- conheça os gringos
Após iniciar a temporada 2015 sem nenhum jogador estrangeiro no elenco - feito que não ocorria há nove anos -, o Botafogo voltou a apostar nos gringos. Ou melhor: nos sul-americanos. O ano de 2016 para o Glorioso vai começar com pelo menos três jogadores oriundos de mercados vizinhos: Damián Lizio, Joel Carli e Pedro Larrea. E isso não é uma simples casualidade. É fruto, na verdade, de uma filosofia de mercado do Alvinegro, encabeçada pelo presidente Carlos Eduardo Pereira.
Carlos Eduardo Pereira trata pessoalmente das
negociações com estrangeiros
(Foto: Vitor Silva / SSpress)
Respaldada pela experiência bem sucedida com Álvaro Navarro no título da Série B, a diretoria do Bota encontra no mercado vizinho um palco menos inflacionado que o futebol brasileiro. Isso mesmo: os valores são o grande chamariz. Com esta alternativa, o Alvinegro consegue alcançar jogadores selecionáveis com pedidas dentro do teto salarial estipulado pela diretoria. Larrea e Lízio, por exemplo, fazem parte das seleções equatoriana e boliviana, respectivamente. Estes dois, inclusive, chegam como nomes para compor a equipe titular durante a temporada.
- A gente quer montar a espinha dorsal da equipe do Botafogo com jogadores mesclados. O que ocorre é que o mercado sul-americano apresenta valores mais atraentes. É claro que tem que compensar. E tem sempre que contrabalançar com questões de adaptação. É sim um mercado que está sendo observado pela diretoria - disse o presidente Carlos Eduardo Pereira.
A diferença para o mercado brasileiro é sentida na pele do próprio Botafogo. Exemplo é a negociação com Camilo, meio-campo da Chapecoense. Após conseguir concluir o já difícil acordo salarial, o clube se assustou com a pedida de R$ 2 milhões feita pelo clube catarienense por 50% dos direitos econômicos do meia, com quem tem contrato até o fim de 2016.
Veto a leilões
Mas nem tudo são flores no sedutor mercado sul-americano. O Botafogo já encontrou um complicador neste nicho: a multiplicidade de agentes para um só jogador. O malefício desta característica é claro: os leilões. Entretanto, Carlos Eduardo Pereira, que pessoalmente trata das negociações com os estrangeiros, refuta qualquer tipo de valorização forçada de jogadores. Caso da negociação frustrada com o atacante Jorge Ortega, do Sportivo Luqueño, que esteve a uma assinatura de se tornar jogador do Botafogo.
- É um complicador (a quantidade de empresários envolvidos). A gente não entra em leilão. Esse caso do (Jorge) Ortega foi uma prova desta postura - completou o presidente.
O Botafogo ainda segue olhando peças no mercado estrangeiro. Porém, é preciso ficar de olho nos regulamentos. O do Campeonato Carioca prevê uma liberação de quatro estrangeiros por partida. Já as competições organizadas pela CBF (Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro) são ainda mais receptivas e aceitam cinco atletas de fora do país em cada jogo.
CONHEÇA OS GRINGOS
Damián Lizio (Foto: Reprodução / Twitter)
Nascido na Argentina e naturalizado boliviano, Lizio fez parte da seleção da Bolívia que disputou a última Copa América, em 2015. Tem sido convocado regularmente para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 – participou de três jogos.
Damián Lizio é formado nas categorias de base do River Plate e chegou à Bolívia em 2011, contratado pelo Bolívar, depois da passar por Córdoba, da Espanha, e Anorthosis, do Chipre. Após dois anos no clube boliviano, o meia rodou o mundo, voltando à Argentina (Unión de Santa Fé), passando pelo Kuwait (Al Arabi) e Chile (O’Higgins). Neste período, atuou mais uma vez pelo Bolívar, onde está desde o início de 2015.
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Pedro Larrea (Foto: Divulgação)
Primeiro volante, Pedro Larrea foi campeão da Libertadores em 2008 com a LDU de Quito, contra o Fluminense, no Maracanã. Além do título, ele disputou a decisão do Mundial de Clubes, no mesmo ano, contra o Manchester United e conquistou os títulos da Recopa Sul-Americana e Copa Sul-Americana, no ano seguinte. Atualmente, o jogador atua pelo LDU de Loja, também do Equador.
Nesta temporada, Larrea foi chamado pela primeira vez para a seleção equatoriana. Ele faz parte do grupo, mas não é titular do Equador, que lidera as eliminatórias da América do Sul com 100% de aproveitamento.
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Joel Carli (Foto: Reprodução / Site Oficial)
O zagueiro estava desde 2011 no Quilmes, da Argentina. Deixou o clube sendo opção no banco de reservas. Esta será a primeira vez que o jogador vai jogar fora do país. Joel Carli começou a carreira no Aldosivi. Tem passagens ainda por Deportivo Morón e Gimnasia y Esgrima La Plata.
Joel Carli é considerado um jogador firme, de bom jogo aéreo defensivo, alto e forte. Por outro lado, também reserva e sem muita habilidade com a bola nos pés.
O zagueiro chega ao Botafogo para suprir as ausências de Diego Giaretta, Roger Carvalho e Alisson.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2015/12/valores-atraem-e-botafogo-continuara-investindo-no-mercado-sul-americano.html