Após ouros, Diego ganha força rumo aos Jogos: "Estou fazendo meu papel"

A comemoração de Diego Hypolitofoi grande ao terminar a série de solo na final da etapa de Cottbus da Copa do Mundo, no último sábado. O bicampeão mundial, que já havia levado o ouro de Doha, sabia que tinha feito sua melhor apresentação na temporada, e a confirmação veio com a nota: 15,466 pontos. Além de mais um título, o ginasta conseguiu a segunda maior nota do ano no aparelho, se posicionando como candidato ao pódio nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e ganhando força na briga por uma vaga na equipe do Brasil (veja ranking abaixo).

- O objetivo foi cumprido. Não fico visando ter a segunda melhor nota do ano. Meu objetivo é passar bem por cada momento do ano, sem lesões graves, melhorando a resistência e a confiança. Essas competições foram muito importantes para reerguer minha confiança. Estou muito feliz por conseguir dois ouros, mas o objetivo maior nem era títulos. O foco é em cima das Olimpíadas. Acredito que com esses resultados eu ganho mais confiança a cada dia. Fiquei muito feliz porque fui muito elogiado por atletas, treinadores e árbitros e, mesmo com o critério mais exigente, consegui fazer bons resultados - comemorou Diego.


A comissão técnica da seleção brasileira já deixou claro que a estratégia para formar o quinteto olímpico é focar nas chances de medalhas, ao contrário dos dois últimos anos, em que a prioridade era a disputa por equipes até alcançar a inédita classificação para as Olimpíadas, no Mundial do ano passado. Assim, Diego ganha espaço, mesmo sendo especialista em solo e salto - ele também levou um bronze neste aparelho em Doha e foi quinto em Cottbus.

- Acho que estou fazendo meu papel. Não estou focando em nota, estou focando no meu trabalho. Eu deixo a conclusão para as outras pessoas, mas acredito que tenha muitas chances de integrar esse time para representar da melhor forma a nação brasileira - disse o bicampeão mundial.

A confiança nas palavras de Diego vêm da consistência nas quatro apresentações entre classificatórias e finais de Doha e Cottbus. Sempre fazendo mais de 15 pontos, ele alcançou a segunda maior nota da temporada em competições internacionais. Os 15,466 do último fim de semana só ficam atrás dos 16,150 de Kenzo Shirai, atual campeão mundial do aparelho e favorito absoluto ao ouro no Rio - ele conseguiu 16,500 no campeonato japonês também no fim de semana, mas os critérios de competições nacionais por vezes são menos rigorosos.

Nesta temporada, Diego já está à frente do atual vice-campeão mundial, o britânico Max Whitlock, e de seu compatriota Daniel Purvis, também finalista no Mundial do ano passado - o brasileiro só foi escalado para a final por equipes em Glasgow. Os 15,466 de Cottbus e os 15,400 de Doha superam também os 15,200 que deram o bronze mundial ao espanhol Rayderley Zapata na Escócia. No entanto, o bicampeão mundial sabe que tem de continuar evoluindo para permanecer como candidato ao pódio.

- Estou bastante satisfeito com as notas. Achei que o critério de Cottbus foi um pouquinho mais exigente, mas mesmo assim consegui tirar uma nota bastante boa. Essa série ainda não é a minha oficial, que é um pouco mais difícil. Ela aumenta ainda dois décimos. Vou voltar para São Bernardo do Campo ainda e aumentar o grau de dificuldade da minha série para voltar a ter 7,0 de dificuldade e tentar 7,1, que há essa possibilidade. Os Jogos não são hoje, acontecem daqui a algum tempo ainda, então tenho que continuar treinando - disse Diego, que apresentou uma série com 6,8 de dificuldade.


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/ginastica-artistica/noticia/2016/04/apos-ouros-diego-ganha-forca-rumo-aos-jogos-estou-fazendo-meu-papel.html