Dos sete capítulos da trajetória de Diego Hypolito em Mundiais, os momentos de alegria ainda estão frescos na memória. Foi nessa competição que por duas vezes ele subiu no degrau mais alto do pódio e ajudou a colocar o Brasil no cenário da modalidade. Nesta terça-feira, ele começa a escrever mais uma parte dessa história no Mundial da Antuérpia, na Bélgica. Após passar por três cirurgias no fim do ano passado (duas vezes no pé e uma no ombro), ele não quer colocar pressão em cima de resultado. Tranquilo, diz que só o fato de estar ali é uma surpresa e espera apenas acertar sua série.
- O objetivo nesta competição é fazer a série acertando na classificatória. O objetivo não é em cima da final, e sim acertar. Se fizer isso, vou ficar mais que satisfeito. Farei a série mais difícil de minha carreira, mas o nível mundial também aumentou. É importante estar aqui por ser depois das minhas três últimas cirurgias. Esse ano não pensava em ir ao Mundial e estou muito feliz de estar aqui. Pensava que seria um ano morno para voltar de cirurgias - disse Diego, que busca vaga nas finais do solo e do salto.
Mesmo sem querer criar expectativas sobre o futuro, Diego não se importa de lembrar do passado e de sua trajetória dentro dos Mundiais. Viajando no tempo, quando tinha apenas 16 anos, ele relembra cada participação no torneio internacional.
- Em 2002, quando competi em Debrecen, não tinha muita noção de realidade, de onde poderia chegar. Cheguei até a semifinal do solo, onde se classificavam 16 e fiquei em 16º. O Brasil ainda não tinha nome nenhum na ginástica e dependíamos muito do olhar dos árbitros. Na época fiquei superfeliz em avançar em 16º, tinha só 16 para 17 anos. Mas me classifiquei para a final em oitavo. Lembro que na época tirei um cara da final de quem eu era mega fã. Chegando à final eu cresci e fiquei em quinto lugar. Depois pulei para quarto, porque o segundo colocado teve problema com doping.
- No meu segundo Mundial já mudou muito. Quando fui para Anaheim já queria ser medalhista. Via que tinha chance, cria uma outra expectativa. Fiquei em quarto lugar, mas achei que merecia ficar em terceiro. Tirei uma nota alta, mas achava que tinha sido melhor.
- Mundial de 2005, tinha operado meu pé e ficado seis meses parado. Não tinha expectativa de ir ao Mundial e nem ser medalhista. Com a desistência de um japonês, passei em oitavo para a final. Chegando à final, ganhei o Mundial. Foi a partir dali que passei a acreditar mais em mim.
- No outro ano já fui com o intuito de ser bicampeão. Mas fiquei em segundo e acabei triste. O que hoje acho ridículo. Nunca me imagino ficando em segundo lugar em um Mundial e ficando triste. Mas são momentos da vida, eu tinha outra cabeça.
- Um ano depois fui bicampeão mundial. Já ganhando bem, treinando melhor e estando bem mais seguro do que nos outros anos. Estava com muita vontade de ir para as Olimpíadas e me classifiquei das três maneiras que podia. Mas depois teve a história toda as Olimpíadas de 2008.
- No Mundial depois de Pequim fiquei em nono de novo. E desta vez, sem desistência, não fui para a final em Londres.
- Em 2011 o Mundial era classificatório para as Olimpíadas. Para conseguir, ou você fica entre os três melhores ou se classifica pelo individual geral. Não existe concorrência no Brasil para o Sasaki. Mas consegui. Fui bronze no Mundial. Foi engraçado, tirei uma nota que considerei baixa. Quando vi pensei: ‘’Não vou para as Olimpíadas’’. Todo mundo competiu e só faltavam eu e um outro atleta. E ele tirou a mesma nota que eu. Achei que havia um critério de desempate, porque já houve isso antigamente. Se tivesse, eu não ficaria em terceiro porque sai de menos (nota de partida). Mas não é mais assim. É a nota apenas. Os dois foram para as Olimpíadas. Chorei muito, fiquei muito feliz.
Uma boa performance neste Mundial pode ser o combustível que Diego Hypolito precisa para superar de uma vez por todas o começo 2013 conturbado. Atleta do Flamengo por 19 anos, ele ficou magoado por ter sido dispensado pela atual diretoria do clube no início deste ano. Na ocasião, o Rubro-Negro deu fim ao time profissional de ginástica (assim como natação e judô). Apesar de ser um dos principais ginastas do país, Diego serve sem clube e vem treinando ‘’de favor’’ nas instalações do Pinheiros. A situação ainda o incomoda, mas não o suficiente para diminuir seu prazer diário de treinar.
- Não é questão de ser mandando embora. Não vou me abalar porque estou sem clube. O me objetivo está traçado na cabeça. Quero ser medalhista olímpico, independentemente do que as pessoas falarem. Fui muito bem recebido no Pinheiros e sou muito grato ao clube - disse o atleta.
Sua irmã e fiel escudeira Daniele já anunciou que pretende se aposentar após 2016 e estudar Comunicação. Diego, por sua vez, tem planos de ir além. Aos 27 anos, cogita continuar por muitos anos fazendo o que gosta.
- Antes eu pensava em parar em 2016, mas já não sei mais se vou fazer isso. Vejo atletas como a Chusovitina (Oksana, do Uzbquistão, que tem 38 anos) competindo até hoje sua milionésima edição das Olimpíadas. Só vou desistir quando achar que meu corpo não aguenta mais.
Além de Diego, mais quatro atletas brasileiros competem neste terça. O campeão olímpico Arthur Zanetti (argolas), Péricles Silva (cavalo com alças), Francisco Barreto (barra fixa e paralelas) e Letícia Costa (individual geral). A fase final do Mundial da Antuérpia terá transmissão do SporTV.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-ginastica/noticia/2013/09/diego-hypolito-relembra-trajetoria-e-chega-de-mansinho-em-seu-8-mundial.html
- O objetivo nesta competição é fazer a série acertando na classificatória. O objetivo não é em cima da final, e sim acertar. Se fizer isso, vou ficar mais que satisfeito. Farei a série mais difícil de minha carreira, mas o nível mundial também aumentou. É importante estar aqui por ser depois das minhas três últimas cirurgias. Esse ano não pensava em ir ao Mundial e estou muito feliz de estar aqui. Pensava que seria um ano morno para voltar de cirurgias - disse Diego, que busca vaga nas finais do solo e do salto.
- Em 2002, quando competi em Debrecen, não tinha muita noção de realidade, de onde poderia chegar. Cheguei até a semifinal do solo, onde se classificavam 16 e fiquei em 16º. O Brasil ainda não tinha nome nenhum na ginástica e dependíamos muito do olhar dos árbitros. Na época fiquei superfeliz em avançar em 16º, tinha só 16 para 17 anos. Mas me classifiquei para a final em oitavo. Lembro que na época tirei um cara da final de quem eu era mega fã. Chegando à final eu cresci e fiquei em quinto lugar. Depois pulei para quarto, porque o segundo colocado teve problema com doping.
Melbourne 2005"
Campeão
- Mundial de 2005, tinha operado meu pé e ficado seis meses parado. Não tinha expectativa de ir ao Mundial e nem ser medalhista. Com a desistência de um japonês, passei em oitavo para a final. Chegando à final, ganhei o Mundial. Foi a partir dali que passei a acreditar mais em mim.
- No outro ano já fui com o intuito de ser bicampeão. Mas fiquei em segundo e acabei triste. O que hoje acho ridículo. Nunca me imagino ficando em segundo lugar em um Mundial e ficando triste. Mas são momentos da vida, eu tinha outra cabeça.
Stuttgart 2007"
Bicampeão
Diego Hypolito em suas sete participações em mundiais da modalidade (Foto: Editoria de Arte)
- Em 2011 o Mundial era classificatório para as Olimpíadas. Para conseguir, ou você fica entre os três melhores ou se classifica pelo individual geral. Não existe concorrência no Brasil para o Sasaki. Mas consegui. Fui bronze no Mundial. Foi engraçado, tirei uma nota que considerei baixa. Quando vi pensei: ‘’Não vou para as Olimpíadas’’. Todo mundo competiu e só faltavam eu e um outro atleta. E ele tirou a mesma nota que eu. Achei que havia um critério de desempate, porque já houve isso antigamente. Se tivesse, eu não ficaria em terceiro porque sai de menos (nota de partida). Mas não é mais assim. É a nota apenas. Os dois foram para as Olimpíadas. Chorei muito, fiquei muito feliz.
Sem clube, Diego é esperança de medalha para o
Brasil na Antuérpia (Foto: Ricardo Bufolin / CBG)
Brasil na Antuérpia (Foto: Ricardo Bufolin / CBG)
- Não é questão de ser mandando embora. Não vou me abalar porque estou sem clube. O me objetivo está traçado na cabeça. Quero ser medalhista olímpico, independentemente do que as pessoas falarem. Fui muito bem recebido no Pinheiros e sou muito grato ao clube - disse o atleta.
Sua irmã e fiel escudeira Daniele já anunciou que pretende se aposentar após 2016 e estudar Comunicação. Diego, por sua vez, tem planos de ir além. Aos 27 anos, cogita continuar por muitos anos fazendo o que gosta.
- Antes eu pensava em parar em 2016, mas já não sei mais se vou fazer isso. Vejo atletas como a Chusovitina (Oksana, do Uzbquistão, que tem 38 anos) competindo até hoje sua milionésima edição das Olimpíadas. Só vou desistir quando achar que meu corpo não aguenta mais.
Além de Diego, mais quatro atletas brasileiros competem neste terça. O campeão olímpico Arthur Zanetti (argolas), Péricles Silva (cavalo com alças), Francisco Barreto (barra fixa e paralelas) e Letícia Costa (individual geral). A fase final do Mundial da Antuérpia terá transmissão do SporTV.
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/mundial-de-ginastica/noticia/2013/09/diego-hypolito-relembra-trajetoria-e-chega-de-mansinho-em-seu-8-mundial.html