Esporte
Craques apagados, Cuca de saída e defesa exposta: sete pecados do Galo
 
 
Mesmo com quase  cinco meses de planejamento para o Mundial de Clubes, clube comete  dentro e fora de campo falhas decisivas para o mau resultado no torneio
                                             Por Alexandre Alliatti, Alexandre Lozetti, Fernando Martins Y Miguel e Victor CanedoDireto de Marrakesh, Marrocos
Ronaldinho e Tardelli estiveram entre as decepções do Atlético no Marrocos (Foto: AP) 
Desde  a primeira hora do dia 25 de julho, quando o pênalti batido por  Giménez, do Olimpia, acertou o travessão e garantiu o título da  Libertadores ao Atlético-MG, o Mundial de Clubes tornou-se uma obsessão  para jogadores, integrantes da comissão técnica, dirigentes e torcedores  do Galo. Foram quase cinco meses de preparação, que fracassou em apenas  90 minutos, na derrota para o Raja Casablanca por 3 a 1, na semifinal  disputada em Marrakesh. A vitória sobre o Guangzhou Evergrande por 3 a  2, na disputa de terceiro lugar, não apagou a decepção da equipe em  terras marroquinas. 
Apesar do longo planejamento, o clube  cometeu erros dentro e fora de campo que ajudam a explicar a derrota. O  GloboEsporte.com lista os sete pecados capitais do Atlético que  culminaram no amargo resultado do time no Mundial.
01INOFENSIVO FORA DO HORTO
  
 Mesmo nos melhores momentos do Atlético na temporada, havia um temor  entre os torcedores: os maus resultados do time fora de casa. Depois de  um bom começo longe de seus domínios na Libertadores (três vitórias nos  quatro primeiros jogos fora de Belo Horizonte), a equipe começou a  mostrar fragilidade quando saía da capital mineira ainda durante a  competição, com atuações ruins diante de Tijuana, Newell's Old Boys e  Olimpia. No Brasileirão, a situação se agravou, com duas vitórias em 19  partidas como visitante. Quis o destino que o time enfrentasse na  semifinal do Mundial os donos da casa. Enquanto os jogadores do Raja  ganharam ânimo com os gritos da sua fanática torcida, o Galo não  conseguiu se encontrar em momento algum do confronto.
 
Cuca posou com cachecol e flâmula do novo clube antes do fim do Mundial (Foto: Divulgação) 
Na  quinta-feira, 5 de dezembro, a torcida do Atlético já estava em  contagem regressiva para o embarque do time ao Marrocos, que ocorreria  no dia 9. Porém, naquele momento o técnico Cuca deixou de lado por  algumas horas os preparativos para o Mundial. Foi naquela quinta que o  treinador aceitou a proposta milionária do Shandong Luneng, da China,  para comandar a equipe a partir de janeiro. No dia seguinte, o  presidente do Galo, Alexandre Kalil, foi avisado. Não demorou para que  todo o elenco tomasse conhecimento da notícia. A mudança no clima do  grupo ficou clara quando, ao ser substituído diante do Raja, Marcos Rocha xingou o técnico na frente de câmeras que levavam as imagens ao mundo inteiro. Logo depois da derrota para o time marroquino, Alexandre Kalil deixou claro seu incômodo com a situação.
- Não ajudou, mas não vamos colocar a culpa nisso - disse o presidente. 
Irmão  e auxiliar de Cuca, Cuquinha havia estudado os possíveis adversários do  Galo no Mundial. No entanto, ele, os demais integrantes da comissão  técnica e até os jogadores jamais esconderam que a expectativa do grupo  atleticano era enfrentar Monterrey e Bayern de Munique no caminho para o  possível título. Assim, o Galo conhecia bem mexicanos e alemães, mas  pouco sabia sobre o Raja Casablanca. Quando o grupo assistiu junto ao  confronto entre Raja e Monterrey, a vitória da equipe marroquina foi  discretamente comemorada no hotel da delegação em Marrakesh. Havia um  consenso de que o Atlético poderia explorar falhas visíveis do rival,  como a deficiência na jogada aérea defensiva, os espaços deixados nas  laterais e o posicionamento em linha da defesa. Sem estudo minucioso  sobre o adversário, o Alvinegro acabou surpreendido na semifinal.
Marcos Rocha deixou espaços pelo lado direito da defesa atleticana (Foto: Reprodução) 
Depois  do jogo entre Raja Casablanca e Monterrey, os buracos nas laterais da  equipe marroquina foram apontados pelos atleticanos como possível fator  de desequilíbrio na semifinal. Porém, dentro de campo o cenário se  inverteu, e o Raja explorou como quis a deficiência de Marcos Rocha e  Lucas Cândido na marcação, sem a devida cobertura dos volantes. Os  marroquinos criaram diversas oportunidades nas costas dos laterais,  chegando com frequência livres para finalizar na frente de Victor. Na  disputa de terceiro lugar, a situação se repetiu, com os gols do  Guangzhou Evergrande saindo depois de uma falha de Marcos Rocha e de um  pênalti cometido por Lucas Cândido.
Jô não conseguiu fugir da marcação dos zagueiros do Raja (Foto: Reuters) 
Ao  sonhar com o título mundial, a torcida do Atlético apostava no talento  do quarteto ofensivo da equipe, formado por Ronaldinho Gaúcho,  Fernandinho, Diego Tardelli e Jô. Porém, mesmo enfrentando um adversário  inferior tecnicamente, nenhum deles conseguiu atuar num nível sequer  próximo àquele esperado pelos torcedores. Embora tenha marcado dois gols  de falta no Mundial, Ronaldinho falhou na missão de comandar o sistema  ofensivo. Com muitos passes errados, o craque teve uma passagem sem  brilho pelo Marrocos.
Ao seu lado, o camisa 10 tinha Diego  Tardelli, jogador mais identificado com a torcida no elenco atual.  Depois de um ótimo Brasileirão, era grande a expectativa sobre a  participação dele em Marrakesh, mas Tardelli decepcionou, com uma  atuação extremamente apagada diante do Raja.Quem jogou um pouco melhor  na semifinal foi Fernandinho. Liberado para disputar a competição após  imbróglio, ele se movimentou, mas pouco criou. Para fechar o mau  desempenho do ataque atleticano no Marrocos, Jô chegou ao torneio com  status de jogador de Seleção, mas perdeu duas chances claras e encontrou  muitas dificuldades para fugir dos zagueiros do Raja.
Os três gols do Raja Casablanca na semifinal de quarta-feira saíram da mesma forma: contra-ataque (assista no vídeo ao lado).  Para isso, foi decisiva a lenta recomposição do Atlético ao perder a  bola. Desde os atacantes - especialmente Fernandinho e Tardelli, que  tinham a missão de acompanhar os laterais adversários - até os  zagueiros, os atleticanos deixaram diversas vezes o sistema defensivo  exposto. Os volantes Pierre e Josué renderam abaixo do esperado na  proteção à zaga e não contaram com a ajuda dos companheiros, deixando  livre o caminho dos jogadores marroquinos até a área atleticana.
Importante na Libertadores, Guilherme sequer entrou no Mundial (Foto: Fernando Martins) 
O  lateral Richarlyson foi o único jogador do Galo que não viajou ao  Marrocos por causa de lesão. Porém, os problemas médicos causaram vários  outros problemas ao time. Quatro atletas importantes se recuperaram de  lesões pouco antes do Mundial: Ronaldinho, Réver, Leandro Donizete e  Guilherme. Dos dois titulares, o camisa 10 não se movimentou como de  hábito e o zagueiro teve duas atuações confusas, chegando atrasado em  boa parte dos lances, como naquele que originou o pênalti do segundo gol  do Raja. Já Leandro Donizete, que era titular na campanha do título da  Libertadores, não conseguiu voltar ao time e entrou apenas no segundo  tempo na vaga de Josué, que não teve bom desempenho, nas duas partidas  no Marrocos. A situação de Guilherme foi ainda pior. Autor de gol  decisivo na semifinal da Libertadores e peça importante na competição  continental, o jogador sequer entrou em campo em Marrakesh.FONTE:http://globoesporte.globo.com/futebol/times/atletico-mg/noticia/2013/12/craques-apagados-cuca-de-saida-e-defesa-fraca-os-sete-pecados-do-galo.html 
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