O equilíbrio previsto antes do confronto virou pó assim que a bola  rolou na Ilha do Retiro. Enfim, o Sport venceu e convenceu. Logo diante  do Náutico. Logo na Copa Sul-Americana, antigo sonho de consumo de  rubro-negros e alvirrubros. A vitória por 2 a 0 foi um passo  importantíssimo rumo à classificação às oitavas de final do torneio,  quando se inicia a fase internacional para os times brasileiros. O fato  de não ter tomado gol dentro de casa tem um significado e tanto. Na  próxima quarta-feira, dia 28, na Arena Pernambuco, um gol do Sport  obrigará o Náutico a marcar quatro.  saiba mais -    Veja como foi o Tempo Real da partida
 -    Confira a tabela da Copa Sul-Americana
 
  Detalhe: na noite desta terça, o Leão não sentiu falta de seu principal  jogador: Marcos Aurélio, artilheiro e maior referência da equipe na  Série B. Lesionado, o baixinho foi muito bem substituído por Roger. Só  faltou o gol para brindar a atuação do centroavante.
 O resultado agrava a crise no Timbu, afundado na lanterna da Série A do  Campeonato Brasileiro, e embala o Leão. Firme no G-4 da Série B, o  Rubro-Negro ganhou ainda mais tranquilidade para o jogo do próximo  sábado, contra o Paraná, na Vila Capanema, pela 17ª rodada da Segundona.  Já o Timbu vai a Salvador pressionado para encarar o Bahia, domingo,  pela 16ª rodada da Série A. Foi apenas o segundo jogo do técnico  Jorginho à frente do Alvirrubro. E a segunda derrota, após o revés para o  Fluminense no último sábado. Felipe Azevedo comemora o primeiro gol do Leão (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
 
Domínio rubro-negro  Com duas grandes defesas, Ricardo Berna foi o grande personagem do  Náutico no primeiro tempo. E quando o goleiro é o destaque do time mesmo  com uma desvantagem de 2 a 0 no placar, significa quanto o adversário  acabou sendo superior. O Sport dominou as ações em praticamente toda a  primeira etapa. Além dos gols de Felipe Azevedo e Patric, o Leão chegou  com perigo pelo menos em mais três ocasiões. Todas com Roger.  O atacante tão criticado nos últimos jogos destacou-se como um dos mais  participativos em campo. Aos três minutos, exigiu excelente defesa de  Berna numa cabeçada dentro da área. Aos 21, finalizou com o pé esquerdo,  mas acabou frustrado por outra boa defesa do arqueiro alvirrubro.  Minutos antes, sofreu e cobrou uma falta da entrada da área, que raspou  na trave. Lateral Patric acabou corado com gol após grande atuação (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
 
 O gol ficou para Patric. Em dia inspirado, o lateral-direito foi  premiado aos 42 minutos, após belo lançamento de Roger. O chute saiu  seco, cruzado, indefensável. A dupla Roger e Patric já havia participado  do primeiro gol, aos 4 minutos, quando o lateral cruzou na área, o  centroante resvalou, e a bola sobrou para Felipe Azevedo, atento,  empurrar para as redes. Foi o segundo gol do atacante em dois gols, que  amargava um jejum de 11 partidas sem balançar a rede antes da vitória  sobre o Atlético-GO.  As investidas do Náutico se resumiram aos chutes de longa distância.  Tentaram Rogério, Elicarlos e Tiago Real. Magrão fez boas defesas. O  meio-campo alvirrubro, com o trio de volantes Martinez, Elicarlos e  Derley, se mostrou inoperante. Rogério e Maikon Leite ficaram distantes e  isolados no ataque. Enquanto o Sport, organizado, mantinha a posse de  bola e explorava bem as jogadas trabalhadas com os meias Lucas Lima e  Camilo. Apesar da festa pelos 2 a 0 ao fim da primeira etapa, o torcedor  rubro-negro sabia: um gol do Náutico no segundo tempo mudaria o  cenário, até ali, confortável.   Frustração alvirrubraO torcedor do Timbu assistiu ao segundo tempo frustrado, porque em  nenhum momento o Náutico ameaçou mudar o panorama do jogo. Pelo  contrário. O Sport é que esteve mais perto de marcar o terceiro gol.  Roger, sempre ele, assustou Ricardo Berna mais duas vezes
 antes de deixar o campo aplaudido pela torcida (que gritou seu nome) ao  ser substituído pelo estreante Diego Maurício, ex-Flamengo, a 15  minutos do fim.  Jorginho tentou sem sucesso mudar a cara do Náutico. Nenhuma das três  substituições surtiram o efeito esperado. Saíram Rogério, Maikon Leite e  Tiago Real para as entradas de Hugo, Olivera e Peña. Dono do prior  ataque da Série A, com apenas oito gols, o Alvirrubro só ameaçou a meta  de Magrão uma única vez, com o venezuelano Peña, aos 37 minutos. Gabriel  apareceu preciso para salvar o Sport.  O fato de não ter levado gol é raro para o time rubro-negro. Apesar da  boa campanha na Série B, o Sport tem a quarta defesa mais vazada da  competição, com 26 gols sofridos. Nesta terça, porém, o sistema  defensivo do Leão esteve seguro. Foi uma noite perfeita para a torcida   rubro-negra. O sonho de desbravar a América, quatro anos depois da  última participação na Libertadores, é cada vez mais real.