O Santos não foi brilhante. Longe disso. Jogou mal, demonstrou várias  deficiências, mas se superou. Arrancou o empate em 1 a 1 no tempo  normal, após sair em desvantagem no placar, e contou mais mais uma vez  com a estrela do goleiro Rafael nos pênaltis. Herói nas quartas de final  contra o Palmeiras, ele brilhou novamente e garantiu a classificação  alvinegra ao defender duas cobranças. O Peixe aguarda o vencedor do  clássico entre São Paulo e Corinthians, neste domingo, para saber quem  será o adversário na luta pelo inédito tetracampeonato estadual.
   Roni, para o Mogi, e Edu Dracena, para o Santos, marcaram os gols no  tempo normal. Nas penalidades, Cícero, André, Neymar, Léo e Edu Dracena  marcaram para o Peixe (Miralles e Renê Júnior perderam). Pelo Mogi,  Tiago Alves, Roger Gaúcho, Wagninho e Val converteram, mas Carlos  Alberto, Juninho e Roni erraram. 
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 Emocionado com mais uma final de Paulista (desde que subiu para o  profissional, em 2009, ele nunca deixou de disputar uma decisão  estadual), Neymar se abaixou no gramado e pareceu chorar. Depois, saiu  correndo para para festejar com a torcida.
   Agora, o Mogi Mirim deve passar por uma reformulação. O time do  interior só tem a Série C do Campeonato Brasileiro pela frente. Enquanto  isso, o Santos volta as suas atenções para a segunda fase da Copa do  Brasil. Na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), enfrenta o  Joinville-SC na Arena Joinville, no jogo de ida pela segunda fase da  competição. 
 
Edu Dracena festeja o gol de empate do Peixe contra o Mogi (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Mogi na frente
   A expectativa de jogo aberto e lances de efeito dos dois lados ficou  longe de ser confirmada no primeiro tempo. Ainda assim, o Mogi Mirim  converteu a sua única oportunidade, mostrando por que tem o melhor  ataque do estadual. Antes do gol do Sapão, perto do fim da etapa  inicial, um jogo absolutamente equilibrado, mas nivelado por baixo.
   Se o Santos não tinha lateral-direito de ofício e teve de improvisar o  meia Felipe Anderson no setor, o Mogi conviveu com problema parecido.  Mas no lado esquerdo. Logo aos seis minutos, João Paulo se machucou e  foi substituído pelo volante Juninho.
   Nada aconteceu nesse setor do campo. O jogo se concentrou do outro  lado, com Neymar combinando jogadas com Cícero e Montillo pelo Santos, e  o Mogi aproveitando a lentidão do veterano Léo, que não tem mais  velocidade para acompanhar jogadores rápidos como Roni e Caramelo.
   No Peixe, um zagueiro criou a principal chance da etapa inicial. Edu  Dracena, logo aos três, aproveitou cruzamento de Miralles e cabeceou no  contrapé de Daniel, que fez boa defesa. Miralles e Montillo, aliás,  ficaram no quase em duas oportunidades, mas demoraram a definir os  respectivos lances.
   Empurrado por sua torcida, o Mogi Mirim rondava a área, conseguia  faltas perigosas, mas não era efetivo nas finalizações. Faltava calibrar  a mira. E isso aconteceu já no fim do primeiro tempo, aos 44 minutos.  Pela direita do ataque, como sempre, atrás de Léo. Val cruzou na medida,  e Roni se aproveitou da bobeira da zaga santista para completar para a  rede. Explosão de alegria no lotado estádio Romildo Gomes Ferreira.
   Muito vaiado e xingado pelos torcedores do Sapão, Neymar só assustou no  fim da etapa inicial, em falta pela lateral esquerda defendida por  Daniel. A sensação caipira foi para o vestiário na frente. 
 
Neymar faz festa após a classificação (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Rafael garante Peixe na final
   No intervalo da semifinal, a torcida do Santos entrou em conflito com a  Polícia Militar. Depois de dez minutos, os ânimos foram controlados,  mas duas pessoas deixaram o estádio em uma ambulância. Quando a bola  rolou, a deficiência santista na marcação pelo lado esquerdo da defesa  continuou, e o Mogi cresceu de produção. Bem armada taticamente, a  equipe de Dado Cavalcanti tinha a organização que faltava ao Alvinegro.
   Em noite inspirada, o lateral-direito Caramelo quase achou novamente o  caminho do gol pelo lado de Léo. Roger Gaúcho, ex-Peixe, só não ampliou  porque foi travado na hora H por Edu Dracena. Na sequência, Montillo  sentiu lesão na coxa esquerda ao dar uma arrancada e foi substituído por  André. Assim, Neymar recuou para ajudar na armação, enquanto o  centroavante formou dupla com Miralles na frente.
   Uma mudança de posicionamento que não surtiu efeito. O Mogi seguia na  pressão, comandando as ações, encurralando o Peixe e quase marcando com  Henrique, que parou em Rafael. A intensidade e o volume do Sapão  contrastavam com a desorganização santista. Mal posicionado, sem pegada,  errando muitos passes, o Peixe dava a impressão de que não disputava  uma decisão.
   E como o futebol não é exato, foi neste momento que o time da Vila  Belmiro empatou. Em falta cobrada por Neymar na intermediária, Cícero  desviou, e Daniel salvou. No rebote, Miralles cruzou na medida, e Edu  Dracena fez de cabeça, aos 31 minutos. Foi a primeira bola na rede do  zagueiro, decisivo em mata-mata, neste ano.
   O gol incendiou a torcida santista e silenciou os fãs do Sapão nos 15  minutos finais. O Mogi diminuiu o ritmo, cansou depois de tanta  intensidade. Como o Peixe seguia sem a menor coordenação, a decisão  acabou indo para os pênaltis. Na decisão, Rafael defendeu duas  penalidades, batidas por Roni e Carlos Alberto, e garantiu o Peixe em  mais uma final de Paulistão.