De seu pai, Evilmar, um ex-jogador que atuou por vários clubes do Espírito Santo, Luis Henrique herdou o talento para o futebol e aprendeu o caminho do gol. Com a mãe, a comissária de bordo Tanara, ele entendeu a importância de voar alto e, ao mesmo tempo, saber que a segurança existe mesmo quando os pés estão no chão. São esses os ensinamentos que guiam o artilheiro da campanha do vice-campeonato da Copa do Brasil Sub-17, com impressionantes 14 gols em 10 partidas, a caminho do elenco profissional do Botafogo. Isso depois de uma passagem que não vingou no Flamengo.
- Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos - afirmou o atacante.
Embora ainda seja considerado uma promessa, Luis Henrique tem sido tão falado quanto Bill e Rodrigo Pimpão, titulares da equipe profissional que, aliás, somados marcaram menos gols (13) do que ele na atual temporada. Nos próximos dias, o atacante de 17 anos estará junto deles e dos demais comandados de René Simões para ser observado. Mas embora admita que não pretende queimar etapas em seu desenvolvimento, a joia alvinegra admite que seu desejo é não mais deixar os profissionais.
- Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Luis Henrique, que na última quarta-feira foi convocado para a seleção brasileira sub-17 para a disputa de um torneio na Coreia do Sul, fala sobre a dura marcação que sofre da mãe em relação à vida fora dos gramados e de como lida com a expectativa da torcida.
Confira a íntegra:
GloboEsporte.com:
Depois de ser o destaque do Botafogo na Copa do Brasil sub-17, você está perto de iniciar um período de treinos com o profissional. Como vê essa chance?
Luis Henrique:
Fizemos uma pré-temporada intensa durante dois meses, e o resultado disso foi essa campanha na Copa do Brasil. Claro que seria muito melhor com o título, mas o futebol é maravilhoso porque prega algumas peças. Fiquei animado e feliz com as declarações do René, apesar de desde o início do ano eu saber que poderia treinar com os profissionais. Mas também não quero pular etapas. Então, estou preparado, seja para ficar em definitivo ou não.
E sua ideia é ficar em definitivo?
Penso em ficar, sim. Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base. Mas se tiver que retornar para a minha categoria, faço com a maior tranquilidade. Posso estar pulando algumas etapas, mas estou preparado para as duas situações.
Está também preparado para corresponder à expectativa da torcida após as atuações que chamaram a atenção de todos na Copa do Brasil sub-17?
Desde criança é preciso saber lidar com isso, pois foi a profissão que escolhi. Sei que existe pressão e expectativa. Mas concordo com o René quando ele diz que pouca idade não significa inexperiência. Uso toda essa badalação como algo positivo, como uma motivação, e procuro não pensar que posso me frustrar ou frustrar alguém.
Mas certamente vai ser diferente enfrentar jogadores mais velhos e muitas vezes mais fortes. Acha que dá conta?
Acho que dou conta, sim. É apenas o começo de uma carreira longa. Sei que vou enfrentar jogadores mais velhos e mais fortes, mas estou me preparando muito. Além de treinar muito, sou focado no extracampo: costumo descansar, me hidratar...
Em casa tem uma patrulha em relação a isso?
Tem, sim (risos). Moro com minha mãe (Tanara) e minha irmã mais nova (Cinara), e elas marcam em cima. Quando eu saio, minha mãe me liga ou manda mensagem perguntando onde eu estou e falando que eu preciso voltar logo. Se como besteira, ela chama minha atenção. Mas sou bem disciplinado também em relação aos horários e à alimentação.
Antes de chegar ao Botafogo, em 2013, você passou pelo Flamengo, que o dispensou. Como foi viver essa primeira frustração? Existe alguma mágoa com o ex-clube e uma motivação a mais quando disputa esse clássico?
Sou de Itarana, uma cidade de 15 mil habitantes do Interior do Espírito Santo. Vim para o Rio de Janeiro quando meus pais se separaram, em 2009, morando com minha mãe e meus irmãos. Joguei seis meses antes de ir para o Flamengo. Lá tive problemas de adaptação, porque era muito diferente chegar a uma cidade tão grande. Eu ainda não tinha a cabeça no lugar como tenho agora. Além disso, minha mãe, como comissária, viajava muito e ficava longe, e eu sentia falta, apesar de entender que era o trabalho dela. Tudo isso influenciou para que eu não desenvolvesse o meu melhor. Então eu pouco joguei pelo Flamengo. Quando vem a dispensa você diz que não quer mais jogar, fica aborrecido com o treinador, com o clube... Mas não tenho mágoa e agradeço ao Flamengo pela oportunidade. Aprendi muito naquele período.
Depois de uma semana de teste no Bahia, sem sucesso, você chegou ao Botafogo em 2013 e desandou a fazer gols.
Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos. De certa forma essa marca surpreendeu, mas eu esperava começar o ano bem, pelo que fiz na pré-temporada e desde que cheguei ao Botafogo. Então foi uma surpresa boa.
Costuma contar seus gols, fazer algum tipo de estatística pessoal?
Conto meus gols no ano, mas comecei a fazer isso no ano passado. Foram 24, e neste ano já tenho 14 em partidas oficiais. Acho legal o atacante contar os gols que faz e tentar manter a regularidade.
Quais são suas referências de atacantes?
Para mim, o Ronaldo dentro da área foi o melhor. Além disso foi disciplinado e dedicado. O Ibrahimovic é completo, tem personalidade dentro de campo, liderança e faz gol de qualquer jeito, além de participar bem taticamente. Atacante atual tem que fazer gol e ajudar na marcação quando é preciso. Eu gosto muito de entender o jogo, saber quando atacar e defender.
Pretende levar seus estudos adiante?
No fim deste ano eu termino o Ensino Médio. Vou à escola à noite, já que os treinos são de manhã. Gostaria de cursar uma faculdade, mas vai depender muito se vou ficar na base ou se vou de vez para os profissionais. Minha área de interesse é comunicação, seja publicidade, marketing ou jornalismo.
FONTE:
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- Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos - afirmou o atacante.
Luis Henrique recebe o carinho da mãe Tanara
e da irmã Cinara: incentivo com doses de patru-
lha em casa por conta da vida fora das quatro
linhas (Foto: Gustavo Rotstein)
- Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Luis Henrique, que na última quarta-feira foi convocado para a seleção brasileira sub-17 para a disputa de um torneio na Coreia do Sul, fala sobre a dura marcação que sofre da mãe em relação à vida fora dos gramados e de como lida com a expectativa da torcida.
Confira a íntegra:
GloboEsporte.com:
Depois de ser o destaque do Botafogo na Copa do Brasil sub-17, você está perto de iniciar um período de treinos com o profissional. Como vê essa chance?
Luis Henrique em ação diante do Vitória, na final da Copa do Brasil (Foto: Satiro Sodre/SSPress)
Fizemos uma pré-temporada intensa durante dois meses, e o resultado disso foi essa campanha na Copa do Brasil. Claro que seria muito melhor com o título, mas o futebol é maravilhoso porque prega algumas peças. Fiquei animado e feliz com as declarações do René, apesar de desde o início do ano eu saber que poderia treinar com os profissionais. Mas também não quero pular etapas. Então, estou preparado, seja para ficar em definitivo ou não.
E sua ideia é ficar em definitivo?
Penso em ficar, sim. Esse sempre foi o meu sonho, jogar pelo clube que me acolheu quando eu precisava. Não sei se vou ficar nos profissionais, mas chego para buscar o meu lugar e não voltar mais para a base. Mas se tiver que retornar para a minha categoria, faço com a maior tranquilidade. Posso estar pulando algumas etapas, mas estou preparado para as duas situações.
Está também preparado para corresponder à expectativa da torcida após as atuações que chamaram a atenção de todos na Copa do Brasil sub-17?
Desde criança é preciso saber lidar com isso, pois foi a profissão que escolhi. Sei que existe pressão e expectativa. Mas concordo com o René quando ele diz que pouca idade não significa inexperiência. Uso toda essa badalação como algo positivo, como uma motivação, e procuro não pensar que posso me frustrar ou frustrar alguém.
Mas certamente vai ser diferente enfrentar jogadores mais velhos e muitas vezes mais fortes. Acha que dá conta?
Acho que dou conta, sim. É apenas o começo de uma carreira longa. Sei que vou enfrentar jogadores mais velhos e mais fortes, mas estou me preparando muito. Além de treinar muito, sou focado no extracampo: costumo descansar, me hidratar...
Em casa tem uma patrulha em relação a isso?
Tem, sim (risos). Moro com minha mãe (Tanara) e minha irmã mais nova (Cinara), e elas marcam em cima. Quando eu saio, minha mãe me liga ou manda mensagem perguntando onde eu estou e falando que eu preciso voltar logo. Se como besteira, ela chama minha atenção. Mas sou bem disciplinado também em relação aos horários e à alimentação.
Antes de chegar ao Botafogo, em 2013, você passou pelo Flamengo, que o dispensou. Como foi viver essa primeira frustração? Existe alguma mágoa com o ex-clube e uma motivação a mais quando disputa esse clássico?
Sou de Itarana, uma cidade de 15 mil habitantes do Interior do Espírito Santo. Vim para o Rio de Janeiro quando meus pais se separaram, em 2009, morando com minha mãe e meus irmãos. Joguei seis meses antes de ir para o Flamengo. Lá tive problemas de adaptação, porque era muito diferente chegar a uma cidade tão grande. Eu ainda não tinha a cabeça no lugar como tenho agora. Além disso, minha mãe, como comissária, viajava muito e ficava longe, e eu sentia falta, apesar de entender que era o trabalho dela. Tudo isso influenciou para que eu não desenvolvesse o meu melhor. Então eu pouco joguei pelo Flamengo. Quando vem a dispensa você diz que não quer mais jogar, fica aborrecido com o treinador, com o clube... Mas não tenho mágoa e agradeço ao Flamengo pela oportunidade. Aprendi muito naquele período.
Depois de uma semana de teste no Bahia, sem sucesso, você chegou ao Botafogo em 2013 e desandou a fazer gols.
Sempre fiz muitos gols. No ano passado fui vice-artilheiro do Campeonato Carioca sub-17 mesmo com 16 anos. A média sempre foi boa, mas a diferença desta Copa do Brasil é que foi contra adversários expressivos. De certa forma essa marca surpreendeu, mas eu esperava começar o ano bem, pelo que fiz na pré-temporada e desde que cheguei ao Botafogo. Então foi uma surpresa boa.
Costuma contar seus gols, fazer algum tipo de estatística pessoal?
Aos 11 anos, Luis Henrique posa com marca de
Dunga na calçada da fama do Maracanã:
"reencontro" no futuro? (Foto:
Arquivo Pessoal)
Quais são suas referências de atacantes?
Para mim, o Ronaldo dentro da área foi o melhor. Além disso foi disciplinado e dedicado. O Ibrahimovic é completo, tem personalidade dentro de campo, liderança e faz gol de qualquer jeito, além de participar bem taticamente. Atacante atual tem que fazer gol e ajudar na marcação quando é preciso. Eu gosto muito de entender o jogo, saber quando atacar e defender.
Pretende levar seus estudos adiante?
No fim deste ano eu termino o Ensino Médio. Vou à escola à noite, já que os treinos são de manhã. Gostaria de cursar uma faculdade, mas vai depender muito se vou ficar na base ou se vou de vez para os profissionais. Minha área de interesse é comunicação, seja publicidade, marketing ou jornalismo.
FONTE:
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