Reprodução: Viomundo No Viomundo:
Ex-editor-chefe do Jornal Nacional diz que Merval Pereira faz “trabalho sujo” de O Globo; jornal dos Marinho não ouviu outro lado e Dilma vai à Justiça contra “calúnia”
por Mario Marona, no Facebook
O Globo precisava de alguém que se dispusesse a escrever a notícia que sustentaria a manchete de hoje, segundo a qual o “esquema da Petrobras pagou despesas pessoais de Dilma”, mas como não tinha esta informação para publicar em seu noticiário factual, teve de fazer uso de Merval Pereira.
Ele publica, então, em nove linhas, de um único parágrafo, no meio da coluna, que haveria “indicações” de que “trocas de e-mails não rastreáveis” entre envolvidos na compra da refinaria de Pasadena revelariam que o Conselho de administração da Petrobras, que era presidido por Dilma Rousseff na época, teria arcado com algumas despesas pessoais dela.
Já existem documentos em posse da Procuradoria-Geral da República que revelam que a presidente afastada, Dilma Rousseff, tinha conhecimento do teor das negociações envolvendo interesses políticos na compra da refinaria de Pasadena, antes da reunião do Conselho de Administração da Petrobras que aprovou o negócio.
Os envolvidos na venda de Pasadena trocavam mensagens em uma rede de e-mails do Gmail que não era rastreável, pois as mensagens ficavam sempre numa nuvem de dados, sem serem enviadas. Numa dessas mensagens, na véspera da reunião decisiva, há a informação de que “a ministra” já estava ciente dos arranjos dos advogados.
Em outras mensagens, há informações sobre pagamentos de itens pessoais da presidente pelo esquema montado na Petrobras, como o cabeleireiro Celso Kamura, que viajava para Brasília às custas do grupo. Cada ida de Kamura custava R$ 5 mil. Há também indicações de que um teleprompter especial foi comprado para Dilma sem ser através de meios oficiais, para escapar da burocracia da aquisição.
Repito: um parágrafo, nove linhas, no meio da coluna, sem fonte – e para o Globo isto é suficiente para uma manchete de duas linhas e corpo 70 no alto da primeira página.
O GLOBO MORDE E ASSOPRA, MAS A MAIORIA DOS LEITORES SÓ VÊ A MORDIDA
Primeiro O Globo diz o que está no subtítulo:
“Depoimento indica que presidente afastada sabia de propinas”.
Depois, no texto, recua, informando que, na verdade, o que o delator Cerveró disse no interrogatório é que se permitiu deduzir que Dilma “deveria saber que políticos do PT recebiam propina da Petrobras.”
E acrescenta O Globo, derrubando de vez sua edição manipulada:
“No entanto, Cerveró pondera que não teve conhecimento de nenhum pedido de propina feito por Dilma. ‘Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras; que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma Rousseff sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o Partido dos Trabalhadores. Que o declarante não tem conhecimento de que Dilma Rousseff tenha solicitado, na Petrobras, recursos para ela, para políticos ou para o Partido dos Trabalhadores’, diz a delação.”
Na abertura da matéria, que sustenta o título, O Globo trata como novidade algo que Cerveró já disse há dois anos: que Dilma teria conhecimento de todos os dados do contrato de compra da refinaria de Pasadena, o que ela e os demais membros do conselho de administração sempre negaram, denunciando que os executivos da Petrobras esconderam do Conselho cláusulas desfavoráveis à estatal.
FILHO DE FHC NO PETROLÃO
O mesmo Cerveró que admite que apenas deduziu que Dilma deveria saber das propinas na Petrobras, mas ressalva que nunca ouviu falar ou soube de algo a respeito envolvendo a presidenta, é bastante especifico e taxativo quando diz que ele próprio participou de uma trama para beneficiar a empresa do filho de FHC.
História que faz lembrar que Cerveró, tido como protetor do PT na estatal, chegou lá e começou a operar na era tucana. O ‘petrolão’, portanto, não começou em 2003, como disse Pedro Parente, ao tomar posse da Petrobras, mas no governo do qual ele participou antes de sua experiência golpista atual.
Mario Marona foi editor-chefe do Jornal Nacional nos anos 90/2000
Em tempo:
NOTA À IMPRENSA
São mentirosas e infundadas as informações veiculadas pela imprensa neste sábado, 4 de junho, noticiando que a Presidenta Dilma Rousseff teria pedido pessoalmente ao empresário Marcelo Odebrecht a doação de R$ 12 milhões para a campanha da reeleição presidencial em 2014.
A base desta calúnia seria a suposta delação feita pelo empresário ao Ministério Público Federal. Mais uma vez são veiculadas informações de maneira seletiva, arbitrária e sem amparo factual.
A Presidenta da República Dilma Rousseff reitera: JAMAIS intercedeu pessoalmente junto a qualquer pessoa ou empresário buscando benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa.
A ofensiva de setores da mídia com o objetivo de atacar a honra pessoal da Presidenta Dilma Rousseff não irá prosperar. Está fundada numa calúnia. Cabe aos acusadores provarem as várias denúncias, vazadas de maneira seletiva, covardemente trazidas por veículos da imprensa que não têm compromisso com a VERDADE.
A Presidenta Dilma Rousseff anuncia que irá tomar as medidas judiciais cabíveis para reparar os danos provocados pelas infâmias lançadas contra si. Ela se mantém firme porque sabe que não há nada que possa incriminá-la. Sua trajetória política mostra seu sincero compromisso com as práticas republicanas, o combate à corrupção e a defesa da democracia brasileira.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF