Nem o mais otimista dos cruzeirenses imaginaria um desfecho como o da  tarde deste domingo, na Arena do Jacaré. Pressionado pelo risco de  rebaixamento, o Cruzeiro enfrentou o Atlético-MG sob o drama de poder  cair para a Segunda Divisão empurrado pelo maior rival. A insegurança, a  aflição e o temor eram flagrantes no rosto de cada jogador e de cada  torcedor celeste. Mas, assim que a bola rolou, o time da Toca da Raposa  colocou os nervos em ordem e simplesmente massacrou o adversário,  aplicando a maior goleada da história sobre o Galo. O placar de 6 a 1  fez justiça à equipe que jogou melhor e que esteve mais concentrada em  campo. Apenas no primeiro tempo, o Cruzeiro fez quatro gols, com Roger,  Leandro Guerreiro, Anselmo Ramon e Fabrício. Na segunda etapa,  Wellington Paulista e Everton ainda fizeram mais dois, e Réver descontou  para o Galo.
   saiba mais -    Veja a classificação final do Brasileirão
 -    Veja como foi o Tempo Real
 
 Diante da marcação imposta pelo Cruzeiro, o Atlético-MG não conseguiu  jogar. Para piorar, a defesa alvinegra, até então a melhor do segundo  turno do Campeonato Brasileiro, falhou em várias oportunidades. Os  atacantes cruzeirenses, comandados pelo meia Roger, o melhor aem campo,  levaram vantagem em quase todas as jogadas.
   Com o resultado, o Atlético-MG se manteve com 45 pontos e caiu para a  15ª posição na tabela de classificação. O Cruzeiro, com mais três  pontos, chegou aos 43, na 16ª colocação. Com o resultado, ambos se  livraram do rebaixamento, mas também não conseguiram vaga na Copa  Sul-Americana.
   Agora, as duas equipes entram em férias e voltarão apenas em janeiro,  na pré-temporada preparatória para a disputa do Campeonato Mineiro. O  Cruzeiro, atual campeão, estreará na competição estadual no dia 29, em  Ipatinga, diante do Nacional, de Nova Serrana. O Atlético-MG, por sua  vez, vai encarar o Boa Esporte, também no dia 29, na Arena do Jacaré, em  Sete Lagoas.   
Goleada impressionante   O clássico começou muito ríspido, com entradas duras de ambos os times.  Logo nos primeiros minutos, Pierre e Fabrício fizeram faltas  duríssimas. Em uma disputa na área do Atlético-MG, Charles deu uma  cotovelada em Pierre, mas a arbitragem alegou que não viu nada. O  volante cruzeirense merecia expulsão. 
  
Fabricio comemora gol do Cruzeiro sobre o Atlético-MG (Foto: Douglas Magno/Agência Estado)  
O Cruzeiro diminuía os espaços com marcação forte e muita vontade.  Também saía rapidamente com seus jogadores de ataque. Em uma dessas  investidas, aos 9 minutos, Anselmo Ramon, pela direita, fez ótimo  cruzamento para Roger. O meia, que substituiu Montillo, suspenso, teve  apenas o trabalho de empurrar a bola para as redes atleticanas.
   E o Cruzeiro continuou melhor na partida. Mesmo em vantagem no placar,  seguiu insistindo em busca do segundo gol. E ele veio, aos 28 minutos,  após cobrança de falta de Roger. O volante Leandro Guerreiro subiu mais  que Pierre e tocou de cabeça, sem chances para Renan Ribeiro.
   Tudo parecia perfeito para o Cruzeiro, mas a situação ficou ainda  melhor. Aos 33 minutos, Réver falhou diante de Wellington Paulista, que  tomou a bola, chegou à linha de fundo e cruzou rasteiro. Anselmo Ramon  girou diante de Leonardo Silva e tocou por baixo das pernas do goleiro  atleticano.
   Cuca tentou arrumar a casa do Galo ainda na primeira etapa. Colocou o  atacante Magno Alves em campo, na vaga de Serginho, que jogava  improvisado na lateral direita. Assim, Carlos César, que fora escalado  no meio-campo, voltou à posição de origem.
   Mas quem chegou ao quarto gol foi o Cruzeiro. Aos 45 minutos, Fabrício  pegou a bola na intermediária, avançou e bateu de longe. A bola ainda  desviou em Leonardo Silva, enganando o goleiro Renan Ribeiro. Goleada  incrível na Arena do Jacaré.   
Maior goleada da história   No segundo tempo, continuou o martírio atleticano. O Cruzeiro manteve a  pressão, e a torcida presente nas arquibancadas entrou na onda, mas de  forma infeliz. Alguns torcedores arremessaram rojões no gramado. Aos 3  minutos, um deles estourou bem próximo do goleiro Renan Ribeiro, que  reclamou bastante de dores no ouvido. O árbitro pediu reforço policial, e  a partida foi interrompida por três minutos.
   Na sequência, o Cruzeiro chegou ao quinto gol. Aos 12 minutos, Roger,  inspirado, fez grande jogada pela direita do ataque e cruzou na cabeça  de Wellington Paulista, que, livre, cabeceou em direção ao gol. Leonardo  Silva ainda tentou tirar a bola, mas não evitou o quinto da Raposa.
   O Galo ainda chegou ao gol de honra. Os dois zagueiros foram para o  ataque em busca do que seus companheiros de frente não estavam  conseguindo. Aos 15 minutos, Leonardo Silva, pela direita, chutou forte e  rasteiro para a área. Réver, oportunista, tocou de leve, apenas para  tirar o goleiro Rafael de ação: 5 a 1.
   Aos 32 minutos, o árbitro Marcelo de Lima Henrique mostrou o cartão  vermelho para o zagueiro Werley, do Atlético-MG, e o atacante Wellington  Paulista, do Cruzeiro. Os dois trocaram sopapos e foram merecidamente  expulsos.
   A partir daí, o Cruzeiro diminui o ímpeto, já esperando o apito final. O  Atlético-MG ensaiou uma pequena pressão, mas também não mostrou forças  para tentar algo melhor na partida. E aos 45 minutos, ainda sofreu mais  um, o sexto. Ortigoza fez ótima jogada pela esqueda e cruzou para  Everton, que tocou para o fundo das redes: 6 a 1. O placar elástico  histórico garantiu o time celeste na Série A e ainda tirou o Galo da  Copa Sul-Americana. Foi a maior goleada do Cruzeiro sobre o rival em  todos os tempos.
FONTE?:
lhttp://globoesporte.globo.com/jogo/brasileirao2011/04-12-2011/cruzeiro-atletico-mg.html