O Brasil mostrou em quadra que poderia ter vencido a Croácia, campeã mundial de 2003 e bicampeã olímpica (Atlanta 1996 e Atenas 2004). Mas chegou ao fim, neste domingo, a participação da equipe no Mundial do Catar. Pelas oitavas de final, no Al Sadd Hall, em Doha, a seleção fez um primeiro tempo brilhante, inclusive indo para o intervalo em vantagem (15 a 13). Depois de um apagão no começo da segunda etapa, os brasileiros voltaram a fazer jogo duro com os croatas, tiveram chance de vitória até os últimos minutos, mas acabaram perdendo no detalhe: 26 a 25 para os europeus. Assim como aconteceu há dois anos, na Espanha, a equipe cai nas oitavas de final e por apenas um gol. Como foi o pior entre os eliminados nesta fase, a seleção ficou com a 16ª colocação no Catar – fora 13ª em 2011. Agora a Croácia vai enfrentar nas quartas de final o vencedor do duelo desta segunda-feira entre Polônia e Suécia.
A eliminação também teve um gosto mais amargo para Thiagus e Valadão. Neste domingo, os armadores completaram, respectivamente, 26 e 24 anos de vida e não ganharam de presente uma vitória da seleção.
- O Brasil sai muito triste, pois foi por um gol e por uma bola. Mas deu para sentir que estamos no caminho certo e dá para brigar nos próximos campeonatos. Nós jogamos de igual para igual contra a Espanha, Croácia e as melhores seleções do mundo. A saída dos nossos jogadores para a Europa é um dos motivos da nossa melhora no cenário mundial - comentou Thiagus.
Brasileiros lamentam derrota e eliminação
diante da Croácia, no Catar (Foto:
Wander Roberto/CBHb)
Mesmo com os últimos quatro jogos das oitavas de final programados para esta segunda-feira, o Brasil já sabe que vai terminar a competição na 16ª colocação. Isso porque teve o pior aproveitamento dentre os classificados da primeira fase, com os quatro pontos conquistados em cima das vitórias sobre Belarus e Chile. O time perdeu para Catar, Espanha e Eslovênia.
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Em 2013, na Espanha, a seleção ganhou três jogos na fase de grupos, caiu diante da Rússia por 27 a 26 e ficou com a 13ª posição, a melhor de sua história.
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Chê bate em direção ao gol da Croácia após
superar a forte marcação rival (Foto:
Wander Roberto / Photo&Grafia)
O jogo
O primeiro gol da Croácia já mostrou o que seria uma das dificuldades do Brasil na partida: a altura dos croatas. Do alto dos seus 2,10m, o gigante Kopljar, o maior jogador do Mundial, acertou o gol com um arremesso de longe.
No ataque, a seleção, como prometido pelos jogadores, trabalhava a bola com paciência, sempre passando pelas mãos de Zeba, o capitão do time. Era uma forma de tentar cansar a linha defensiva rival, que contava com Kopljar (2,10m), Vori (2,03m), Gojun (2,04m) e Musa (2,00m).
Num primeiro momento, depois de João fazer o primeiro gol do Brasil, a seleção foi prejudicada pela própria demora na recomposição defensiva. A vantagem croata chegou a ser de 4 a 1 logo nos primeiros cinco minutos de jogo. Mas Zeba e Borges marcaram, e a partir daí ficava faltando só acertar o último passe para gol do empate.
Minutos depois de Cupic, o artilheiro da Croácia (28 gols na primeira fase), acertar um pênalti na trave e após Bombom aparecer pela primeira vez com uma bela defesa, Thiagus deixou o placar empatado em 8 a 8, quase na metade do primeiro tempo. Para euforia dos brasileiros, João surgiu no miolo da defesa croata e pôs a seleção em vantagem no lance seguinte (9 a 8).
A liderança brasileira não durou nem um minuto. A Croácia virou rapidamente, mas há muito tempo não conseguia penetrar mais com tanta facilidade na defesa 5-1 do Brasil. Apesar do pênalti perdido por Zeba, a seleção cumpria seu dever no ataque, conseguindo os gols após muita movimentação. O grupo foi novamente recompensado com a frente no marcador, que veio logo após um pênalti cobrado por Horvat e salvo por Rick. João fez 13 a 12. Na sequência, Rick salvou dois pênaltis (um de Cupic e um de Strlek), e João apareceu de novo, dando dois gols de vantagem para o Brasil. Antes do intervalo, Borges assegurou que fosse essa a frente que a seleção levaria para o vestiário, acertando o gol e fazendo 15 a 13.
Seleção lutou até os últimos segundos pela vitória
e classificação para as quartas (Foto: Wander
Roberto / Photo&Grafia)
Se o Brasil fez um grande trabalho no primeiro tempo – João era o artilheiro do jogo com cinco gols - todo esse esforço foi por água abaixo no segundo tempo. Jordi confiou no bom momento de Rick e o colocou no lugar de Bombom para a sequência da partida. Porém, a Croácia demorou três minutos e meio para virar o jogo, aproveitando a defesa brasileira bastante desatenta no começo da etapa e um ataque que se livrava demais da bola (17 a 15). Muito descontente com a inércia da equipe, Jordi pediu tempo, mas a seleção pouco mudou em quadra. O primeiro gol do Brasil no segundo tempo só foi aparecer aos 7 minutos e 24 segundos, num arremesso em que Patrianova subiu sozinho para balançar a rede (18 a 16).
Passados dez minutos de jogo, o Brasil voltou a se reencontrar na partida. Valadão provocou o empate e, após uma defesa de Rick, Zeba recolocou o país em vantagem (20 a 19). O empenho para não desperdiçar chances no ataque e a dedicação na marcação voltaram a ser tão grandes que a equipe não deixou os croatas virarem quando o time verde-amarelo tinha um jogador a menos em quadra - Lucas cumpria suspensão de dois minutos.
Os últimos 10 minutos de jogo foram dramáticos. O placar apontava 22 a 22, e Chiuffa ainda teve um pênalti defendido por Ivic. O Brasil chegou a tomar a virada - quinto gol de Kopljar (23 a 22) - e passou a correr atrás no placar. Há dois minutos do fim, a seleção se via perdendo por 25 a 24. E aí apareceu o talento do atual melhor jogador do mundo. Duvnjak arremessou baixo, e Rick não conseguiu defender (26 a 24). Faltavam apenas 27 segundos para o Brasil tentar pelo menos o empate para forçar a prorrogação. Thiagus chegou a diminuir, mas não deu tempo do 26º gol.
FONTE:
http://glo.bo/1D6TREj