Além de títulos inéditos no masculino e no feminino, o Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia 2012/2013 também ficou marcado por uma série de despedidas nos dois naipes. Em diferentes momentos da temporada, Franco, Pedro Cunha, Ferramenta, Shaylyn e Júlia Schmidt deram a adeus às areias. Do adeus do veterano cearense, aos 46 anos, à surpreendente decisão de Cunha de abandonar o esporte aos 29, saiba as razões que levaram cada um destes jogadores a desistir da carreira de atleta.
Franco era o atleta mais velho em atividade no Circuito Brasileiro. Na etapa de estreia desta temporada, ao lado de Bruno Schmidt, superou a falta de entrosamento e terminou em segundo lugar. Depois, com o jovem Daniel Souza como parceiro, protagonizou jogos emocionantes do Open de Goiânia ao do Rio de Janeiro, mas chegou no máximo às quartas de final, sempre eliminado no tie-break.
Na virada do ano, no entanto, um susto fez Franco repensar a vida nas quadras. Um mal estar no elevador gerou uma queda e um corte na cabeça. Enquanto se recuperava da pancada, o cearense descobriu uma pneumonia. No total, passou dois meses em tratamento. Neste período, conversou com o antigo parceiro Roberto Lopes e ouviu os apelos da família. Após mais de duas décadas como profissional, o bloqueador concordou que era hora de ir para os bastidores.
- Nunca achava que era o momento certo, até porque eu nunca tive nenhuma lesão séria. Mas quando ocorreu esse incidente no final do ano, fiquei em casa refletindo. Passei dois meses parado sem treinar, que era o que eu mais gostava de fazer. Por causa da minha idade, treinar com intensidade, como se fosse jogo, era essencial. Ali vi que minha colaboração como atleta já tinha sido dada, e que era hora de colaborar de outra forma. O vôlei de praia é como um filho para mim.Vi nascer, crescer, e hoje está adulto. Não tenho como me afastar, mas estou bem resolvido sobre seguir agora nos bastidores.
Franco agora cursa uma pós-graduação em marketing esportivo, atuou como diretor técnico do Rei da Praia, em fevereiro, no Rio de Janeiro e está ajudando na organização de competições sub-19 da modalidade.
Pedro Cunha surpreende e para no auge
Quinto colocado nos Jogos de Londres e então vice-líder do ranking brasileiro ao lado de Ricardo, Pedro Cunha surpreendeu até o próprio parceiro ao decidir abandonar a carreira de atleta. Aos 29 anos, o defensor achou que não valia mais a pena conviver com o sacrifício de jogar com dor - uma tendinite no joelho direito o atormentava há cerca de um ano. Repensou as escolhas e achou que era hora de ter "uma vida normal", sem a rotina extenuante dos atletas de alto rendimento. Enquanto os ex-companheiros disputavam a última etapa da temporada, o carioca curtia férias no Havaí.
- A vida de um atleta de alto desempenho é muito sacrificante como um todo. São quase 24 horas por dia, sete dias por semana de dedicação. Esse desgaste pesou na minha decisão. Quero tentar ter uma vida normal agora. Trabalhando, mas depois indo para casa, tendo um dia normal - disse, em entrevista ao SporTV.com, em fevereiro.
A última baixa no naipe masculino foi a saída de Roninho Ferramenta, apenas aos 27 anos. A decisão de deixar o vôlei foi extremamente racional. Com a implantação do sistema de seleções nas areias, em que apenas atletas convocados podem disputar o Circuito Mundial, Ferramenta se viu fora dos planos da CBV e perdeu o ânimo. Optou por uma mudança radical de vida, foi morar em Kloten, na Suíça, com a namorada, e retomou os estudos.
- Não foi uma decisão fácil, pois assim como a maioria, eu amo esse esporte. E o sonho de todo atleta é jogar o Circuito Mundial e garantir uma vaga nos Jogos Olímpicos. Mas com esse novo formato de seleção o meu sonho ficou impossível de se tornar realidade.
Sonho de ser médica muda vida de Shaylyn e Júlia Schmidt
No feminino, as duas despedidas precoces tiveram a mesma motivação: o desejo de cursar Medicina em uma universidade. Júlia Schmidt, aos 21 anos, e Shaylyn, aos 31, acreditaram que este era o momento certo de dar uma guinada e arriscar a carreira acadêmica. No momento as duas frequentam, em suas respectivas cidades (Vila Velha e Fortaleza), aulas um cursinho pré-vestibular.
Shaylyn encerrou sua trajetória após 13 anos como profissional. Ao todo, disputou 155 etapas do Circuito Brasileiro, venceu 396 jogos e subiu ao pódio em 33 oportunidades. (três títulos, sete segundos lugares e 23 terceiros). Nesta sexta-feira, entrou em quadra pela última vez ao lado de Vivian e saiu derrotada. Depois, ganhou o carinho da irmã Shelda e reafirmou a certeza sobre sua escolha.
- Amadureci essa ideia desde o ano passado e estou estudando no cursinho. Talvez se minha cabeça não estivesse ocupada eu sentisse mais. Até achei que eu fosse chorar. Eu me surpreendi sobre a forma como agi nos jogos. Achei que fosse ficar ansiosa, mas não. Em algum momento vou sentir saudades, vou chorar. Mas só sentimos falta do que aquilo que foi bom. E acho que tive mais momentos bons do que ruins.
Franco, Pedro Cunha, Ferramenta, Júlia Schmidt e Shaylyn se despedem do esporte profissional (Foto: CBV)
Na virada do ano, no entanto, um susto fez Franco repensar a vida nas quadras. Um mal estar no elevador gerou uma queda e um corte na cabeça. Enquanto se recuperava da pancada, o cearense descobriu uma pneumonia. No total, passou dois meses em tratamento. Neste período, conversou com o antigo parceiro Roberto Lopes e ouviu os apelos da família. Após mais de duas décadas como profissional, o bloqueador concordou que era hora de ir para os bastidores.
Franco homenageia a esposa Suellen em cerimônia
promovida pela CBV (Foto: Fernando Elias / CBV)
promovida pela CBV (Foto: Fernando Elias / CBV)
Franco agora cursa uma pós-graduação em marketing esportivo, atuou como diretor técnico do Rei da Praia, em fevereiro, no Rio de Janeiro e está ajudando na organização de competições sub-19 da modalidade.
Pedro Cunha surpreende e para no auge
Quinto colocado nos Jogos de Londres e então vice-líder do ranking brasileiro ao lado de Ricardo, Pedro Cunha surpreendeu até o próprio parceiro ao decidir abandonar a carreira de atleta. Aos 29 anos, o defensor achou que não valia mais a pena conviver com o sacrifício de jogar com dor - uma tendinite no joelho direito o atormentava há cerca de um ano. Repensou as escolhas e achou que era hora de ter "uma vida normal", sem a rotina extenuante dos atletas de alto rendimento. Enquanto os ex-companheiros disputavam a última etapa da temporada, o carioca curtia férias no Havaí.
- A vida de um atleta de alto desempenho é muito sacrificante como um todo. São quase 24 horas por dia, sete dias por semana de dedicação. Esse desgaste pesou na minha decisão. Quero tentar ter uma vida normal agora. Trabalhando, mas depois indo para casa, tendo um dia normal - disse, em entrevista ao SporTV.com, em fevereiro.
Pedro Cunha em sua despedida no Open de Maceió: carioca agora curte férias (Foto: Pedro Luiz/CBV)
- Não foi uma decisão fácil, pois assim como a maioria, eu amo esse esporte. E o sonho de todo atleta é jogar o Circuito Mundial e garantir uma vaga nos Jogos Olímpicos. Mas com esse novo formato de seleção o meu sonho ficou impossível de se tornar realidade.
Sonho de ser médica muda vida de Shaylyn e Júlia Schmidt
Shaylyn no curtinho pré-vestibular: cearense quer
cursar Medicina (Foto: Arquivo Pessoal)
cursar Medicina (Foto: Arquivo Pessoal)
Shaylyn encerrou sua trajetória após 13 anos como profissional. Ao todo, disputou 155 etapas do Circuito Brasileiro, venceu 396 jogos e subiu ao pódio em 33 oportunidades. (três títulos, sete segundos lugares e 23 terceiros). Nesta sexta-feira, entrou em quadra pela última vez ao lado de Vivian e saiu derrotada. Depois, ganhou o carinho da irmã Shelda e reafirmou a certeza sobre sua escolha.
- Amadureci essa ideia desde o ano passado e estou estudando no cursinho. Talvez se minha cabeça não estivesse ocupada eu sentisse mais. Até achei que eu fosse chorar. Eu me surpreendi sobre a forma como agi nos jogos. Achei que fosse ficar ansiosa, mas não. Em algum momento vou sentir saudades, vou chorar. Mas só sentimos falta do que aquilo que foi bom. E acho que tive mais momentos bons do que ruins.
Shaylyn e Shelda se esticam para se cumprimentar após o último jogo da caçula (Foto: Helena Rebello)
FONTE:
http://sportv.globo.com/site/eventos/circuito-brasileiro-de-volei-de-praia/noticia/2013/04/temporada-2013-sela-despedidas-de-franco-pedro-cunha-e-shaylyn.html