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Em sua primeira visita ao Brasil após a Copa das Confederações, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, reconheceu que organizar uma Copa do Mundo no Brasil não está sendo fácil. Durante um encontro com jornalistas na tarde desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o dirigente rebateu as acusações do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que disse recentemente que, ao contrário do Comitê Olímpico Internacional (COI), a Fifa não se preocupa com o legado do Mundial.- Em 24 horas, mais de 2,3 milhões de ingressos são solicitados para Copa
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Ao ser questionado sobre as declarações de Paes, Valcke garantiu que a Fifa está aberta a qualquer tipo de debate com as autoridades brasileiras. Para o secretário-geral, a Copa do Mundo é realizada com a união de forças dos governos locais com a entidade. Ele ainda lamentou o fato de a Fifa ser um alvo muito fácil de ser atacado.
- Não há nenhum embate. Não é uma questão de sermos amigos ou inimigos. Estamos aqui para organizar um evento, e somos profissionais. Há um acordo com as cidades-sedes que distribui as responsabilidades. Não estamos aqui para brigar. Esse tipo de comentário é totalmente inútil. O Maracanã é o estádio símbolo do Brasil. O Rio vai receber muitas coisas. Lamento dizer que a organização de uma Copa é uma parceria entre as autoridades de um país, do Comitê Organizador Local (COL) e da Fifa. Trabalhamos juntos para organizar 64 jogos e tudo que envolve uma Copa do Mundo. Se algo tem que ser discutido, estamos abertos. A Fifa é um alvo fácil. É fácil culpar a Fifa por tudo.
Valcke está no Brasil para vistoriar estádios da Copa do Mundo de 2014 (Foto: Marcos Ribolli)
O francês ainda lembrou que foi o próprio prefeito do Rio de Janeiro que pediu para receber, não só a Copa do Mundo, mas vários eventos que envolvem a competição no ano que vem.- Não deveríamos usar a mídia para esse tipo de coisa. Lamento que seja sempre o mesmo discurso. Se até agora ele não entendeu o legado da Copa do Mundo, não sei mais o que dizer. Talvez ele queira cuidar só dos Jogos Olímpicos e esquecer a Copa do Mundo. Aliás, foi ele que pediu para receber a Copa do Mundo. Ele pediu para o Rio ser sede, receber a final, o IBC (centro de transmissão internacional), o sorteio da Copa do Mundo. Ele queria tudo. É a vida.
Valcke fala em consulta popular ou ao congresso antes de candidatura
Essa não é a primeira vez que Jérôme Valcke se envolve em polêmica com autoridades brasileiras. Em março do ano passado, durante o período que antecedeu a aprovação da Lei Geral da Copa, o dirigente discutiu via imprensa com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, após declarar que o país merecia um “chute no traseiro” pela demora na aprovação do documento.
Nesta quarta, Valcke reconheceu que aprendeu lições com a organização da Copa no Brasil e revelou ter um ideia pessoal, a ser levada ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, e ao Comitê Executivo da entidade. Para o dirigente, seria bom que, antes de apresentar a candidatura para receber a Copa, o governo fizesse um consulta popular ou ao congresso local, para evitar problemas à frente. Ele citou o caso da Suíça como exemplo.
- É uma ideia pessoal. Uma das lições que poderíamos aprender seria, acrescentar no documento de candidatura a votação da maior autoridade do país. Talvez, o governo deveria ter procurado o congresso. Não precisa ser unanime, mas a maioria do congresso apoiando a candidatura. Essa é uma ideia que ainda tenho que levar ao presidente Blatter e ao Comitê Executivo. Na Suíça, fizeram um referendo popular, que rejeitou as Olimpíadas de Inverno de 2022. E não houve candidatura.
Após visitar São Paulo, Curitiba e Manaus, Jérôme Valcke encerra sua visita ao país nesta quinta-feira com uma coletiva de imprensa no Maracanã.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-do-mundo/noticia/2013/08/valcke-rebate-declaracoes-de-eduardo-paes-e-facil-culpar-fifa-por-tudo.html