Barrichello comemora com troféu sua vitória no
GP da Inglaterra de 2003 (Foto: Getty Images)
GP da Inglaterra de 2003 (Foto: Getty Images)
- Dos 326 GPs da minha carreira, poucas vezes eu tive um carro tão perfeito como aquele. É uma coisa até rara, porque a gente sempre está reclamando de alguma coisa, para melhorar. Tenho algumas vitórias especiais, e esta de Silverstone está entre elas, junto com a de Valência, em 2009, e a primeira, em Hockenheim (2000) – admite Barrichello.
Sufoco desde os treinos classificatórios
A conquista começou com uma improvável pole position, que veio em um cenário no mínimo adverso. É bom lembrar que, naquela temporada, a F-1 havia sofrido uma série de alterações em seu regulamento: o fim do carro reserva, do motor de classificação, do câmbio automático e de outras ajudas eletrônicas, além de um novo sistema de definição do grid, em voltas lançadas individuais. Como havia rodado no treino anterior, Rubinho perdeu a chance de marcar um bom tempo, o que lhe daria a vantagem de ser um dos últimos a ir à pista na hora de brigar pela pole. A escolha dos pneus foi fundamental para se sobressair em relação aos rivais, a começar por seu companheiro de equipe.
Mesmo entrando cedo na pista, Rubinho marcou a pole em Silverstone (Foto: Agência Getty Images)
Além de Barrichello na pole, o grid daquele GP ainda contava com outros dois brasileiros no top 10: Cristiano da Matta em sexto com a Toyota e Antonio Pizzonia em décimo com a Jaguar. Mas a largada não foi exatamente dos sonhos para Rubinho, que tracionou mal quando as luzes de partida se apagaram. Antes mesmo da primeira curva, ele havia perdido posições para a Renault de Jarno Trulli e a McLaren de Kimi Raikkonen, e passou a ser pressionado pela Williams de Ralf Schumacher. Mas nem tudo estava perdido. Com a Ferrari bem acertada, o brasileiro resistiu aos ataques do alemão e recuperou a posição do finlandês na 11ª volta. Faltava tomar o primeiro posto de Trulli.
Invasão do fanático religioso Cornelius Horan provocou a entrada do safety car (Foto: Agência Getty Images)
Só que, duas voltas depois, um fanático religioso irlandês – o mesmo que no ano seguinte arruinaria as chances de vitória do brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, na Grécia – invadiu a pista e embaralhou as posições. Com a entrada do safety car, muitos pilotos foram aos boxes e Rubinho caiu para oitavo, sendo obrigado a começar uma nova escalada. Se na primeira vitória de sua carreira, em 2000, a invasão de um manifestante ao circuito de Hockenheim acabou lhe ajudando, desta vez o intruso não foi tão bem-vindo assim. Porém, ele conseguiu manter a “escrita” de vencer a corrida quando esse tipo de intervenção acontecia.
- Realmente teve essa coisa de que eu ganhei as duas corridas em que um maluco entrou na pista. Porque um piloto, quando está na corrida, não pode ver uma situação dessas como um problema, e sim como uma oportunidade. Desta vez não foi tão favorável como na primeira, mas deu para a gente ganhar mesmo assim – avalia o piloto, atualmente na Stock Car.
Após o pit stop, Barrichello caiu da segunda para a oitava posição com a Ferrari (Foto: Agência Getty Images)
- Eu passei o Ralf duas vezes naquela corrida, mas teve uma em que eu dei uma “invertida” nele. Meu carro estava muito “no trilho”, e naquela hora ele veio me fechando de uma maneira forte, que eu achei até que não fosse dar para passar. Mas como ele teve que espalhar, eu aproveitei e trouxe o carro para o outro lado – conta Rubinho.
Ultrapassagem sobre Ralf Schumacher foi um dos grandes momentos da prova (Foto: Agência Getty Images)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/motor/formula-1/noticia/2013/06/corridas-historicas-os-dez-anos-do-show-de-barrichello-em-silverstone.html