Em jogo onde o resultado é fundamental, o espetáculo fica em segundo  plano. Às vezes ele sequer aparece, como neste domingo, no confronto  entre Bahia e Portuguesa, pela 36ª rodada da Série A. Na Arena Fonte  Nova, em Salvador, as jogadas de efeito foram renegadas em nome das  disputas de bola. Os erros apareciam em maior número que os acertos. E,  graças a uma falha da defesa da Lusa, o Tricolor venceu o confronto pelo  placar de 1 a 0, com gol do artilheiro Fernandão, que já soma 15 tentos  no Campeonato Brasileiro.- Cara, é muito difícil jogar contra a Portuguesa. Jogo muito  disputado, é um time que também precisa da vitória. Mas tentamos de  todas as formas e consegui marcar – disse o goleador tricolor, que  continua na briga pela artilharia do campeonato, três gols atrás de  Ederson, do Atlético-PR.  saiba mais -    Veja como foi o jogo em Tempo Real
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  - Fui tentar dar o passe no meio de campo, mas o Talisca, que é alto,  conseguiu interceptar. Falha nossa – tentou justificar o volante William  Arão, autor da falha que originou o gol do Bahia.  O triunfo mantém o Bahia vivo na luta contra o Z-4 do Brasileirão e em  situação bem mais confortável que antes. O Tricolor sobe para a 13ª  colocação com 45 pontos, três a mais que o Coritiba, primeiro time da  zona de rebaixamento. Na próxima rodada, a equipe baiana pode selar de  vez a permanência na elite do futebol nacional no duelo contra o  Cruzeiro, no Mineirão. A partida está marcada para domingo, às 17h  (horário de Brasília) e marca a entrega das faixas e do troféu de  campeão brasileiro para o time mineiro. Bahia vence a Portuguesa e volta a respirar no Brasileiro 
(Foto: Felipe Oliveira / Agência Estado)
 
 Enquanto isso, a Portuguesa volta a ficar em situação delicada. O time  paulista cai para a 14ª colocação, com 44 pontos, dois acima do Z-4. A  Lusa volta a campo também no domingo, às 17h, para enfrentar a Ponte  Preta, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas.   Tensão, erro e gol  Antes de a bola rolar, os jogadores dos dois times sentaram no gramado e  cruzaram os braços por quase um minuto. O ato fazia parte de um  protesto do movimento Bom Senso F.C, que cobra mudanças no futebol  brasileiro para 2014, e acabou se transformando no único momento de  tranquilidade no confronto. Quando o árbitro apitou o início de jogo, a  tensão dominou os atletas. Erros de passe, divididas mais duras e até  discussões evidenciavam o nervosismo dentro de campo. O jovem volante  Feijão levou um cartão amarelo ainda nos primeiros minutos e escapou de  ser expulso em mais de uma ocasião ainda no primeiro tempo.  Em alta tensão, Bahia e Portuguesa pouco produziram no setor ofensivo.  Pelo lado tricolor, William Barbio, após boa jogada de contra-ataque,  desperdiçou chance em chute cruzado. Na Lusa, Wanderson fez boa jogada  pela direita e cruzou para Moisés, que chutou em cima do zagueiro Titi.  Tudo indicava que a etapa inicial acabaria com um insosso empate sem  gols. Mas William Arão resolveu contrariar a lógica. O volante tentou  sair jogando, mas entregou a bola de graça para Anderson Talisca. O meia  baiano armou o contra-ataque e passou para Wallyson cruzar na medida  para Fernandão. Sem marcação, o centroavante só teve o trabalho de  completar para o fundo das redes e sair em comemoração com a bola  debaixo da camisa, em homenagem para a esposa, que está grávida.   Feijão expulso e pressão da Lusa  Para o segundo tempo, William Arão, autor da falha capital da partida,  saiu de campo substituído por Ferdinando. A princípio, a mudança não  parecia ter impacto tático, por se tratar da troca de um volante por  outro. Contudo, a Portuguesa voltou do intervalo melhor e ameaçou a meta  defendida por Marcelo Lomba. Com um belo chute de fora da área, o  atacante Gilberto exigiu grande defesa do goleiro tricolor, que de mero  espectador, passou a trabalhar bastante.  Principal homem de marcação do Bahia, Feijão acumulava jogadas  ríspidas. De falta em falta, o volante acabou recebendo o segundo  amarelo e foi expulso da partida. Com um a menos, o Bahia se fechou no  campo de defesa e foi pressionado pela Lusa. Bruno Henrique e Gilberto  tentaram vencer o goleiro Marcelo Lomba, mas não obtiveram sucesso. Na  base da raça, o Tricolor segurou o resultado até o apito final.