No último mês, o Botafogo utiliza uma tecnologia nova, de ponta, para otimizar o desempenho físico dos atletas, visando maior rendimento e evitar lesões. O aparelho é o mesmo utilizado por times da Europa, como Paris Saint-Germain e Manchester City, além das seleções inglesa e espanhola.
O Firstbeat consiste de uma espécie de cinto que é inserida nos atletas na região abaixo do peito durante os treinamentos, captando a frequência cardíaca e transmitindo por radiofrequência a uma distância de até 200 metros a uma antena receptora. Essa antena, ligada a um notebook, recebe o sinal e repassa os dados a um software, que os organiza em tempo real.
Quem comanda o equipamento durante os treinos do Botafogo é o fisiologista Manoel Coutinho. Ao lado do campo, ele acompanha as informações fornecidas pelo software e as informa aos preparadores físicos, de maneira a aumentar, manter ou diminuir a carga do treinamento prevista a determinado jogador. Isso possibilita atingir com precisão o objetivo programado.
- O grande diferencial é ser em tempo real. Sendo em tempo real, no meio do treino, consigo fazer ajustes. Se em determinado dia o objetivo do treino é elevar o atleta a um grau de condicionamento físico, um treino forte, consigo mapear se todos estão neste ritmo. O que normalmente não acontece, visto que cada atleta tem uma variação diferente. Então, com o aparelho, posso pedir para acelerar determinados atletas, para que aumentem a intensidade do treino, e outros posso pedir para reduzir ou até mesmo encerrar o treino. Assim, consigo atingir o objetivo final com todos. Sem ser online, não tenho essa precisão - explica Coutinho.
São várias as informações que o software fornece, desde gasto calórico a nível de estresse. Esse segundo é medido pela frequência cardíaca em repouso e é importante para se saber qual é a resposta que o jogador está dando fisicamente aos treinos, qual o impacto que o corpo está sofrendo às cargas de trabalho.
- A medição da frequência cardíaca é uma tecnologia mais antiga. O diferencial do nosso equipamento é a medição online e o processamento de dados que o software traz. Ele processa vários dados ao mesmo tempo a partir da frequência cardíaca. Consigo saber qual o efeito do treinamento, o gasto calórico, por exemplo... Isso é uma informação para o nutricionista, facilita na hora do planejamento alimentar e da reposição energética que os atletas precisam após os treinos. Esses dados são fundamentais para podermos modular o treinamento de modo a atingir as cargas planejadas. Isso nos faz atingir grandes performances e também ajuda a prevenir lesões, uma vez que evita a sobrecarga - afirma Coutinho.
Na última semana e nesta que se iniciará, o Botafogo terá um tempo maior para treinar e recuperar os atletas. O próximo jogo é no dia 17, contra o Bragantino, no Nilton Santos - o último foi contra o Sampaio Corrêa, no dia 2. Antes, a equipe teve uma sequência grande de partidas seguidas, no meio e no final da semana. Foram oito rodadas disputadas em 25 dias. De acordo com Manoel Coutinho, apesar de ter sido desgastante aos atletas, o resultado físico ao final foi satisfatório, uma vez que não houve lesões mais graves.
O trabalho de prevenção, aliás, buscando evitar lesões, ocorre também por meio da medição da enzima creatinoquinase, via exame de sangue. A CK tem papel importante na geração de energia para o metabolismo muscular. Conforme explica Coutinho, os resultados obtidos por essa medição mostram qual foi o dano muscular causado no jogador pelo esforço físico realizado nas partidas. Assim, é possível saber qual atleta pode ter propensão a uma lesão no futuro.
- Essa enzima é um ótimo indicador se o atleta está com algum risco de sofrer lesão importante. Medimos de dois a três dias após os jogos. Traçamos um perfil individualizado, cada jogador tem um perfil. Não existe uma tabela de referência para essa enzima, como outros indicadores bioquímicos, como colesterol, glicose... Assim, criamos uma escala para cada atleta e cada atleta tem de responder dentro da sua individualidade. Sabe-se o resultado dele, se está acima ou abaixo da média dele na temporada. Baseado neste resultado, damos ao atleta mais cuidado. Caso a gente identifique que ele está com algum risco, é feito um trabalho de recuperação mais intenso. Algumas vezes, é até retirado do treino. Fica na academia, fazendo um trabalho especial, sem submetê-lo ao esforço do treinamento - conta.
A reapresentação do Botafogo acontece na manhã desta segunda-feira, no Nilton Santos, após folga no final de semana.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2015/10/bota-usa-mesma-tecnologia-que-psg-e-city-para-otimizar-desempenho-fisico.html
O Firstbeat consiste de uma espécie de cinto que é inserida nos atletas na região abaixo do peito durante os treinamentos, captando a frequência cardíaca e transmitindo por radiofrequência a uma distância de até 200 metros a uma antena receptora. Essa antena, ligada a um notebook, recebe o sinal e repassa os dados a um software, que os organiza em tempo real.
Manoel Coutinho recebe os dados dos atletas
em tempo real nos treinos do Botafogo
(Foto: Vitor Silva / SSPress)
Quem comanda o equipamento durante os treinos do Botafogo é o fisiologista Manoel Coutinho. Ao lado do campo, ele acompanha as informações fornecidas pelo software e as informa aos preparadores físicos, de maneira a aumentar, manter ou diminuir a carga do treinamento prevista a determinado jogador. Isso possibilita atingir com precisão o objetivo programado.
- O grande diferencial é ser em tempo real. Sendo em tempo real, no meio do treino, consigo fazer ajustes. Se em determinado dia o objetivo do treino é elevar o atleta a um grau de condicionamento físico, um treino forte, consigo mapear se todos estão neste ritmo. O que normalmente não acontece, visto que cada atleta tem uma variação diferente. Então, com o aparelho, posso pedir para acelerar determinados atletas, para que aumentem a intensidade do treino, e outros posso pedir para reduzir ou até mesmo encerrar o treino. Assim, consigo atingir o objetivo final com todos. Sem ser online, não tenho essa precisão - explica Coutinho.
São várias as informações que o software fornece, desde gasto calórico a nível de estresse. Esse segundo é medido pela frequência cardíaca em repouso e é importante para se saber qual é a resposta que o jogador está dando fisicamente aos treinos, qual o impacto que o corpo está sofrendo às cargas de trabalho.
- A medição da frequência cardíaca é uma tecnologia mais antiga. O diferencial do nosso equipamento é a medição online e o processamento de dados que o software traz. Ele processa vários dados ao mesmo tempo a partir da frequência cardíaca. Consigo saber qual o efeito do treinamento, o gasto calórico, por exemplo... Isso é uma informação para o nutricionista, facilita na hora do planejamento alimentar e da reposição energética que os atletas precisam após os treinos. Esses dados são fundamentais para podermos modular o treinamento de modo a atingir as cargas planejadas. Isso nos faz atingir grandes performances e também ajuda a prevenir lesões, uma vez que evita a sobrecarga - afirma Coutinho.
Roger Carvalho e Renan Fonseca com o "cinto"
do Firstbeat, que mede a frequência cardíada
(Foto: Vitor Silva / SSPress)
Na última semana e nesta que se iniciará, o Botafogo terá um tempo maior para treinar e recuperar os atletas. O próximo jogo é no dia 17, contra o Bragantino, no Nilton Santos - o último foi contra o Sampaio Corrêa, no dia 2. Antes, a equipe teve uma sequência grande de partidas seguidas, no meio e no final da semana. Foram oito rodadas disputadas em 25 dias. De acordo com Manoel Coutinho, apesar de ter sido desgastante aos atletas, o resultado físico ao final foi satisfatório, uma vez que não houve lesões mais graves.
O trabalho de prevenção, aliás, buscando evitar lesões, ocorre também por meio da medição da enzima creatinoquinase, via exame de sangue. A CK tem papel importante na geração de energia para o metabolismo muscular. Conforme explica Coutinho, os resultados obtidos por essa medição mostram qual foi o dano muscular causado no jogador pelo esforço físico realizado nas partidas. Assim, é possível saber qual atleta pode ter propensão a uma lesão no futuro.
- Essa enzima é um ótimo indicador se o atleta está com algum risco de sofrer lesão importante. Medimos de dois a três dias após os jogos. Traçamos um perfil individualizado, cada jogador tem um perfil. Não existe uma tabela de referência para essa enzima, como outros indicadores bioquímicos, como colesterol, glicose... Assim, criamos uma escala para cada atleta e cada atleta tem de responder dentro da sua individualidade. Sabe-se o resultado dele, se está acima ou abaixo da média dele na temporada. Baseado neste resultado, damos ao atleta mais cuidado. Caso a gente identifique que ele está com algum risco, é feito um trabalho de recuperação mais intenso. Algumas vezes, é até retirado do treino. Fica na academia, fazendo um trabalho especial, sem submetê-lo ao esforço do treinamento - conta.
A reapresentação do Botafogo acontece na manhã desta segunda-feira, no Nilton Santos, após folga no final de semana.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2015/10/bota-usa-mesma-tecnologia-que-psg-e-city-para-otimizar-desempenho-fisico.html