A diretoria do Corinthians não teme uma debandada de seus jogadores após a invasão de torcedores no CT Joaquim Grava, sábado passado, que causou pânico e preocupação em toda a delegação alvinegra antes do jogo de domingo contra a Ponte Preta, em Campinas. O presidente Mário Gobbi assegurou que nenhum integrante do elenco pediu para deixar o clube, apesar dos cuidados especiais que alguns devem receber. Por outro lado, a cúpula teme um abalo no mercado na tentativa de contratar reforços.
Corinthians trabalha para evitar insegurança no
elenco alvinegro (Foto: Daniel Augusto Jr. /
Agência Corinthians)
– Claro que há uma preocupação maior. O mercado já estava difícil, pode ser que agora fique ainda mais. Vamos sentar com o presidente e definir estratégias, tanto para proteger quem está aqui, quanto para captar novos reforços no futuro – afirmou um integrante da diretoria.
Alguns jogadores sofreram mais com as cobranças da torcida. Paolo Guerrero, autor do gol do título mundial do Corinthians em 2012, foi o que teve maior contato com os invasores. De acordo com Mário Gobbi, chegou a ser “esganado” por um deles. Abatido, pediu para não enfrentar a Ponte Preta. Mudou de ideia, jogou, e nesta segunda-feira mandou um recado aos “verdadeiros torcedores”: não vai pedir para sair do clube.
Todos os jogadores ficaram abalados emocionalmente, foi chocante para todos nós. Aqui não tem nenhum bandido"
Mario Gobbi
Outros nomes experientes se assustaram com a invasão, mas também se comprometeram a continuar o trabalho. Danilo, Renato Augusto e Paulo André passaram horas escondidos em um pequeno espaço que serviu de abrigo durante os momentos de terror na manhã de sábado. Os três treinaram na segunda-feira, mas com olhares mais atentos por parte dos seguranças contratados pelo clube.
– Todos os jogadores ficaram abalados emocionalmente, foi chocante para todos nós. Aqui não tem nenhum bandido, não perdemos de cinco do Santos porque quisemos. O Paolo (Guerrero) foi autor de um dos gols mais importantes da história do clube e mesmo assim foi esganado. Jogadores ficaram refugiados em um vestiário. Foi um constrangimento que não pode mais acontecer – discursou Mário Gobbi.
Nomes como Emerson, Douglas e Romarinho são alguns dos maiores alvos dos torcedores revoltados e também serão tratados com maior atenção. A diretoria garantiu que nenhum deles se mostrou assustado a ponto de sair, mas propostas de outros clubes podem dar início a uma discussão sobre possíveis saídas. A postura, por enquanto, é de seguir o trabalho, reforçar a segurança no CT e dar o máximo de tranquilidade possível aos jogadores. O próximo jogo do Timão é nesta quarta-feira, contra o Bragantino, às 22h (horário de Brasília), no Pacaembu.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2014/02/corinthians-descarta-debandada-mas-se-mexe-para-evitar-inseguranca.html