Campeonato de 2015 pode acabar nos tribunais ainda no seu início
Esporte

Campeonato de 2015 pode acabar nos tribunais ainda no seu início


Brechas no regulamento causam divergências quanto à modificação da unidade motriz, e McLaren e Honda podem levar questão adiante, caso não haja acordo

 
Livio Oricchio - Especialista GloboEsporte.com (Foto: GloboEsporte.com)


saiba mais

  • McLaren luta para Honda ter mais direitos na Fórmula 1 nesta temporada
  • FIA admite brecha em regra e libera desenvolvimento de motores em 2015

Fernando Alonso e Jenson Button vão acompanhar de perto a negociação entre Eric Boullier, da McLaren, Yasuhisa Arai, da Honda, e o delegado da FIA, Charlie Whiting, na próxima semana. O que está em jogo não é pouco: a liberdade de a Honda poder desenvolver a sua unidade motriz este ano, como já receberam Mercedes, Ferrari e Renault. O que Alonso e Button farão nas 20 etapas do campeonato depende muito da decisão da FIA.

Whiting diz seguir o regulamento. A Honda deve enviar sua unidade motriz até dia 28 de fevereiro para ser homologada e, basicamente, não modificá-la até o fim da temporada. A razão é o fato de Mercedes, Ferrari e Renault terem passado, em 2014, pela mesma limitação. Isso garantiria igualdade de condições para todos.

O delegado da FIA afirmou, ainda, que enquanto Mercedes, Ferrari e Renault não puderam rever suas unidades motrizes em 2014, a Honda pôde mexer à vontade na sua unidade por não disputar o campeonato.

Há várias questões a serem consideradas nesse imbróglio todo que a F-1 se meteu por conta de regras não claras. E de enormes consequências não apenas para a disputa esportiva como até para o futuro da competição. A decisão de Whiting pode representar um estímulo ou uma punição a novas montadoras de automóveis interessadas em estrear no Mundial.

Charlie Whiting - GP da Rússia - 10/10/2014 (Foto: Getty Images)
Charlie Whiting disse que Honda pôde desenvolver 
motor em 2014, quando não competia 
(Foto: Getty Images)


Originalmente, Mercedes, Ferrari e Renault poderiam modificar, do fim de 2014 para o início deste ano, 32 áreas, ou tokens, das suas unidades motrizes, correspondente a 48% do total de 66 tokens, estabelecidos pela FIA. Na sequência, deveriam também homologar as unidades revistas até a mesma data estabelecida para a Honda, 28 de fevereiro, e não mexer nelas até o fim do ano.

Ocorre que o texto da regra não especificou a data, 28 de fevereiro, e a direção da Ferrari e da Renault viu na falha a chance de estender o prazo para modificar suas unidades motrizes. Era o tempo a mais que precisavam para tentar reduzir a diferença de resposta de potência, resistência e consumo de suas unidades em relação a da Mercedes, a mais eficiente em todos os parâmetros.

Hoje não existe data limite para as três homologarem suas novas unidades, o que na prática significa que os engenheiros vão poder modificá-las à medida que o campeonato avança. É uma vantagem importante.

Foi esse “equívoco” na redação do regulamento que gerou toda a confusão. A FIA foi obrigada a aceitar a argumentação de Ferrari e Renault de poder evoluir suas unidades depois de 28 de fevereiro e, claro, estendê-la a Mercedes.

Ferrari GP Itália - treino (Foto: Getty Images)
Com a Renault, Ferrari conseguiu achar brecha 
no regulamento para desenvolvimento dos 
motores (Foto: Getty Images)


Quando a Honda decidiu regressar a F-1, em maio de 2013, essa variável não existia. Os japoneses imaginaram que iriam competir este ano contra adversários que não poderiam mexer nas suas unidades depois de rever 48% delas, como manda o regulamento, e todos as homologariam na mesma data, 28 de fevereiro.

Mas o que está acontecendo não é isso. É possível até que se soubesse que Mercedes, Ferrari e Renault poderiam trabalhar suas unidades durante o segundo ano, como agora, a Honda repensasse sua estratégia no esporte. A F-1 poderia não ser interessante, por haver uma diferença desmedida entre o nível de experiência dos que já estão lá e os estreantes.

É exatamente essa a mensagem que a FIA está passando a todas as montadoras que cogitam investir na F-1, associarem-se a algum time, desenvolver a promissora tecnologia híbrida das unidades motrizes: terão de concorrer contra adversários que estarão bem mais adiantados no seu desenvolvimento. Com a decisão de liberar o trabalho para as três escuderias e não estendê-la a Honda a FIA está institucionalizando o desestímulo a novos interessados pela F-1.

Uma coisa é os estreantes desenvolverem suas unidades motrizes no banco de provas estático, como fez a Honda em 2014, atividade bastante limitada, e outra bem diferente é aproveitar a oportunidade de disputar as 19 etapas do calendário, mais oito dias de treinos privados, além dos 12 da pré-temporada, como fizeram Mercedes, Ferrari e Renault. Tem mais: as três forneceram suas unidades a mais de uma equipe, ou seja, acumularam conhecimento em dobro ou triplo.



eric boullier 25/11/2014 abu dhabi (Foto: Getty Images)
Reunião entre Eric Boullier, 
Yasuhisa Arai e Charlie Whiting 
pode definir futuro da F-1 em 
2015 (Foto: Getty Images)


Outro aspecto importante é que o mesmo ano que a Honda teve para realizar a modificação que desejasse na sua unidade, em 2014, por não competir ainda, como alega Whiting, as três que disputaram o Mundial do ano passado também tiveram em 2013, um antes de a tecnologia dos motores turbo e os dois sistemas de recuperação de energia ser adotada pela F-1.

A FIA se meteu nesse caos pelo amadorismo dos que redigem o regulamento – tem sido um problema recorrente - e agora tem de encontrar soluções que não privilegiem demais Mercedes, Ferrari e Renault, em detrimento da Honda.

A coisa está tão feia que a direção da McLaren e da Honda, de posse do regulamento, ainda que falho, já fala em protestar à medida que cada concorrente apresente modificações na sua unidade motriz durante o campeonato. Quem revê a unidade deve anunciar aos comissários, pois existe a limitação dos 32 tokens este ano e a FIA verifica o trabalho realizado.

Por que a Honda tem de respeitar a data de homologação de 28 de fevereiro e Mercedes, Ferrari e Renault não? O que se espera, agora, é que na reunião entre Boullier, Arai e Whiting haja um acordo que não puna tanto a McLaren e a Honda. A F-1 pode acabar no


FONTE:
http://glo.bo/14tL17F




loading...

- Renault Expõe Sua Face Em Paris Nesta Quarta. E Volta à F1 Para Ser Campeã
FÓRMULA 1 Com gana para apagar as críticas feitas pela RBR nos últimos dois anos, montadora francesa apresenta projeto de equipe própria sonhando voltar ao topo em poucos anos Por Livio OricchioNice, França Logo da...

- Livio Oricchio: Entenda Por Que A Hegemonia Da Mercedes Será Longa
Mudança radical no regulamento da F1 faz disputa tecnológica dominar a categoria Por Livio OricchioSão Paulo viagem no tempoera fácil copiaro que acontece hoje na f-1?Cowell, o novo Newey Williams, Lotus e Force...

- Após Teste, Massa Não Esconde Alegria Com Nova A Williams: "está Melhor
Brasileiro elogia comportamento do FW37 e se mostra satisfeito com dia de testes na Espanha. Piloto também analisa adversárias e cita Ferrari: "Parecem competitivos" Por Livio OricchioDireto de Jerez de la Frontera, Espanha ...

- Mclaren Confirma Alonso Como Primeiro A Testar Carro De 2015
Após retorno, espanhol usará novo monoposto durante o período de testes em Jerez, na Espanha, no início de fevereiro. Estreia do novo carro acontece no próximo dia 29 Por GloboEsporte.comLondres Após anunciar o lançamento...

- Para Dennis, Mclaren Terá Em 2015 A "dupla Mais Forte Da Fórmula 1 Atual"
Com Fernando Alonso e Jenson Button, equipe inglesa contará com dois campeões mundiais, assim como a Ferrari, que terá Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen Por GloboEsporte.comWoking, Inglaterra Fernando Alonso e Jenson Button...



Esporte








.