O apito final do espanhol Carlos Velasco Carballo detonou uma catarse em Marrakesh. Foi o grito de um país. Marroquinos enlouquecidos se abraçando, rezando, chorando. Os súditos tinham novos reis. A surpreendente vitória de um surpreendente time. Com uma torcida que surpreendeu até a bravíssima Massa atleticana, que acreditou até o fim. Até mesmo quando os jogadores pareciam não acreditar.
O estádio foi um turbilhão de sentimentos. O ato final de um delírio absoluto que tomou conta da cidade por 24 horas. Atleticanos e marroquinos se misturaram sempre. Nas ruas e arquibancadas, o grito de 'Galo' se popularizou. Por todos os cantos de Marrakesh, brasileiros se identificavam dessa forma, e eram copiados pelos simpáticos donos da casa. Uma forma de receber bem.
A multidão verde e branca foi impressionante. Ergueu bandeiras como se dissesse, em árabe: “Eu acredito”. A Massa alvinegra foi melhor do que o time. Fez-se ecoar pelo país. Pena que não podiam entrar em campo.
Orgulho. Cada torcedor apaixonado do Galo estava em êxtase por desfilar a camisa de seu time tão longe de casa. E cada fanático pelo Raja abria um enorme sorriso por representar seu país perante o mundo. Os tons se misturaram pela manhã, nos pontos turísticos de Marrakesh. À tarde, no trânsito. E à noite, no estádio. Juntos, eles tiraram fotos, batalharam para ver quem cantava mais alto.
Tensão. Foram mais de cem anos de história para chegar ao Mundial. A estreia no torneio mais importante da vida. O coração queria gritar, mas a garganta não deixava. A torcida do Atlético-MG seguiu o ritmo do time. Soltou-se de vez em quando, mas percebeu logo que o Raja não era a moleza anunciada. Decidiu, então, jogar junto. Tirou contra-ataques com a ponta dos tênis, subiu para cabecear com Réver e Leonardo Silva. Mal sobrou tempo para cantar.
Alegria. Dividida em todos os setores do estádio, a torcida anfitriã repetiu o jogral feito em Agadir. Uns começam a cantar atrás do gol, os do meio continuam, os do outro lado prosseguem, e assim vai por alguns minutos. Tão bonito que os atleticanos pareceram respeitar, em silêncio. Ao fim, levantaram e balançaram suas bandeiras. Um espetáculo.
Fé. Gol de Iajour! Não é possível que a Massa tenha viajado tantas horas para ter seu sonho encerrado em apenas 90 minutos. “Eu acredito, eu acredito, eu acredito!!!”. O grito que embalou o inesquecível título da Libertadores reapareceu. Sempre foi sofrido, não seria fácil dessa vez.
Euforia. Ronaldinho também acreditou! Ele viu o canto esquerdo de Askri aberto na cobrança de falta. Os desesperados atleticanos acreditaram que ali estaria a vida do Galo no Mundial. E estava. Do Gaúcho para a trave, da trave para o gol. Os marroquinos se calaram e viram a Massa crescer.
Decepção. A marcação de pênalti na reta final do jogo deixou o canto todo em verde e branco. Um barulho ensurdecedor tomou conta do estádio de Marrakesh. Ninguém acreditava no que estava vendo. Nem quem estava a minutos da classificação nem quem via o título mundial muito mais distante.
'Oh, tiki-taka!'. Até a expressão criada para definir o bom e velho Barcelona de Guardiola é canto marroquino. Guardiola, agora no Bayern, será rival do Raja, e não do Galo. Histórias que só o futebol pode reservar.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2013/12/torcida-do-raja-coroa-novos-reis-cria-delirio-e-abafa-gritos-de-galo.html
Torcida do Raja Casablanca no estádio de Marrakesh
(Foto: Alexandre Alliatti)
A multidão verde e branca foi impressionante. Ergueu bandeiras como se dissesse, em árabe: “Eu acredito”. A Massa alvinegra foi melhor do que o time. Fez-se ecoar pelo país. Pena que não podiam entrar em campo.
Orgulho. Cada torcedor apaixonado do Galo estava em êxtase por desfilar a camisa de seu time tão longe de casa. E cada fanático pelo Raja abria um enorme sorriso por representar seu país perante o mundo. Os tons se misturaram pela manhã, nos pontos turísticos de Marrakesh. À tarde, no trânsito. E à noite, no estádio. Juntos, eles tiraram fotos, batalharam para ver quem cantava mais alto.
Torcedores do Atlético-MG apoiam, a equipe na semifinal contra o Raja Casablanca (Foto: AFP)
Alegria. Dividida em todos os setores do estádio, a torcida anfitriã repetiu o jogral feito em Agadir. Uns começam a cantar atrás do gol, os do meio continuam, os do outro lado prosseguem, e assim vai por alguns minutos. Tão bonito que os atleticanos pareceram respeitar, em silêncio. Ao fim, levantaram e balançaram suas bandeiras. Um espetáculo.
Fé. Gol de Iajour! Não é possível que a Massa tenha viajado tantas horas para ter seu sonho encerrado em apenas 90 minutos. “Eu acredito, eu acredito, eu acredito!!!”. O grito que embalou o inesquecível título da Libertadores reapareceu. Sempre foi sofrido, não seria fácil dessa vez.
Euforia. Ronaldinho também acreditou! Ele viu o canto esquerdo de Askri aberto na cobrança de falta. Os desesperados atleticanos acreditaram que ali estaria a vida do Galo no Mundial. E estava. Do Gaúcho para a trave, da trave para o gol. Os marroquinos se calaram e viram a Massa crescer.
Decepção. A marcação de pênalti na reta final do jogo deixou o canto todo em verde e branco. Um barulho ensurdecedor tomou conta do estádio de Marrakesh. Ninguém acreditava no que estava vendo. Nem quem estava a minutos da classificação nem quem via o título mundial muito mais distante.
'Oh, tiki-taka!'. Até a expressão criada para definir o bom e velho Barcelona de Guardiola é canto marroquino. Guardiola, agora no Bayern, será rival do Raja, e não do Galo. Histórias que só o futebol pode reservar.
Jogadores do Raja Casablanca fazem festa no gramad
após a vitória sobre o Atlético-MG (Foto: AFP)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/noticia/2013/12/torcida-do-raja-coroa-novos-reis-cria-delirio-e-abafa-gritos-de-galo.html