Pouco inspirado, mas muito persistente, o Botafogo arrancou uma vitória  difícil sobre o Americano na noite desta quinta-feira, em Campos,  deixando seus desfalques para trás. Mesmo com muitos erros, o time de  Oswaldo de Oliveira conseguiu virar o resultado e saiu de campo com um 4  a 2 suado, construído nos 20 minutos finais, gols de Fellype Gabriel,  Renato, Herrera e Caio. Marcos Felipe e Hugo descontaram para o  mandante, que jogou fechado por quase 90 minutos e não mereceu sorte  melhor.
   saiba mais -    Veja como foi a partida em Tempo Real
 -    A classificação e os jogos da Taça Rio
 
 Com o resultado, o Glorioso foi o único grande a estrear com os três  pontos na Taça Rio, depois das derrotas de Flamengo e Fluminense e do  empate do Vasco, salvando a honra dos favoritos. E continua soberano  como o invicto do Campeonato Carioca. Pelo saldo de gols construído,  lidera o Grupo A, deixando o adversário na lanterna da outra chave. O  Godofredo Cruz recebeu 3.609 pagantes (3.906 presentes), com renda de R$  80.555,00.
   O estreante Fellype Gabriel, além de marcar o primeiro gol botafoguense  na partida, entendeu-se bem com Andrezinho e, pela esquerda, criou bons  lances de ataque, sobretudo na primeira etapa. Sofreu muito com faltas e  aguentou quase a partida inteira - foi substituído aos 44 minutos do  segundo tempo por Lucas Zen - após três meses parado. Já o prata da casa  Willian, a outra novidade no jogo, teve atuação decepcionante, errando  muitos passes. Ambos ocuparam as vagas de Elkeson e Maicosuel,  machucados.
   O Botafogo volta a campo pela Taça Rio neste domingo, para enfrentar o  Volta Redonda, em São Januário, às 16h. O Americano visita o Madureira,  no mesmo horário. 
  
O estreante Fellype Gabriel comemora o primeiro gol do Botafogo (Foto: Rui Porto Filho/Foto Arena)    Domínio sem inspiração
   Quem começou melhor, e assim permaneceu durante a etapa inicial, foi o  Botafogo, que chegou a ter 70% de posse de bola. Logo no primeiro  minuto, Andrezinho deu um cartão de visitas - agora com suas tranças  presas à la Vagner Love - ao girar e chutar rente à trave. E Herrera, na  sequência, fez Erivélton trabalhar, ao escorar cruzamento na pequena  área.
   Passada a empolgação, o Americano entrou mais no ritmo do jogo e abriu o  placar na primeira tentativa. Marcelo Mattos se enrolou, e o  lateral-esquerdo Marcos Felipe pegou na veia, de pé direito, acertando o  ângulo de Jefferson, aos oito. Balde de água fria no Glorioso, que, a  partir daí, teve a dura missão de furar o bloqueio do rival, que abdicou  de atacar.
   Com o campo ruim e pequeno, além da grama alta, a bola pouco rolou e as  trombadas se multiplicaram. Alguns jogadores ficaram mais no chão do  que em pé. Mas, apesar da baixa qualidade técnica, o duelo era  movimentado. Em desvantagem, o Botafogo não caprichava nos passes,  porém, na marra, conseguia chegar. Só esbarrava na má pontaria e na  aglomeração dos defensores, muito recuados, que formaram uma barreira em  frente ao gol.
   O esquema 4-2-3-1 trouxe novos meias abertos. Fellype Gabriel acertou  na maioria das vezes, à vontade no setor. Faltava mais sorte na  conclusão das jogadas e espaço em meio à confusa marcação. Já o jovem  Willian estave sem inspiração, demorou a se adaptar às condições e tomou  decisões erradas. Resultado: foi substituído no intervalo por Caio. Não  antes de ver o empate, com o próprio Fellype, depois de disputa na  área, aos 32 minutos.   
Segundo tempo com quatro gols
   O time de Oswaldo de Oliveira seguiu apertando, criando perigo, e o  panorama não mudou uma vírgula no segundo tempo. De cara, Herrera sofreu  um pênalti não marcado. E os erros no último passe se sucediam. Do lado  do Cano, Hugo, com muita velocidade mas pouca inteligência, e o hábil  veterano Pachola, buscando organizar o meio, eram os sopros de  criatividade. Foi dos pés de Pachola, aliás, o melhor momento campista,  em forte cobrança de falta que Jefferson espalmou.
   Nos 15 minutos posteriores, pouca ação e muita paralisação de jogo. O  Americano bateu um bocado e levou três amarelos no período - foram cinco  na partida. De tanto persistir - e errar -, enfim o Botafogo foi  eficiente. Precisou que o volante Renato saísse lá de trás para  completar cruzamento rasteiro de Márcio Azevedo, após lançamento na  medida de Andrezinho, aos 28.
   A virada inflamou a torcida, presente em ótimo número no Godofredo  Cruz, e fez com que o time de Luiz Antônio Zaluar saísse para o jogo.  Então, os buracos na defesa se tornaram evidentes, e o Glorioso, mais  relaxado, passou a contragolpear. Sem perdão, Herrera deixou o seu, aos  32,
aproveitando-se de passe de Lucas, e pareceu dar tranquilidade.
   Só pareceu, porque dois minutos depois uma pane aérea da zaga permitiu  que Hugo completasse cruzamento da direita, desviado por Adalberto: 3 a  2. O confronto ganhou em emoção e ficou aberto. Oswaldo de Oliveira, no  entanto, mexeu no time mais duas vezes, administrou o tempo e não teve  mais problemas para sair com a vitória na estreia da Taça Rio, a única  entre os grandes cariocas. No fim, Caio ainda marcou o quarto gol,  aproveitando rebote de Erivélton em cabeceio do lateral Lucas, e fechou o  marcador em Campos.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/jogo/carioca-2012/01-03-2012/americano-botafogo.html