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Não é sempre que a vida permite que as pessoas tenham uma segunda chance. No caso do futebol, muitas vezes nem a primeira é dada. Oscar, no entanto, foge à regra. Com apenas 21 anos, o brasileiro desembarca no Japão no próximo domingo para o segundo Mundial de Clubes na carreira. E se a derrota para o Mazembe, com o Internacional, há dois anos, na semifinal, deixou feridas cutucadas com gozações de rivais até hoje, o remédio pode chegar em grande estilo, justamente contra o maior rival da carreira: o Corinthians.- De olho no lucro e na paz, Chelsea tem QG preparado em Yokohama
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Torcedor do São Paulo desde a infância e revelado pelo clube, Oscar cresceu tendo o Timão como oponente natural. Ao deixar o Morumbi após briga judicial, a tendência era de que a rivalidade esfriasse. Puro engano. No Internacional, o jovem encontrou um clube engasgado com todas as polêmicas do Brasileirão de 2005, onde a realidade era clara: só o Grêmio é pior que o Corinthians. No Japão, a sina pode se repetir na decisão do dia 16 de dezembro, e o camisa 11 do Chelsea não esconde de ninguém: seria a maneira perfeita para deixar qualquer frustração com o Mundial para trás.
- É um clube que sempre foi meu rival. No Inter também. Os torcedores nunca gostaram, a rivalidade era grande. Depois do Gre-Nal, vem o Corinthians por tudo que aconteceu nos últimos anos. Na verdade, o Corinthians é rival de todo mundo no Brasil (risos). Vai ser um grande jogo. Se nos enfrentarmos, vai ser um grande jogo. Quem não gosta de vencer o Corinthians? Eu também gosto muito e tomara que sejamos campeões.
Oscar posa em seu apartamento em Londres (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
No Inter, existiu a preparação. Foram seis meses só esperando o Mundial. Aqui praticamente não tem. Não tem como fazer isso na Europa"
Oscar
Antes de chegar bem ao Japão, porém, Oscar recebeu o GLOBOESPORTE.COM em Londres para falar das expectativas para mais uma Mundial, das lições que traz da participação de 2010, do começo arrasador no Chelsea, do rodízio que Rafa Benítez tem promovido recentemente e das dificuldades que enfrentou em um ano que começou com uma suspensão e pode terminar com o título de campeão do mundo. Confira o bate-papo abaixo:
Tão perto do embarque para o Japão, já bate a ansiedade, a vontade de jogar o Mundial?
Ah, sim. É meu segundo Mundial. Estou muito feliz por disputar de novo essa competição e dessa vez para tentar ser campeão. Estou ansioso. Temos mais um jogo pela frente (contra o Sunderland, sábado), mas estou ansioso para chegar ao Japão também.
Com a experiência de quem já viveu o lado sul-americano, quais as principais diferenças você apontaria na preparação?
No Inter, existiu a preparação. Aqui, praticamente não tem. No Inter, foram seis meses praticamente só esperando o Mundial. Aqui na Europa não tem como fazer isso, fazer uma preparação específica. É jogo atrás de jogo. Agora que está chegando, e vamos chegar bem.
Oscar acertou um lindo chute quase do meio-campo contra o Shakhtar (Foto: Agência AFP)
São só dois jogos, mas não podemos pensar na final antes da semi. No futebol hoje, não tem mais time bobo, qualquer coisa pode acontecer em todo jogo. Sempre é difícil. Não podemos perder e temos que dar o máximo, matar em toda oportunidade que tiver. Já que o time é mais forte, temos que fazer isso prevalecer em campo. Tem que decidir já no começo. Tomara que não aconteça com o Chelsea o que aconteceu com o Internacional.
A confiança muito grande de já pensar na final foi o que atrapalhou o Inter?
Revezamento de Benítez pôs Oscar no banco de
reservas nos últimos jogos (Foto: Getty Images)
reservas nos últimos jogos (Foto: Getty Images)
Pelo momento atual do Chelsea, o Mundial surge como uma coisa boa, até mesmo para adaptação ao Benítez, ou é mais um risco caso as coisas não deem certo?
Futebol é assim. Se ganharmos, podemos ter uma sequência boa, a confiança vai voltar. Mas se perdermos, vai ser muito ruim. Tomara que sejamos campeões. Isso vai ser muito importante para o Chelsea.
Como você tem visto esse início com o Benítez? Você ficou fora do time algumas vezes...
Acho que ele é um bom treinador. Ele gosta de fazer rodízio, de usar todo mundo. Enfim, estamos nos conhecendo e tomara que tudo dê certo.
Falando um pouco do seu 2012 em especial, você ficou um tempo até mesmo sem jogar. Depois de tudo que você passou, estar bem no Chelsea, com adaptação rápida, apoio da torcida, é uma vitória pessoal?
Com certeza. Tudo que passei nesse ano, tudo que aconteceu, e ainda ter essa oportunidade de disputar um Mundial tão importante, ser campeão... Vai ser algo que vai me deixar muito feliz, concluindo o ano bem. Espero também que 2013 comece com tudo. Temos vários campeonatos importantes pela frente. Foi assim em 2012, apesar de parada.
Oscar não conseguiu conquistar o Mundial com a camisa do Inter (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)
Não que tenha sido rápido. É que os brasileiros têm o costume de chegar e demorar para se adaptar. Todo mundo esperava que fosse assim também comigo, mas não foi o que aconteceu. Vim das Olimpíadas e na primeira oportunidade que tive como titular fui muito bem. Acabei quase não saindo mais e espero que as coisas aconteçam mais e mais.
Por ser um jogo de Champions, minha estreia, contra um grande, fazer dois gols e jogar bem foi muito importante. Foi ali que veio a confiança para melhorar a cada jogo. Fiquei muito feliz.
Você nunca escondeu de ninguém que é são-paulino. Jogar esse Mundial contra o Corinthians é especial? Relembrar a infância, o começo, te motiva mais?
Sim. Com certeza. O Corinthians sempre foi meu rival. No Inter também. Os torcedores nunca gostaram, a rivalidade era grande. Depois do Gre-Nal, vem o Corinthians por tudo que aconteceu nos últimos anos. Na verdade, o Corinthians é rival de todo mundo no Brasil (risos). Vai ser um grande jogo. Se nos enfrentarmos, vai ser um grande jogo. Quem não gosta de vencer o Corinthians? Eu também gosto muito e tomara que sejamos campeões.
Parte da torcida do São Paulo ficou na bronca com você por um bom tempo depois de tudo que aconteceu, a forma como você saiu do clube. Ser campeão contra o Corinthians, é uma forma de dar uma alegria para eles, já que você não teve muito tempo, ou isso é algo indiferente?
Acho que é indiferente. Lógico que agradeço tudo que o São Paulo me deu, mas hoje jogo pelo Chelsea. Vou tentar fazer um gol para os torcedores do Chelsea. Eu gostava muito do São Paulo, desde pequeno vivi no clube, mas já passou. Há também os torcedores do Inter que gostam muito de mim e hoje estou no Chelsea. Trabalho bastante e dou meu melhor para o clube.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2012/12/contra-rival-de-todo-mundo-oscar-tenta-reescrever-historia-em-mundiais.html