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O diretor do Internal Revenue Service (IRS), espécie de Receita Federal dos Estados Unidos, Richard Weber, resumiu o esquema de corrupção envolvendo Fifa, Conmebol, Concacaf e empresas de marketing esportivo como "Copa do Mundo da fraude" e disse que a Fifa "levou cartão vermelho". Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, Weber mandou recado aos envolvidos no caso, enquanto a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, revelou que o processo de escolha do Brasil como sede do Mundial do ano passado - feita em 2007 - também está sendo investigada, mas não apresentou nenhuma irregularidade até o momento.
Entretanto, segundo a investigação, houve problemas na escolha da sede da Copa de 2010, na África do Sul, na eleição presidencial da Fifa e na venda de direitos da Copa América. De acordo com Lynch, o suposto esquema de corrupção que envolveu dirigentes da Fifa, Conmebol, Concacaf e empresas de marketing esportivo ocorreu "ano após ano, campeonato após campeonato". Loretta Lynch afirmou que US$ 110 milhões (R$ 349,5 milhões) foram usados apenas no esquema envolvendo a Copa América Centenário, que ocorrerá no ano que vem no próprio país.
- O esquema envolve altos executivos e outra agências, e milhões de dólares no que diz respeito a pagamento de propinas. Um esquema de corrupção que parece se estender ao longo de décadas, ano após ano, campeonato após campeonato. Em 2016, vamos receber a Copa América e será a primeira vez que ela ocorrerá fora da América do Sul. O que deveria ser uma mostra de amizade entre os países, se tornou um processo que envolveu milhões de dólares - disse Lynch.
Justiça, FBI e Receita americana explicaram
caso nesta quarta-feira (Foto: Mark Lennihan/AP)
- O futebol é um belo jogo, o gramado está disponível para todos, ricos ou pobres, homens e mulheres. Mas o jogo foi sequestrado. A vítima verdadeira é o futebol. Essas pessoas conseguiram tirar muito dinheiro graças ao amor que esse esporte desperta - lamentou Comey.
A investigação acusa empresas de marketing esportivo de pagamento de propina a confederações que detêm esses direitos, e não pesam acusações ou suspeitas sobre empresas de mídia do mundo todo que compraram desses intermediários os direitos de transmissão das partidas e campeonatos.
Sem comentários sobre Blatter
Logo após os pronunciamentos de Lynch, Comey e Weber, a primeira pergunta realizada teve como tema uma possível participação do presidente da Fifa, Joseph Blatter, no esquema. Questionada se o suíço já tinha "ficha limpa" comprovada, a procuradora-geral afirmou que não comentaria o assunto ou qualquer pergunta envolvendo nomes específicos. Loretta Lynch garantiu que as investigações não foram conduzidas para que coincidissem com a semana do congresso da Fifa em Zurique para a eleição presidencial, marcado para a próxima sexta-feira.
- O próximo passo é que esses réus venham aos EUA para responder ao processo. Pedimos às autoridades suíças o processo de extradição. Ainda queremos prender os acusados que faltam - completou Lynch.
Procuradora-geral Loretta Lynch falou sobre
esquema Foto: Mark Lennihan/AP)
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