube italiano promete uma ação na justiça contra o presidente tricolor.
Aidar come banana antes de entrevistas
em que atacou o Palmeiras
(Foto: Felipe Rau/Agência Estado)
Sucessor de Juvenal Juvêncio, Aidar era visto nos bastidores como uma opção para tirar o Tricolor das polêmicas em que seu antigo mandatário havia colocado o clube nos últimos anos. Falastrão e centralizador, Juvenal rompeu com a CBF pela disputa da Taça das Bolinhas, atacou diversas vezes a administração corintiana de Andrés Sanchez e perdeu alguns aliados na política são-paulina.
Mesmo em crise com a torcida, a situação conseguiu eleger maioria no Conselho Deliberativo e confirmar a eleição de Carlos Miguel Aidar. Mas bastaram alguns dias para a nova gestão se envolver em atritos e colocar o São Paulo no foco de críticas dos rivais.
Menos de uma semana após a eleição, Aidar se manifestou publicamente para elogiar um ídolo da torcida do São Paulo. Até aí tudo bem, não fossem os termos escolhidos pelo dirigente para enaltecer as "virtudes" de Kaká, hoje meio-campista do Milan.
– Gostaria muito de ter Kaká de volta. Tem a cara do São Paulo, alfabetizado, tem todos os dentes na boca, fala bem, joga bem, faz gols, mas não tem como competir com os árabes e os chineses. Se der pra trazer, esse é um jogador que cai feito uma luva no São Paulo – citou.
Os comentários geraram revolta nas redes sociais. Ele foi acusado de racista e depois se desculpou, dizendo que estava apenas brincando.
A grande derrota dos últimos anos do mandato de Juvenal Juvêncio foi a exclusão do Morumbi da Copa. E ela ficou pior quando a arena do maior rival acabou sendo escolhida como sede paulista do Mundial. Seguindo os passos do seu antecessor, Aidar causou a ira dos alvinegros ao falar da Arena Corinthians, que fica localizado no bairro de Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo.
– O Itaquerão não vai ter show, aquilo lá é outro mundo, outro país, não dá para chegar lá. Lá não vai funcionar – disparou.
A declaração do tricolor revoltou Andrés Sanchez, ex-presidente do Timão e hoje responsável pela Arena, que rebateu e chamou Aidar de racista.
O feito de Carlos Miguel Aidar à frente do São Paulo até o momento foi a contratação de Alan Kardec. Emprestado pelo Benfica ao Palmeiras, o atleta negociava sua permanência no rival quando o Tricolor entrou na negociação. Além de fazer uma oferta maior ao clube português, se acertou com o pai do jogador e causou revolta nos alviverdes, que acusaram os são-paulinos de serem antiéticos. A resposta veio em tom arrogante e de deboche.
– O choro é livre. A manifestação do presidente Paulo Nobre chega a ser patética, demonstra infelizmente o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras – afirmou o presidente são-paulino, que ainda chamou Nobre de "juvenil".
Não foram apenas rivais que ficaram insatisfeitos com o mandatário do Tricolor. Uma das declarações de Aidar foi contra um dos maiores orgulhos dos torcedores, o estádio Cícero Pompeu de Toledo. Na visão do dirigente, o Morumbi está ultrapassado e atrás das novas arenas erguidas por Palmeiras e Corinthians. A repercussão negativa obrigou o clube a emitir uma nota oficial explicando a situação.
– O Allianz Parque e a Arena Corinthians são estádios muito mais modernos que o Morumbi, muito melhores. O Morumbi foi inaugurado há 50 anos e hoje é totalmente ultrapassado e anacrônico. É bonito, mas apenas isso. Servirá apenas para mandarmos nossos jogos, nada mais. Em breve, ele será como o velho Canindé que deixamos para vir fazer o Morumbi – declarou, sem perder a oportunidade de cutucar até a Portuguesa.
Em alta nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, Paulo Henrique Ganso voltou a ser especulado como possível alvo de clubes europeus, entre eles, o Napoli. Para evitar qualquer especulação, Aidar se antecipou e negou qualquer negociação com o clube italiano. Mas a maneira como o dirigente se pronunciou foi um desastre. O presidente fez ligação do clube com a Camorra, organização criminosa que atua na cidade de Nápoles, e gerou revolta nos italianos, que ameaçam processar o são-paulino.
– O São Paulo não está preocupado em vender jogador, é um clube comprador. Não acredito que o Napoli tenha essa bala toda. Sem menosprezar o Napoli. A Camorra já não tem mais esse poder todo – disparou.
FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/noticia/2014/05/em-pouco-mais-de-um-mes-aidar-cria-polemicas-e-coleciona-desafetos.html
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