- Ser filmado pelo chinês me surpreendeu, porque sempre foram eles a referência. Nós que os filmávamos. É um sinal de que a ginástica brasileira está crescendo. Ser essa referência foi algo que simplesmente aconteceu, apenas fiz a minha parte. É muito bom isso - disse o ginasta.
Zanetti: Soberania nas argolas, ciúmes da namorada e xodó por cadela (Foto: Editoria de Arte)
Um ano depois de Londres
- Sempre fico bem tranquilo nas competições, porque nunca entro com a cobrança de ter um bom resultado. Faço minha parte. Esqueço que é uma competição. Encaro como um treino, e o resultado vem. Agora muita gente quer tirar fotos comigo nas competições, falam que um dia vão ser iguais a mim. Dou um incentivo. Sei que agora sou ídolo.- Meninas do vôlei viram 'celebridades',
e Zé busca renovação - Sarah Menezes perde patrocínios,
mas Brasil duplica líderes no judô - Juliana/Larissa se separa;
Alison/Emanuel 'dá tempo' - Adriana é afastada da seleção de boxe,
e irmãos Falcão buscam mais apoio - Yane Marques sofre para conseguir patrocínios no pentatlo
- Readaptação é palavra de ordem para Scheidt e Prada na vela
Zanetti percebeu que seu status junto aos fãs brasileiros havia mudado ainda em Londres. O primeiro impacto foi o grande interesse da mídia durante as Olimpíadas. Na chegada ao Brasil, não fosse pelos seguranças, o ginasta não conseguiria sair do aeroporto. Depois de uma carreata em São Caetano, Arthur pensava que as coisas iriam se acalmar. Estava enganado. O ginasta é parado na universidade onde cursa educação física e até no trânsito por fãs. Quando o assédio é feminino, a namorada Juliana Gatto fica muito enciumada, mas entende a nova posição de Arthur como estrela da ginástica.
A exceção na ginástica
Como principal nome da ginástica brasileira, Zanetti viu seu suporte financeiro crescer. Os antigos patrocínios da Caixa e da Sadia foram revisados com um bônus em reconhecimento pela conquista olímpica. Ele ainda firmou uma nova parceria com a Furnas por peças publicitárias. Esses apoios compensam o atraso nos salários de seu clube, o SERC de São Caetano do Sul. Em um período de crise na ginástica, em que outras estrelas nacionais como Jade Barbosa, Diego e Daniele Hypolito ficaram sem clube e, por um tempo, sem lugar para treinar, Arthur conseguiu certa segurança financeira.
Arthur Zanetti teve um reconhecimento financeiro por sua conquista (Foto: Osvaldo F/Contrapé)
Arthur Zanetti não comprou carro novo depois do ouro e continua morando com seus pais. A única nova aquisição foi uma cadela da raça Bull Terrier. Com dez meses, Ivi é o xodó do ginasta e de toda sua família. Foi a única grande mudança na vida pessoal do campeão olímpico.
- Sou um pai meio ausente. Quem tiver disponível na casa ajuda a cuidar da Ivi. Agora que estou de férias, levo ela para passear mais.
Com sua cadela, Zanetti está feliz. A única decepção do ginasta no período foi ter de lidar com as condições modestas dos aparelhos de seu clube. Ele esperava que a situação mudasse da água para o vinho depois do ouro olímpico. No entanto, só depois de considerar trocar de país se sua estrutura não melhorasse, o São Caetano do Sul ganhou o reforço de aparelhos enviados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
Zanetti já colocou ponto final na história. O ginasta mira outro ouro para fazer companhia à medalha olímpica, guardada sob proteção máxima num cofre de banco. Arthur quer dar sequência a sua trajetória dourada e faturar o inédito título mundial das argolas na Antuérpia, na Bélgica, entre 30 de setembro e 6 de outubro. Mais um passo rumo ao Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.
FONTE;
http://globoesporte.globo.com/olimpiadas/noticia/2013/08/um-ano-apos-londres-arthur-zanetti-se-firma-como-rei-das-argolas.html