Ser ou não ser campeã da Copa Sul-Americana, para a Ponte Preta, pelo  menos nesta quarta-feira, é assunto para depois. O momento é de festejar  um feito histórico. Pela primeira vez em seus 113 anos de história a  Macaca chega à final de um torneio internacional. O jogo contra o São  Paulo, no estádio Romildo Ferreira, em Mogi Mirim, se desenrolou como  uma mera formalidade. Após vencer a ida por 3 a 1 no Morumbi, quarta  passada, o time de Campinas poderia avançar até perdendo por 2 a 0. Fez  bem melhor: empatou em 1 a 1 e despachou o Tricolor.  Jogadores da Ponte Preta comemoram a classificação 
(Foto: Marcos Ribolli)
 
 Agora, a Macaca aguarda o vencedor de Lanús, da Argentina, e Libertad,  do Paraguai, que jogam nesta quinta. O time argentino, que atuará em  casa, tem a vantagem do empate. E já que fez história e chegou à  decisão, por que não sonhar com o título? Seria uma ótima forma de  esquecer a péssima campanha no Brasileirão – a Ponte está praticamente  rebaixada à Série B.  Ao São Paulo, resta lamentar um ano em que nada deu certo: eliminação  na semifinal do Paulista, nas oitavas da Taça Libertadores, a luta  contra o rebaixamento no Brasileirão e, agora, a perda da chance de ser  bicampeão da Sul-Americana. Jogadores da Ponte festejam gol contra o São Paulo 
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
 
Golpe de Macaca  Como no primeiro jogo, o São Paulo começou dominando, trocando passes e  envolvendo a Ponte. A diferença é que, nesta quarta, o gol rápido não  saiu. O Tricolor, apesar de ter mais a bola nos pés, não sabia bem o que  fazer com ela. Tinha dificuldades para achar espaços na bem posicionada  defesa da Macaca. Nem Rogério Ceni parecia em seus melhores dias: numa  falta logo no início, a centímetros da linha da grande área, carimbou a  barreira.  A equipe de Campinas, por sua vez, se mostrava atenta às brechas  deixadas pela equipe tricolor. Não tinha pressa. Vigiava bem o  adversário, limpava a sua área das bolas cruzadas. Esperava pelo São  Paulo. Esperava por uma bola.  E ela veio aos 42. Felipe Bastos acertou ótimo lançamento para Uendel,  que dominou no peito e cruzou rasteiro. Rodrigo Caio bem que tentou:  primeiro, cortou o passe do ala pontepretano. Depois, rebatou o chute de  Leonardo. Só que a bola voltou para Leonardo, que acertou o alvo: 1 a 0  para a Ponte, 4 a 1 na soma dos dois jogos. A missão são-paulina, que  já era difícil, ia se tornando impossível. A Ponte estava cada mais mais  perto da inédita final internacional. Ganso foi anulado pela marcação da Ponte Preta (Foto: 
Marcos Ribolli)
 
Que venha a final  Não restava outra alternativa ao São Paulo no segundo tempo a não ser  ir para o abafa. Muricy colocou os atacantes Luis Fabiano e Welliton em  campo – saíram Paulo Miranda e Ademilson. Com três centroavantes, o  Tricolor ocupou a área da Ponte. No entanto, a bola não chegava. Os  responsáveis por levá-la à frente faziam partida sofrível. Ganso estava  sumido; Douglas tinha dificuldades até para dominar a bola; Maicon  também não foi visto em campo.  O relógio andava rápido, e nada de o time da capital criar alguma  coisa. Aí veio o desespero: o time se lançou à frente, deixou espaços na  defesa, e a Ponte passou a mandar na partida. Toques rápidos, corretos,  os jogadores se encontrando em campo. Faltava à Macaca, porém, maior  capricho nas finalizações. Que o diga Baraka, que recebeu livre na área,  aos 30, e optou por dar mais um corte em vez de chutar a gol. Perdeu o  ângulo, tentou passar a bola e perdeu o lance.  Aos 38, um lampejo tricolor. Após chute desviado, a bola sobrou para  Luis Fabiano cabecear e empatar a partida. Era muito pouco para o  Tricolor. Gol insuficiente e tarde. O time do Morumbi precisava de mais  dois gols para levar para os pênaltis, ou mais três para avançar à  decisão. A Ponte não voltaria a vacilar. Agora, que venha a final para a  Macaca. Torcida da Ponte Preta faz a festa e provoca são-paulinos 
(Foto: Marcos Ribolli)