O passado indicava cenário favorável ao Grêmio. Tetra, três finais  contra uma história sem protagonismo do Atlético-PR na Copa do Brasil. O  presente, chance maior ao Furacão, graças à vantagem do 1 a 0 da semana  passada. Porém, o maior barato do futebol é a certeza de ter um futuro  imprevisível. O Tricolor pressionou, jogou melhor, contou com uma Arena  pulsante, com público recorde de 43.899, teve gol anulado, bola na trave  e... deu adeus ao sonho do penta. O Furacão, graças a uma excelente  marcação e noite inspirada do goleiro Weverton, segurou o 0 a 0, nesta  quarta-feira, e mudou a sua história: chegou à primeira final do torneio  mata-mata.  Vai disputar o título com o Flamengo, que bateu o Goiás na outra  semifinal. O primeiro jogo é em Curitiba (dia 20), o segundo no Rio de  Janeiro (dia 27). Antes, porém, há o Brasileirão. O Grêmio desafia o  Cruzeiro, domingo, às 17h, no Mineirão, partida na qual a Raposa pode  levantar a taça de forma antecipada. O Atlético-PR recebe o São Paulo,  mesmo dia e horário, no Durival de Brito. Weverton segura a bola após um dos muitos ataques 
gremistas (Foto: Marcos Cunha / Agência Estado)
 
Weverton salva Furacão  Com a necessidade de inverter a vantagem do adversário, o Grêmio mudou.  Renato Gaúcho sacou Vargas e pôs Zé Roberto, jogador reivindicado pela  torcida. Abriu mão do 4-3-3, apostou no 4-4-2. Objetivo: ter melhor  articulação para dar fim à seca de gols. Eram quatro partidas. Mas...   
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  Não deu certo, ao menos no primeiro tempo. O Tricolor teve as mesmas  dificuldades dos outros jogos. Encontrou um rival bem postado e, na  melhor característica das equipes de Vagner Mancini, rápida nos  contragolpes. Suportou a pressão inicial, cujo ápice foi uma cabeçada de  Rhodolfo logo a um minuto, e levou perigo a cada ataque embora não  tenha criado nenhuma oportunidade.  A verdade é que Zé, embora a tentativa, não conseguiu executar o  planejado. Parou na marcação, que, por vezes, tinha três contra um.  Então, sem conseguir entrar na área de Weverton, o Grêmio decidiu  arriscar chutes de longe. Souza, com batida fraca, deu o caminho para  tornar a superioridade de posse de bola (54% a 46%) em gol. Porém,  Barcos e Alex Telles não passaram do tradicional ‘uh’ da torcida. Os  dois miraram o ângulo direito, os dois lamentaram as grandes defesas do  camisa 1 paranaense. Foram oito finalizações contra quatro, mas o placar  não saiu do zero.   Pressão, pressão e mais pressão  O que não conseguiu fazer antes do intervalo, o Grêmio fez na etapa  final. Entrou na área rival e, a partir daí, criou chances de gol. É  verdade que a primeira foi um chute de Kleber, da meia-lua. Assustou  Weverton. Mas depois... O próprio Gladiador, lançado por Zé, ficou cara a  cara com o goleiro, mas preferiu tentar um drible em Manoel e perdeu a  chance.  A pressão resultaria em gol de Ramiro, que pegou rebote de Manoel,  porém, anulado pelo árbitro Marcelo de Lima Henrique, que marcou falta  de Barcos no defensor. Àquela altura, o Furacão marcava com os 11  atletas no campo defensivo. Mantinha a postura defensiva. Arriscou, aos  23, em cruzamento de Baier, que Everton não alcançou. Foi a partir daí  que o Grêmio mandou na partida.  Ramiro, de novo, aos 29, acertou o travessão. Barcos, aos 33, fez  Weverton fazer grande defesa. Elano, Vargas e Mamute entraram. O Furacão  não passou do meio de campo. Se retrancou com a entrada de João Paulo.  Teve praticamente um a menos, afinal, Marcelo atuou machucado. Teve  sorte: Barcos venceu Weverton, mas Luiz Alberto salvou em cima da linha.  E deu certo: segurou o 0 a 0 e foi à final. Fez história. E pode fazer  mais. Não terá Léo expulso junto com Kleber logo após o apito final.  Antes da comemoração de um, e tristeza de outro.